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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 418 - 14 de Junho de 2015

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 

 

O que temos para agora?...


Perfeição! Perseguida encarniçadamente por tantos! Mas será que ela existe?...

Mesmo os Mestres da Luz que estiveram entre os homens nalgum momento, em alguma época distante, enfrentaram os nossos mesmos desafios e dilemas! Não nasceram prontos, assim como continuam não prontos! Saibam! Apenas com outros rostos, e em diversificados contextos evolutivos, mas o fato é que, hoje, esses Seres existem em situação de perfeição relativa - tanto em relação a nós mesmos, quanto a muitos que os antecederam na caminhada evolutiva. Como estudantes da cadeira universitária que já deixaram para trás, de há muito tempo, os exercícios, algum dia difíceis, dos bancos do ensino fundamental, mas que ainda não atingiram as excelências inimagináveis do porvir das culminâncias intelectuais!

E assim acontece com nossos próprios níveis primários de existência e de compreensão da vida, quanto aos acontecimentos que encontramos a todo momento, como consequências naturais dos jogos individuais do livre-arbítrio individual e coletivo. Portanto, é fácil entender que trata-se de ilusão o conceito de perfeição perseguido por muitos, e responsável, talvez, por mais de noventa por cento de nossa carga diária de preocupações e de estresse.

Como, portanto, lidar com a imensa cota inevitável de frustração inconsciente, envolvida neste processo ininterrupto de se perseguir um desempenho satisfatório, tanto nas coisas que nos dizem respeito exclusivo, quanto no que pretendemos atingir a conta de metas pessoais, profissionais e de interatividade com o próximo?

Comuns, nos dias atuais, os comentários a respeito da sensação de que o tempo - aquele percentual convencional das vinte e quatro horas diárias - encolheu, em contrapartida à multiplicidade de realizações pretendidas, que se expande a olhos vistos, em era de interatividade e atividade intensa num mundo globalizado. Assim, faz-se necessário o bom senso de se minimizar a perspectiva de urgência do nosso universo de realizações, para que caibam no raio do nosso alcance!

O que temos, portanto, para este minuto? Para a próxima meia hora? Para esta tarde, e para hoje? Imprescindível o exercício constante de subdivisão dos nossos objetivos, como em gavetas compartimentadas de tempo, para que melhor focalizemos neste minuto, e no do porvir, daqui a uma ou duas horas - de forma a que alcancemos a capacidade de nos mantermos no agora!

Para que, de fato, possamos lidar com o que temos para este instante, do melhor modo possível, porque, um dia, perceberemos, com bastante clareza, que este instante é tudo o que temos, desde sempre, e para sempre! E que neste instante é que nos compete o que possamos fazer de melhor dele, em favor de nós mesmos, e daquilo e de quem se nos apresente. Pois de nossas reações a este momento pequeno, e a um só tempo eterno - desde que este instante, sendo tudo o que temos, contenha nada menos que a eternidade -, dependerá a qualidade do contexto do nosso incessante porvir!

E isso nada tem a ver com perfeição, ou com a paranoia nutrida diariamente nos cenários humanos atuais, na fata morgana inerente ao jargão "nunca nada nem ninguém é bom o suficiente, e sempre se pode ser ou fazer melhor"! Pois, no contexto em que via de regra é utilizado - o de se menosprezar e minimizar a capacidade alheia em proveito próprio -, trata-se, essa assertiva, de falácia, geradora de lastimável neurose coletiva, que não permite a ninguém relaxar em si mesmo, no seu próprio tempo, no seu ritmo pessoal e na certeza da riqueza fecunda existente em sua individualidade única! Engodo, criado apenas para se atender a metas doentias de produtividade nos padrões consumistas, de um mundo viciado em encarar a vida humana sem valor em si, para além de mera peça de uma engrenagem que deve funcionar a todo custo, e segundo exigências implacáveis, no mais das vezes, voltadas apenas aos resultados do lucro!

Fatalmente, amigo leitor, mais à frente se constatará o imenso vazio existencial próprio de um tal parâmetro predador da vitalidade humana! Porque a tal perfeição, perseguida de maneira obsessiva em qualquer setor existencial, se revelará, simplesmente, impraticável!

Sem margem a dúvidas, sempre haverá mais a se fazer, transformar, revisar, mudar, arrumar; mais a se resolver quando se finda aqui, ali, e mais adiante; a se criar e reformar em nós mesmos, e nos ambientes que nos cercam, ao sabor das circunstâncias!

Sempre se incorrerá em enganos, que são meras chaves de aprendizado, e jamais daquela culpa original pela qual, segundo algumas teorias equivocadas, devemos nos autopunir eternamente!

Sempre uma releitura! Um novo olhar sobre velhas situações! Um retoque em como se reagir a tempos renovados!

Sempre, para todos nós, o se estar em xeque, imersos em desafios, dilemas, e conflitos; sob o toque da pedra de burilamento pela qual nos refinamos e melhoramos, em regime de relatividade de contextos e de épocas!

Portanto, cuidemos de nossos lares e companhias diárias, de objetos, lazeres; de nossas necessidades de descanso e de atividade, e da criatividade, com maior soma de desapego e de descontração... De auxiliar, e de recorrermos a auxílio, de nos empenharmos em conquistar e em prosperar - mas mantendo viva a lembrança de que a chave será, a qualquer tempo, o nos atermos ao que temos para hoje - para agora!

Desapegarmo-nos de metas perfeccionistas e de preocupações a longo prazo, que, em absolutamente nada, nos auxiliarão a melhorar o que temos para agora! Para hoje! Para este único instante, que, em verdade, é tudo o que temos, e o que determinará como será a qualidade dos nossos agoras de depois!


 

 


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