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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 421 - 5 de Julho de 2015

ANDRÉ RIBEIRO FERREIRA
andure@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)

 

 
Nívea Guimarães de Freitas Nasser: 

“As mensagens são um presente
que recebemos da Espiritualidade e o livro é nossa forma de comparti-lharmos esse presente com todos”

A presidente da SODEC fala sobre as origens da instituição, diz o que a motivou a organizar e publicar o livro Bilhetes Fraternais
e diz como vê a literatura espírita em geral

Nívea Guimarães de Freitas Nasser (foto) nasceu na cidade de Planaltina, pertencente, à época, ao estado de Goiás, hoje uma das cidades satélites do Distrito Federal. De família atuante na religião católica, desde menina vivenciava manifestações mediúnicas, o que lhe trazia uma inquietação que obteve respostas somente na Doutrina dos Espíri-

tos. Encontrou consolo nos primeiros livros que chegaram às suas mãos: O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis.  
 

Juntamente com seu esposo, João Cury Nasser, fundou em 1967 a SEAE (Sociedade Espírita de Assistência e Estudo), no Cruzeiro Novo, bairro ainda nascente, e em 1978 fundou a SODEC (Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão), na qual é a atual presidente, além de atuar junto ao PAE (Posto de Assistência Espírita), onde tem realizado projetos educativos e assistenciais atendendo as comunidades de Ceilândia, Sol Nascente e assentamentos vizinhos.

Sempre dedicada à educação, graduou-se na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Goiás, nas disciplinas de Geografia e História, e foi uma das pioneiras na área de educação em Brasília, onde exerceu o cargo de professora no CASEB e no Ginásio do Setor Leste, tradicionais escolas públicas de Brasília.

A seguir, a entrevista que ela gentilmente nos concedeu: 

Fale-nos sobre a SODEC. Como nasceu? Qual o seu propósito? Como funciona e como está organizada?  

A SODEC foi fundada em 1978, a partir de orientação de benfeitores espirituais, no sentido de orientarmos nossos esforços no movimento espírita, então limitados a reuniões mediúnicas e atividades beneficentes, para a divulgação da Doutrina Espírita. Assim, iniciamos a publicação da Revista “O Espírita”, além de outras atividades de divulgação e nos somamos aos esforços da FEB e de outras entidades federadas, na medida de nossa capacidade, para fortalecer a divulgação da Doutrina Espírita no Brasil. 

O que motivou a publicação do livro Bilhetes Fraternais? Qual a intenção do grupo? 

Além da orientação dos benfeitores e da maturidade de nossos trabalhos, que nos deu segurança quanto à qualidade do conteúdo, decidimos compartilhar com os confrades as pérolas que nos são oferecidas durante nossas reuniões mediúnicas, tendo como inspiração a recomendação do Mestre de “não colocar a candeia embaixo do alqueire”. Aproveitamos a comemoração dos 35 anos da fundação da SODEC para editar o livro com o objetivo de que as mensagens nele contidas fossem mais um bálsamo de esperança e consolo, para auxílio no crescimento espiritual e humano daqueles que alcançasse. 

Qual a grande contribuição dessa obra para a Doutrina Espírita? 

Nossa intenção foi oferecer uma singela contribuição à divulgação da Doutrina Espírita, espargindo consolo e esclarecimento, sobre questões existenciais que emergem do cotidiano de nossas vidas. As mensagens são um presente que recebemos da Espiritualidade e o livro é nossa forma de compartilharmos esse presente com todos. 

Que método foi utilizado e quanto tempo foi empregado na elaboração literária? 

O método foi bastante simples, apesar do imenso acervo de mensagens que retemos ao longo dessas mais de três décadas de trabalho. Resumiu-se à seleção de mensagens de consolo e esclarecimento, organizadas de modo a permitir uma ênfase crescente dos pilares doutrinários: Fé, Esperança e Caridade, culminando com uma mensagem final de exortação ao Mestre Jesus, na forma de uma mensagem natalina, sugerindo uma sequência de leituras que culmine com as celebrações natalinas. 

Foi influenciado pela prática de alguma instituição ou fruto de uma iniciativa própria? 

Nenhuma em particular, mas do Movimento Espírita como um todo. Nossa inspiração foi e será sempre o Evangelho de Jesus e a Obra de Allan Kardec. 

O grupo encontrou dificuldades na publicação dessa obra? 

Sim. Além da dificuldade de selecionar as mensagens – pérolas entre pérolas –, há que se considerar as dificuldades inerentes ao tempo, por tratar-se de trabalho voluntário, e o custo de publicar a obra, no que fomos favorecidos pela generosidade dos proprietários da hoje extinta Charbel Gráfica e Editora, que cobrou um valor simbólico para a execução tanto do projeto gráfico quanto da impressão dos seis mil volumes que compõem a primeira edição. 

Como você vê a recepção do público espírita com relação aos livros que vêm sendo publicados?  

Em nossa atividade de divulgação, além de disponibilizarmos uma pequena biblioteca em nossas reuniões públicas, realizamos, a cada mês, uma Feira de Troca de Livros Espíritas. Essas duas atividades nos permitem afirmar que, apesar de nosso empenho em estimular a leitura do Pentateuco de Kardec, o público que frequenta as Casas Espíritas prioriza romances e livros com conteúdo de orientação espiritual, percebidos por muitos como de autoajuda, sobretudo as obras psicografadas por Chico Xavier e Yvonne A. Pereira. Em seguida, preferem os livros de caráter histórico, que tratam da evolução da humanidade terrestre. Obras de caráter mais filosófico e científico são, em geral, menos procuradas. Assim, entendemos que a inserção de conteúdos doutrinários de evangelização nos romances e textos com viés psicológico ou de autoajuda possa ser uma boa estratégia para orientar o interesse dos neófitos ao aprofundamento nas questões doutrinárias e na moral evangélica. 

Qual o papel dos escritores, dirigentes e líderes espíritas na melhoria e preservação da qualidade dos conteúdos literários espíritas? 

Fundamental, pois deles depende toda a integridade e credibilidade da Doutrina Espírita. Assim, a par de um exemplo de vida que ratifique sua atuação religiosa, os conhecimentos profundos da obra de Kardec e dos textos evangélicos, além de uma boa base cultural, se constituem, junto com a humildade, a paciência e o método científico preconizado pelo próprio Kardec, nas ferramentas essenciais para assegurar o equilíbrio entre a pureza e a contemporaneidade das mensagens e conteúdos literários relacionados à Doutrina, vis a vis a evolução da ciência e da sociedade humana. 

O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar na publicação de conteúdos mediúnicos espíritas? 

De uma maneira geral, um compromisso com Doutrina e não com grupos ou pessoas; julgando cada obra pelo valor de seu conteúdo e não pela consideração que tenhamos por esse ou aquele médium ou Grupo Espírita. Deve-se assegurar, sempre, a ausência de preconceitos, censura prévia ou qualquer restrição à liberdade de criação e produção, a par de uma profunda responsabilidade, parcimônia e maturidade na ratificação daquilo que se aceita como doutrinário, evitando radicalismos ou condenações precipitadas ao que desafie nossa compreensão ou aceitação imediata. Acolher sempre, conhecer, refletir e contribuir para corrigir eventuais desvios ou equívocos, usando o tempo, Kardec, Cristo e o progresso intelectual e científico como aliados.  

Quais os planos da SODEC em relação ao futuro? Pretende continuar a publicar? 

Por enquanto, estamos satisfeitos com os resultados de Bilhetes Fraternais. Obviamente que, em princípio, acalentamos o desejo de obter meios de produzir uma nova edição de Bilhetes Fraternais ou mesmo, caso haja recomendação da espiritualidade que nos tutela, estendermos a obra em novos volumes, ou inovar com outras publicações ao nosso alcance. Tudo isso, no entanto, ainda está em estágio embrionário. Além disso, é nossa intenção buscar ampliar nossa colaboração, preferencialmente de forma impessoal, com outros veículos de divulgação tradicionais, que já se consolidaram como meios seguros de divulgação doutrinária. Nosso foco é destacar a mensagem e não os mensageiros. 

Sua mensagem final aos nossos leitores. 

Nossa mensagem não pode ser outra que não seja agradecer a benevolência daqueles que conhecem nosso trabalho e convidar aqueles que não conhecem a se juntar a nós, no esforço de divulgar a mensagem cristã, que é o propósito da Doutrina Espírita, organizada por Allan Kardec, a partir da orientação do Espírito da Verdade, anunciado pelo próprio Cristo, como registra o Evangelho e ratificado pelas luzes que se acenderam em todo o globo terrestre, a partir de meados do século XIX e que serviram de farol à jornada do Codificador, que nos legou um mapa seguro do terreno sobre o qual devemos construir nossa fé e sua divulgação.


 
 


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