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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 417 - 7 de Junho de 2015

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 


“Não matarás!”

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo:
Não resistais ao mal; mas se alguém vos bater na face direita, oferecei-lhe
também a outra.” Jesus (Mt 5:38-39).


O Doutor George G. Ritchie1 integrava a equipe médica das tropas aliadas, na Europa, ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, onde conheceu, num campo de concentração, um judeu polonês muito especial. Falava fluentemente inglês, francês, alemão e russo, tão bem quanto o polonês.

Por sua postura ereta; olhos brilhantes e extraordinária energia, o médico acreditava que ele estava ali há pouco tempo.

Ajudava na solução de todo tipo de problemas. Parecia infatigável: trabalhava de 15 a 16 horas por dia, sem dar sinais de fraqueza. Todos cansados e ele dizia: “Temos tempo para isso, meu velho. Está esperando o dia inteiro para ver-nos.”

Brilhava-lhe no rosto a compaixão pelos companheiros de prisão.

Um dia, o Dr. George descobriu que aquele homem estava no campo desde 1939! Por seis anos vivera com dieta de fome, dormira em cabanas insalubres, sem ar, mas conservara sua saúde física e mental. Era espantosa sua resistência!

Grupos de judeus oriundos de vários países, que se odiavam mutuamente e brigavam entre si, consideravam-no um amigo e o respeitavam.

À época, em muitos campos, judeus libertados empunhavam armas e saíam a matar alemães das aldeias mais próximas – mulheres, idosos e crianças, que também haviam sido vítimas das agruras que a guerra a todos impõe.

Para evitar isso, o polonês falava aos diversos grupos, aconselhando-lhes o perdão.

“– Para alguns deles, não é fácil perdoar. Muitos perderam membros da própria família.”

O polonês, em resposta ao Dr. Ritchie, falou pela primeira vez de si mesmo:

“– Morava num bairro de Varsóvia, com a mulher, duas filhas e três filhos. Foram metralhados em minha presença, pelos alemães. Supliquei-lhes que me matassem também, mas porque falava alemão, pouparam-me para o trabalho. Tinha que decidir no ato se passava a odiar os jovens soldados. Era advogado e sabia o que o ódio podia fazer às pessoas, aos seus corpos e às suas mentes!”

Naquele momento crucial, optou pelo perdão, pelo amor e pela vida, na mais importante decisão de sua existência! “Decidiu que, fosse qual fosse o tempo que lhe sobrasse de vida, iria empregá-lo no amor a todo ser com quem viesse a entrar em contato.”

Opção que lhe trouxera equilíbrio à mente e ao corpo. Salutar, o amor o salvara e fizera dele um ser incansável e útil ao próximo. 

A cólera gera a violência. O ódio tudo destrói: a alegria, a esperança e a paz!

“Todos somos contra a violência, mas não levamos desaforo para casa; explodimos em público, com palavrões e gestos de irritação; ouvimos o rádio na altura máxima, em casa ou no carro; usamos o carro ou a moto, sem silenciador, indiferentes ao sossego dos demais; vemos revistas e assistimos a filmes pornográficos, fomentando a agressão sexual; buzinamos forte para o carro da frente, mal o sinal de trânsito mude; somos propensos a pensar mais mal do que bem do próximo.” (Presença Espírita, Ano XIII, n. 137 - nov/86. Órgão de divulgação do C. E. ‘Caminho da Redenção’.)

As pequenas violências resultam na extrema violência dos dias de hoje. Indispensável desarmar não só fisicamente os cidadãos, mas também as mentes!

Se armas pacificassem, muitos países, entre os quais o Brasil, Israel, a Palestina, os EUA – e as várias partes do mundo aonde levam a espada –, e muitos outros, seriam campeões da paz.

Entre os Dez Mandamentos da Lei de Deus, recebidos por Moisés no monte Sinai – com duas palavras de clareza absoluta – está o quinto mandamento, que dá título a estas notas – Êxodo, 20:13. Não comporta exceções! Não fala em legítima defesa.

No episódio da prisão de Jesus, “(...) Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote (...)”. Jo 18:10.

“Então Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” Mt 26:52.

“Não resistais ao mal: mas se alguém vos bater na face direita, oferecei-lhe também a outra.” Mt 5:39.

Jesus não só preceituou, mas exemplificou a não resistência ao mal. Nessa passagem, mas também diante de Pilatos e em todo o seu calvário. Na hora extrema, rogou ao Pai por toda a humanidade. “Que não sabe o que faz”... ainda hoje!

O Divino Mestre sabe que resistir ao mal leva-o ao crescimento. É como jogar gasolina no incêndio que se quer apagar. Ou beber água salgada, para aplacar a sede! Não é o que vemos no mundo dito moderno?

“Ninguém tem o direito, em caso algum, de atentar contra a vida de seu semelhante: é um crime aos olhos de Deus, que vos traçou a linha de conduta que tendes de seguir. (...)

Enquanto na Terra correr uma gota de sangue humano, vertida pela mão dos homens, o verdadeiro reino de Deus ainda se não terá implantado aí, reino de paz e de amor, que há de banir para sempre do vosso planeta a animosidade, a discórdia, a guerra.” 2

“Quando o homem gravar na própria alma os parágrafos luminosos da Divina Lei, o (...) cárcere cerrará suas portas (...).

Canhões serão convertidos em arados. Homens de armas volverão à sementeira do solo. O ódio será expulso do mundo. As baionetas repousarão.

As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte, mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.        A justiça será ultrapassada pelo amor.” 3 

No referendo de 23.10.05, os brasileiros perdemos a oportunidade de antecipar o futuro, ao não votar pelo desarmamento, e optar pela vida! Triunfaram os que ignoram que, ao matar corpos, tornam invisíveis os que praticam o mal!

Somente a educação moral nos levará à Paz, eis que apenas o conhecimento da Verdade realmente liberta! (Jesus: Jo 8:32).

Por enquanto, podemos construir a paz dentro de nós e à nossa volta, no dia a dia, sendo mais gentis, mais tolerantes, mais solidários, buscando aviar as receitas e os exemplos de Jesus!

 

Referências:

1. RITCHIE, George G. Voltar do Amanhã.  6. ed. Nórdica: Rio de Janeiro, 1980, p. 106-108;

2. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 120 ed. FEB: Rio de Janeiro, 2002.  Cap. XII, it. 11, p. 205;

3. XAVIER, Francisco C. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 6.ed. FEB: Rio de Janeiro, 1979. Cap. 41, p. 93.


 

 


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