WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 419 - 21 de Junho de 2015

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 


O Cristo convertido


Estupefato, deixei a sala de cinema após assistir ao filme Exodus (EUA, Reino Unido, Espanha; 2014), que narrou naquela visão cinematográfica a saga de Moisés e a libertação dos hebreus do jugo egípcio. Causou espanto a troca, na película, do cajado do patriarca pela espada e a sua conversão em um general, diante de um verdadeiro Deus dos exércitos, com escolhas claras entre seus filhos.

Pela mente, na saída da sala de cinema, trazendo Moisés para o contexto do cristianismo, passaram as cruzadas e as mortes em nome do Cristo, os palácios erguidos em honra ao filho do carpinteiro, as politicagens e negociatas com ares cristãos, e ainda, as guerras que povoam os noticiários e que trazem, nas suas justificativas, uma menção ao Nazareno.

Passados mais de dois mil anos, ainda persiste a ideia de um Deus sectário, de povos eleitos em detrimento de outros e no caso de Jesus, mais especificamente, uma vinculação a realezas terrenas, distante ainda de uma mensagem não compreendida, de amor ao próximo como a si mesmo.

Vemos então um Cristo convertido, que sustenta ideias e projetos estranhos a suas palavras e gestos, fossilizados na mágica alienante da “palavra de Deus”. Seguindo suas pegadas, percebemos que em alguns momentos históricos, por conta de forças econômicas e políticas, a mensagem evangélica foi se deturpando ao sabor dos interesses, pela força das circunstâncias aliada a fraqueza dos homens.

Jesus disse claramente que seu reino não era deste mundo, discussão que Kardec traz no Capítulo II de O Evangelho segundo o Espiritismo. Uma reflexão profunda e necessária, no sentido de que buscamos trazer o Cristo para as nossas medidas, como fizeram os gregos no antropomorfismo de seus deuses. Buscamos adaptar Jesus, converter o Cristo em um símbolo para justificar nossas ações reprováveis e não um modelo para as nossas atitudes, na indicação da pergunta 625 de O Livro dos Espíritos.

Assim, vemos passar pelo mundo e pelas falas o Cristo, com roupagens de general, de galã de cinema, de soberano com riquezas, e até Jesus como Deus, uma falácia que se desmonta ao olharmos a nossa condição na imensidão do universo. Esquecemo-nos do papel que ele mesmo escolheu nessa encarnação, um humilde filho de carpinteiro.

Para nós, espíritas, o Cristo se apresenta como modelo e fonte de ensinamento, como um Mestre. Não figura como salvador, a carregar nossas mazelas. Não figura como ente exclusivista, a defender seu povo eleito. Não se apresenta como figura acima do bem e do mal. Trata-se de um irmão maior, na nossa longa estrada da evolução.

O Cristo não é o que queremos, o que nos convém. Para além da temporalidade de nossos poderes terrenos, pairam suas palavras e exemplos, carentes de interpretações mais realistas que sustentem não os sonhos bélicos e de poder e sim a construção do homem novo, reconhecido pelo amor em seus atos. 


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita