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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 420 - 28 de Junho de 2015

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, DF (Brasil)

 


A Educação sangra...


Não é necessária a ginástica mental para compreender que a situação da educação no país é nevrálgica. Os últimos acontecimentos, lamentavelmente, levam-nos a perguntar: "Até quando?". À guisa de exemplificação, citemos alguns casos.

O governo do Distrito Federal1, por exemplo, teve de recuar a censura imposta aos servidores da Educação, depois que os docentes da Escola de Música de Brasília denunciaram uma circular de cunho claramente intimidador, pois proibia funcionários e discentes de conversarem com jornalistas sobre a situação (já bastante precária) das escolas. Foi uma tentativa do governo de não mostrar a realidade e ludibriar a turba com propagandas que não refletem o contexto de quem está no front.

No CAIC2 Presidente Tancredo Neves, em Valparaíso, divisa de Goiás e o DF, discentes quebraram os objetos e partes estruturais da escola, porque a diretora era considerada rígida demais (como se exigir que o aluno não use aparelho celular em sala de aula, chegue no horário, use uniforme, dentre outros comportamentos básicos da boa convivência fossem procedimentos rígidos!).

Em Curitiba3, a tropa de choque sob a batuta de um governante do PSDB (para não falar só mal do PT), em visíveis atos de selvageria, MASSACROU os professores (não há outro vocábulo para descrever o quadro dantesco) que protestavam contra as mudanças na previdência dos servidores.

São inconcebíveis as cenas que vimos nesta semana em que, aliás, se comemora o Dia do Trabalho.

Em nenhuma outra nação séria isso ocorreria.

O mais estarrecedor é que algumas pessoas achem normal; sentem mesmo um deleite em verem os professores serem perseguidos por policiais, cães, balas de borrachas e bombas. E o mais triste (e paradoxal) é que o slogan deste país é de Pátria Educadora.

Há um acentuado desprezo aos professores. E isso já se naturalizou na sociedade, lamentavelmente. Estruge na cultura brasileira as violências físicas e simbólicas contra aquele profissional que pode envidar esforços para tornar a sociedade melhor; libertá-la da ignorância.

Lamentavelmente, porém, os pais não respeitam os professores; os discentes não respeitam seus mestres; os governantes oferecem péssimas condições de trabalho e pífios salários4...

É difícil crer que uma nação destinada a ser o coração do mundo, a pátria do evangelho trate seus docentes com tamanho repúdio, desrespeito...

Conheço vários colegas que não desejam ser professores, apesar de serem licenciados. E quais os motivos? Os acentuados problemas que essa categoria profissional está sujeita a enfrentar, já citados aqui5.

Há um completo desencanto! Porém, ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem "águias" e não apenas "galinhas".  Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. (Paulo Freire)       

Destarte, envidemos esforços para valorizar os professores; termos honra dos nossos mestres, porque sem eles não estaríamos nos empregos que usufruímos hoje. Ademais, sejamos amigos da escola, no sentido de oferecermos os melhores meios de trabalho para que os docentes e discentes possam, em conjunto, construir uma sociedade melhor.

Esta é uma tarefa que compete a cada um de nós, porque os governantes não têm interesse em esclarecer as massas, porque, desta maneira, teriam seus interesses contrariados. Para eles o obscurantismo fomenta sua estadia no poder... E isso não podemos mais permitir. Sobretudo, depois do massacre em Curitiba.

 

Referências

(1) http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/04/membros-da-escola-de-musica-de-brasilia-protestam-em-frente-ao-buriti.html

(2) http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/04/alunos-promovem-quebra-quebra-em-escola-por-causa-de-diretora-rigida.html        

(3) http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-04-29/confronto-entre-professores-e-policiais-no-parana-deixa-mais-de-100-feridos.html

(4) http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2015/04/30/professores-no-brasil-estao-entre-mais-mal-pagos-em-ranking-internacional.htm

(5) Os casos de desrespeito são tão gritantes que um aluno teve a audácia de impetrar uma ação contra um professor por ter tido seu celular “confiscado” em sala de aula. Felizmente, o juiz foi favorável ao docente e os seus argumentos exarados na decisão são brilhantes. Vale a pena conferir no seguinte endereço: http://goo.gl/bT2p7P


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita