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Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 9 - N° 416 - 31 de Maio de 2015

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

A Gênese

Allan Kardec

 (Parte 55)
 

Damos continuidade ao estudo metódico do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 6 de janeiro de 1868. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do presente texto. 

Questões para debate

A. Como se explica o pressentimento que algumas pessoas têm acerca dos acontecimentos futuros?

B. As percepções dos Espíritos quanto ao passado e ao futuro dependem de qual fator?

C. A encarnação do Espírito amortece suas percepções espirituais?  

Texto para leitura 

1071. Um só rebanho e um só pastor – Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que também a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um único pastor. (João, cap. X, v. 16.)

1072. Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parecerá isso, tendo-se em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva da verdade. Todas querem a unidade, mas cada uma se lisonjeia de que essa unidade se fará em seu proveito e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão, no que respeita às suas crenças.

1073. Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem. Os povos do mundo inteiro já confraternizam, como os das províncias de um mesmo império. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á pelo desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar cada dia mais os erros materiais sobre que tais dissidências assentam e a destacar pouco a pouco das suas fiadas as pedras estragadas.

1074. Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto de sua ignorância das leis da Natureza, a Ciência não poderá destruir, malgrado a opinião de alguns, o que é obra de Deus e eterna verdade. Afastando os acessórios, ela prepara as vias para a unidade.

1075. A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, conforme a multiplicidade dos seus dogmas particulares. Mas, em virtude do processo de imutabilidade que todas professam, a iniciativa das concessões não poderá partir do campo oficial. Em lugar de tomarem no alto o ponto de partida, tomá-lo-ão embaixo, por iniciativa individual.

1076. No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião que terá de congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem exclusivista nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais em harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais.

1077. O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a ideia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência. Quando elas se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo e que ele é o mesmo que elas adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus; quando se puserem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, compreenderão que, sendo um único o Ser supremo, uma única tem que ser a vontade suprema; estender-se-ão as mãos umas às outras, como os servidores de um mesmo Mestre e os filhos de um mesmo Pai e, assim, grande passo terão dado para a unidade.

1078. Advento de Elias – Então, seus discípulos lhe perguntaram: Por que, pois, dizem os escribas ser preciso que, antes, venha Elias? Jesus lhes respondeu: É certo que Elias tem de vir e que restabelecerá todas as coisas. Mas eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram; antes o trataram como lhes aprouve. É assim que farão morrer o Filho do homem. Então, seus discípulos compreenderam que era de João Batista que ele lhes falara. (Mateus, cap. 17, versículos 10 a 13.)

1079. Elias voltara na pessoa de João Batista. Seu novo advento é anunciado de modo explícito. Ora, como ele não poderia voltar, senão tomando um novo corpo, aí temos a consagração formal do princípio da pluralidade das existências.

1080. Anunciação do Consolador – Se me amais, guardai os meus mandamentos e eu pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê; vós, porém, o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito. (João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

1081. Entretanto, digo-vos a verdade: Convém que eu me vá, porquanto, se eu não me for, o Consolador não vos virá; eu, porém, me vou e vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo no que respeita ao pecado, à justiça e ao juízo: no que respeita ao pecado, por não terem acreditado em mim; no que respeita à justiça, porque me vou para meu Pai e não mais me vereis; no que respeita ao juízo, porque já está julgado o príncipe deste mundo. Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas presentemente não as podeis suportar. Quando vier esse Espírito de Verdade, ele vos ensinará toda a verdade, porquanto não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tenha escutado e vos anunciará as coisas porvindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que está em mim e vo-lo anunciará. (João, cap. XVI, vv. 7 a 14.)

1082. Esta predição, não há contestar, é uma das mais importantes, do ponto de vista religioso, porquanto comprova, sem a possibilidade do menor equívoco, que Jesus não disse tudo o que tinha a dizer, pela razão de que não o teriam compreendido nem mesmo seus apóstolos, visto que a eles é que o Mestre se dirigia. Se lhes houvesse dado instruções secretas, os Evangelhos fariam referência a tais instruções.

1083. Ora, desde que ele não disse tudo a seus apóstolos, os sucessores destes não terão podido saber mais do que eles, com relação ao que foi dito; ter-se-ão possivelmente enganado, quanto ao sentido das palavras do Senhor, ou dado interpretação falsa aos seus pensamentos, muitas vezes velados sob a forma parabólica.

1084. As religiões que se fundaram no Evangelho não podem, pois, dizer-se possuidoras de toda a verdade, porquanto ele, Jesus, reservou para si a completação ulterior de seus ensinamentos. O princípio da imutabilidade, em que elas se firmam, constitui um desmentido às próprias palavras do Cristo.

1085. Sob o nome de Consolador e de Espírito de Verdade, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera. Logo, não estava completo o seu ensino. E, ao demais, prevê não só que ficaria esquecido, como também que seria desvirtuado o que por ele fora dito, visto que o Espírito de Verdade viria tudo lembrar e restabelecer todas as coisas, isto é, pô-las de acordo com o verdadeiro pensamento de seus ensinos.

1086. Quando terá de vir esse novo revelador? É evidente que se, na época em que Jesus falava, os homens não se achavam em estado de compreender as coisas que lhe restavam a dizer, não seria em alguns anos apenas que poderiam adquirir as luzes necessárias a entendê-las.

1087. Para a inteligência de certas partes do Evangelho, excluídos os preceitos morais, faziam-se mister conhecimentos que só o progresso das ciências facultaria e que tinham de ser obra do tempo e de muitas gerações. Se, portanto, o novo Messias tivesse vindo pouco tempo depois do Cristo, houvera encontrado o terreno ainda nas mesmas condições e não teria feito mais do que o mesmo Cristo.

1088. Ora, desde aquela época até os nossos dias, nenhuma grande revelação se produziu que haja completado o Evangelho e elucidado suas partes obscuras, indício seguro de que o Enviado ainda não aparecera.

1089. Qual deverá ser esse Enviado? Dizendo: «Pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador», Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele, pois, do contrário, diria: «Voltarei a completar o que vos tenho ensinado». Não só tal não disse, como acrescentou: A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós.

1090. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade.

1091. O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado anteriormente (A Gênese, cap. 1, nº 30), todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já descobrira, faz que se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incredulidade considerava inadmissível. Teve precursores e profetas, que lhe pressentiram a vinda. Pela sua força moralizadora, ele prepara o reinado do bem na Terra.

1092. A doutrina de Moisés, incompleta, ficou circunscrita ao povo judeu; a de Jesus, mais completa, se espalhou por toda a Terra, mediante o Cristianismo, mas não converteu a todos; o Espiritismo, ainda mais completo, com raízes em todas as crenças, converterá a Humanidade.  

Respostas às questões propostas

A. Como se explica o pressentimento que algumas pessoas têm acerca dos acontecimentos futuros?  

Como o homem tem de concorrer para o progresso geral e como certos acontecimentos devem resultar da sua cooperação, pode convir que, em casos especiais, ele pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o encaminhamento e de estar pronto a agir, em chegando a ocasião. Por isso é que Deus, às vezes, permite que se levante uma ponta do véu, mas sempre com fim útil, nunca para satisfação de vã curiosidade.  

Tal missão pode, pois, ser conferida, não a todos os Espíritos, porquanto muitos há que do futuro não conhecem mais do que os homens, porém a alguns Espíritos bastante adiantados para desempenhá-la. Ademais, as revelações dessa espécie são sempre feitas espontaneamente e jamais, ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta. (A Gênese, cap. XVI, itens 1 a 5.)

B. As percepções dos Espíritos quanto ao passado e ao futuro dependem de qual fator?

A extensão das faculdades perceptivas dos Espíritos depende da efetiva elevação deles. Essa faculdade lhes é inerente ao estado de espiritualização, ou, se o preferirem, de desmaterialização. Quer isto dizer que a espiritualização produz um efeito que se pode comparar, se bem muito imperfeitamente, ao da visão de conjunto que tem o homem colocado sobre a montanha.

Esta comparação objetivava simplesmente mostrar que acontecimentos pertencentes ainda, para uns, ao futuro, estão para outros no presente e podem assim ser preditos, o que não implica que o efeito se produza de igual maneira.

Para, portanto, gozar dessa percepção, não precisa o Espírito transportar-se a um ponto qualquer do espaço. Pode possuí-la em toda a sua plenitude aquele que na Terra se acha ao nosso lado, tanto quanto se achasse a mil léguas de distância, ao passo que nós nada vemos além do nosso horizonte visual. (A Gênese, cap. XVI, itens 7 a 10.)

C. A encarnação do Espírito amortece suas percepções espirituais?

Sim. A encarnação amortece-a, sem, contudo, a anular completamente, porque a alma não fica encerrada no corpo como numa caixa. O encarnado a possui, embora sempre em grau menor do que quando se acha completamente desprendido; é o que confere a certos homens um poder de penetração que a outros falece inteiramente, maior agudeza de visão moral e compreensão mais fácil das coisas extramateriais. (A Gênese, cap. XVI, itens 8 a 10.)


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita