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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 417 - 7 de Junho de 2015

ELENI FRANGATOS
eleni.moreira@uol.com.br
Vinhedo, SP (Brasil)

 


Humildade


Amigo(a) leitor(a), quando você leu o título deste artigo, muito provavelmente pensou em Jesus.

E aí nos perguntamos: “o que é HUMILDADE”? O que é ser humilde?

Sabemos que as palavras vão sofrendo alterações semânticas ao longo dos anos. Por vezes, chegam até a uma conceituação quase que contraditória. Já na sua origem, há termos que, de acordo com sua propagação, via erudita ou via popular, seu significado já se diferencia. Imaginemos dois mil anos mais tarde... HUMILDADE é um desses termos, um dos que mais é interpretado subjetivamente. Por isso, provoca tantos desentendimentos, julgamentos inadequados e reflexão.

James C. Hunter em seu livro “Como se tornar um Líder Servidor – Os Princípios de Liderança de O Monge e o Executivo” magistralmente disserta sobre HUMILDADE. Diz ele: “Como o seu oposto é arrogância, vaidade ou orgulho, muitas pessoas associam erradamente humildade com passividade, modéstia ou até mesmo com baixa autoestima (tenham pena de mim)”. E continua: “Muito pelo contrário. Os líderes humildes... quando atingidos em sua escala de valores, princípios morais e senso de justiça, podem ser tão destemidos quanto um leão”. “Eles sabem que vieram ao mundo sem nada e que partirão sem nada e, por isso mesmo, aprenderam a se controlar e a não ser egoístas”.

Hoje, a maioria das pessoas acredita que ser humilde é ser bonzinho, é tudo perdoar ao próximo, permitindo que nosso próximo se arrogue o direito de nos ofender enquanto “humildemente” permanecemos em silêncio, serenos e impávidos, porque somos HUMILDES... E é assim que, em nome de uma falsa humildade, viramos seres amorfos, verdadeiros “capachos” à superfície, o famoso bonzinho só “para inglês ver”, mas, por dentro, quantas vezes descobrimos seres revoltados, invejosos, querendo impor sua autoridade, com um ego do tamanho de um bonde, manipulando, controlando e destilando venenos, vinganças, sempre com um sorriso de beatitude afivelado no rosto. É, meus amigos, a carne é fraca e a nossa reforma íntima também o é!

Voltando a Jesus. Ele não tinha nada de “bonzinho”, Ele tinha, sim, uma compaixão universal, profunda, magnânima, CONSTANTE, CONTÍNUA, PERMANENTE, sabia perdoar sem compactuar, e aceitou a cada um de nós como somos, compreendendo nossas qualidades e defeitos.

A verdadeira HUMILDADE, a humildade de Jesus, caracteriza-se pela firmeza ideológica. Ele sabia o que ensinava e como fazê-lo, e não recuou um milímetro sequer na convicção de seus Ensinamentos, da Palavra. Nunca fez como nós que, quantas vezes, ao simples embate de alguma ideia antagônica –, principalmente se vier de alguém a quem devemos algum favor, por quem temos alguma simpatia, ou a quem temos que nos sujeitar ao seu mando, às vezes até por interesses financeiros –, recuamos e entramos no “bem, talvez sim, talvez não, não foi exatamente isso que eu disse”, tentando ser conciliadores e nos darmos bem com todos. Sendo um símbolo da verdadeira HUMILDADE, a palavra de Jesus era sim, sim, e não, não! E, por ser assim, nunca deixou de ser menos humilde.

A pessoa verdadeiramente HUMILDE é amorosa. Quem é humilde se respeita primeiro, conhece sua essência, sabe quem é e para onde vai, e não fica mudando sua verdade como folha seca levada pelo vento.

Poucos são aqueles que alcançam a verdadeira HUMILDADE, a essência do amor, porque poucos são aqueles que procuram e alcançam sua própria essência e que se doam num amor universal e divino sem criar expectativas, sem pensar no retorno. Os humildes seguem suas vidas sem se preocupar na não aceitação por parte dos outros. Não perdem seu tempo e nem gastam suas energias com este tipo de pensamentos. 

Esses são os verdadeiramente HUMILDES, os iluminados, aqueles que se amam e sabem amar o próximo, são os que, aqui e acolá, quebram os elos negativos que tolhem e amordaçam a humanidade em geral. São os que trazem um refrigério para o nosso coração sem nada nos cobrar, sem nos pressionar, respeitando a nossa individualidade. Envoltos em luminosidade, vivem suas vidas espalhando o verdadeiro e desinteressado amor pelo próximo; souberam e sabem se amar – Buda, Jesus Cristo, São Francisco de Assis. E exemplos mais recentes, Mahatma Ghandi; Sua Santidade, o Dalai Lama; Madre Teresa de Calcutá, o Papa João Paulo II, o nosso Chico Xavier e agora o Papa Francisco, entre muitos outros.  

Repare que estes HUMILDES, assim como todos os outros que você possa recordar ao longo da História, primeiro se reestruturaram. Afastaram-se da multidão, começaram por conversar consigo mesmos, se interiorizaram, tornaram-se serenos. Aprenderam a conhecer suas virtudes e suas fraquezas, aceitaram-se plenamente. Depois, colocaram metas em suas vidas. Não as mudaram constantemente ao sabor da opinião pública, de qualquer interesse de marketing, daquilo que é hoje politicamente correto! Permaneceram firmes e fiéis nas suas convicções, na sua ideologia, na sua verdade, mesmo quando violenta e brutalmente contestados. Aprenderam a ser humildes e amorosos com eles mesmos. E não tiveram como propósito de vida agradar aos outros. Nem se preocuparam com isso, apenas foram em frente e... os outros foram até eles! Parafraseando Mário Quintana, “cuide de seu jardim e as borboletas virão por si”. 

Repare que estes líderes são humildes, mas não são "capachos". A verdadeira humildade deles, que os fez líderes, tem por base a firmeza na sua ideologia sem imposição, porém assertiva, apenas com base na certeza que vem de alguém que tem um bom caráter, e de coração bondoso, amoroso – a pessoa que é do BEM, aquela pessoa que tem a noção exata de que somos todos iguais e que ninguém é nem mais e nem menos do que qualquer outro semelhante.

Acredito que esta é a HUMILDADE de Jesus!


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita