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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 417 - 7 de Junho de 2015

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)

 

 

Afinal, somos os “patrões”...


Abro os jornais todos os dias e só vejo notícias desagradáveis, pessimistas, desalentadoras, “pra baixo”. Parece-me ler, ou melhor, ouvir uma orquestra regida por maestro negligente dirigindo maus músicos que entoam uma canção única, como se fosse um mantra do mal.

Lembro-me de que, ao cursar o antigo “Colegial” – início dos anos 1970 -, um dos meus professores passou à classe um teste vocacional. Feita a avaliação, coube-me uma sugestão principal: jornalismo. Confesso que me senti um tanto vaidoso, pois aquela indicação para um jovem como eu que gostava das letras, dava certo “status”.  Uma segunda opção seria advocacia. Nem uma coisa, nem outra: enveredei pelo ramo contábil, mais pelas circunstâncias do que por gosto meu.

Atualmente, ao folhear os jornais, não sei se posso considerar aquela vaidade como justificável, e me espanto com o teor das matérias que leio. Não me refiro aos escândalos propriamente (Ai daqueles por quem venham os escândalos! - Mateus, V: 29-30), que sempre existiram e a Imprensa sempre os explorou, mas a certa “vocação” de muitos profissionais do jornalismo para o ruim, o desastroso, o destrutivo, a perfídia. É como se tivessem saído da Universidade com pleno domínio das técnicas de como dar a má notícia. O que se lê nos principais jornais é quase sempre o lado negativo, espetaculoso do fato, raramente o contrário. E na programação jornalística de TV talvez seja pior. Assisti um dia destes, a uma âncora de um jornal famoso, depois de uma sequência de notícias escabrosas, ficar pálida como se fosse ter uma síncope e, logo em seguida, dizer que ia mudar de assunto, entrar com uma reportagem sobre moda (!).

Num país imenso como o Brasil (para falar só de nós), com duzentos milhões de habitantes, há que ter muita gente fazendo coisa boa, digna, útil, servindo de exemplo para o semelhante. Construindo, educando, pensando sério, agindo sério, de modo que não é tão difícil assim dar boas notícias. Mas não se vê isso em boa parte da Imprensa, que parece ter-se transformado numa sofisticada indústria das más notícias.

Como deve sofrer o verdadeiro jornalista tendo que servir a causas pequenas e transitórias a que é obrigado a pautar, diária e incessantemente. Tanto que já se chegou a dizer que “boa notícia não dá ibope”. Não podemos aceitar que a mídia jornalística seja tão somente reprodutora dos acontecimentos. Isso seria negar que a população fosse capaz de produzir coisas boas.  

Temos que reagir, selecionando o que é melhor para nós, afinal, somos os “patrões”. Não somos obrigados a encher nossa mente, nosso coração, nossa casa, de vibrações pesadíssimas, sob a falsa alegação de que estamos sendo informados.

De tanto exporem os defeitos e as desgraças da sociedade, meticulosamente recolhidos nas choupanas ou nos palácios, nos becos e nas grandes avenidas; de tanto seguirem cartilhas já ensebadas que priorizam a audiência e o choque psicológico no público, muitos destes jornalistas acabam se acostumando e se esquecem da finalidade da sua função: prioritariamente informar e esclarecer, e não deprimir o leitor ou espectador.

Repito: há muita coisa boa acontecendo, a ser trabalhada pelos jornalistas nesse Brasil grande, que poderia ajudar bastante na sua construção e “reconstrução”, principalmente nesse período de crise transitória, e depois dela ainda. Não podemos viver só de crise. Precisamos de ideias e iniciativas corajosas, de pensamentos construtivos, de emoções saudáveis, de esperança viva, de bons exemplos, de notícias que mostrem o lado bom do homem e da vida. 

Allan Kardec, na Revista Espírita de 1858, já enfrentava esse comportamento sensacionalista da Imprensa, afirmando que o Espiritismo – enquanto coisa séria – não era tratado por ela senão com pilhérias e desprezo, ao passo que se dava grande espaço aos acontecimentos mais vulgares. Em 1868, na mesma “Revista”, Kardec é mais explícito: “É desagradável que os jornais tenham menor pressão em reproduzir as boas ações, em geral, do que os crimes e os escândalos. Se há um fato que testemunha a perversidade humana, pode-se estar certo de que será repetido em toda a linha, como atrativo à curiosidade dos leitores. O exemplo é contagioso. Por que não pôr antes, aos olhos das massas, o do bem e não o do mal?”

Se por um lado não podemos viver alienados do mundo, por outro não é justo que, ao abrir os jornais toda manhã, ou ligar a TV, nos deparemos sistematicamente com o trabalho escravo de alguns jornalistas submetidos a editorias egoístas e materialistas que poderiam, se quisessem, colaborar, e muito, com a paz geral, a educação de todos, e a consolidação de valores morais na sociedade, mas que, a mim e a tantos, têm feito um grande mal.

Reduzir tudo quanto adotamos por simples hábito e não nos interessa verdadeiramente, e escolher sempre, para o nosso próprio bem, o que nos possa trazer acréscimos, creio que seja uma solução ao nosso alcance.


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita