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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 413 - 10 de Maio de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 20)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. É correto dizer que a mediunidade, em sua expressão orgânica, é faculdade do Espírito?

Sim. É faculdade do Espírito, que se veste de células para permitir a exteriorização dos fenômenos de origem espiritual. E sua educação exige, entre outros fatores, a interiorização do indivíduo, silenciando tormentos, para melhor perceber, na interação mente-corpo, o que acontece à sua volta. Sem o equilíbrio psicofísico mui dificilmente se captam corretamente as paisagens e a vida fora da matéria. (Trilhas da Libertação. Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 164 e 165.)

B. Chegará um dia em que a faculdade mediúnica se tornará generalizada na Terra e admitida como um novo sentido, não mais como uma faculdade paranormal?

Sim. À medida que o homem e a mulher deem atenção às suas faculdades psíquicas, desenvolvendo-as com cuidado e atenção, desdobrá-las-ão, favorecendo-se para o futuro, quando a mediunidade deixará de ser classificada no âmbito da paranormalidade, para se fixar como um sexto sentido, qual a denominou o professor Charles Richet. (Obra citada. Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 164 e 165.)

C. No chamado culto do Evangelho no lar é comum a participação de entidades desencarnadas?

Sim. É o que acontece no culto evangélico realizado aos domingos no lar de Ernestina, onde Manoel P. de Miranda e Fernando estavam hospedados. Nele, quase uma centena de Espíritos se faziam presentes, ao lado de encarnados cujo número não passava de 20. Alguns vinham para ajudar e um grande número, sob o amparo de familiares zelosos, ali chegava para beneficiar-se com a psicosfera reinante, ouvir os estudos e receber as vibrações de paz e ânimo, que são inerentes a esse tipo de prática. (Obra citada. Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 165 a 168.) 

Texto para leitura 

77. As impressões do que acontece à noite variam de pessoa a pessoa – Ninguém pode ignorar o heroísmo de milhões de seres que se erguem para impedir os desastres morais, deter a onda da alucinação, diminuir a miséria, encontrar terapias para as enfermidades dilaceradoras e fomentar a paz entre os indivíduos e as nações. Suas vozes, às vezes, parecem soar nos desertos dos sentimentos. Eles, porém, prosseguem. “Juntamo-nos – esclarece Miranda – a esses construtores do progresso, interessados em contribuir com as nossas experiências do além-túmulo, chamando-lhes a atenção para o fenômeno psicopatológico das parasitoses por obsessão, tão graves e cruéis quanto as outras que eles já identificaram e combatem.” Feito esse registro, Miranda conta que, horas depois, ao amanhecer, foi, juntamente com Fernando, acompanhar o despertar de alguns dos amigos que participaram das atividades espirituais em parcial desprendimento, com objetivos de observação e estudos. O Sr. Almiro apresentava-se bem disposto e otimista, e recordava-se fragmentariamente dos acontecimentos da noite, fato que lhe proporcionava imensa alegria. Mais tarde, foi chamado ao telefone por Leonardo, que narrou parte das lembranças que lhe perduravam na memória, entretecendo considerações oportunas e dizendo-se muito gratificado. Diferente era a situação de Raulinda, que, pelo hábito de fixar os fatos desagradáveis em detrimento dos bons, acreditava ter sido vítima de cruel pesadelo, no qual era perseguida por odiento adversário ameaçador, que a exaurira durante a noite. Ressumando mal-estar e pessimismo, e vacilante quanto aos próprios recursos, a jovem não considerava os de origem superior, colocados em seu auxílio, e desse modo – queixando-se dos sintomas habituais – iniciou o seu dia sem esforço pela renovação íntima. (Diálogos Esclarecedores, pp. 159 e 160; e Prejuízos e Conquistas Espirituais, pág. 161.) 

78. Como se forma e se acessa a memória – Enquanto Francisco guardou algumas reminiscências das atividades, que passaram a estimulá-lo para mais cuidadoso treinamento e educação da mediunidade, o médium Davi despertou com vivas impressões dos sucessos. Tentou concatenar as ideias, dando ordem racional ao desdobramento, porém não se interessou em aprofundar o conteúdo da mensagem recebida. Acreditando ser um missionário salvador de vidas, perdeu-se na presunção e supôs que fora alguma trama para impressioná-lo. Sentindo-se algo debilitado, ao invés de admitir como sendo consequência das suas leviandades, considerou o caso como de origem espiritual, decorrente do sonho desagradável. Recorreu então a breves exercícios físicos, olvidando-se da oração, e, prelibando o dia repleto de compromissos promissores, procurou banir da memória as lembranças positivas. O hábito salutar da oração, da reflexão ao despertar matinal, propicia o conscientizar das ocorrências espirituais durante a noite, de modo a se incorporarem ao patrimônio mental, favorecendo o enriquecimento da emoção. Inquirido por Miranda a respeito dos registos mentais, dr. Carneiro de Campos elucidou: “A questão que diz respeito à memória, à fixação dos acontecimentos, é bastante complexa. Normalmente, a memória é formada por experiências vivenciadas sob diferentes aspectos: a) através dos sentidos, embora não se memorize tudo, havendo uma seleção de aspectos ou conteúdos que mais chamaram a atenção e que permanecem; b) não se gravam as memórias de maneira global, terminante, tornando-se acessíveis ou não, após captadas as informações, sendo mais facilmente evocadas aquelas mais recentes do que as anteriores, dando-se um fenômeno de fixação logo após o seu evento, pela transferência de uma faixa superficial para outra de caráter permanente; c) as memórias podem ampliar-se, acumulando novas informações após os momentos iniciais em que adquiriram as impressões, às vezes por circunstâncias endógenas que têm lugar no organismo, sob a ação da experiência; d) as memórias, em si mesmas, são globais e não parciais; os fatores que as trazem à evocação variam e respondem pela sua fragmentação ou inteireza. Desse modo, o hábito de registrar convenientemente as informações, através da atenção, muito contribui para os resultados positivos. Os demais elementos são de natureza orgânica, encontrando-se no hipocampo e na amígdala”. Prosseguindo, acrescentou o Instrutor: “A memória tem sido muito estudada, todavia os conhecimentos a respeito dos seus mecanismos permanecem reduzidos, como nos casos do armazenamento das informações, da classificação de tipos, não sendo factíveis de momento as investigações diretas. No entanto, as suas consequências têm sido bem detectadas e catalogadas. O cérebro, onde se arquivam, é o equipamento orgânico de maior complexidade que se conhece, cujas funções múltiplas deslumbram ainda os maiores conhecedores dos seus mecanismos. Não apenas responde pela exteriorização da vida mental, mas é responsável também por quase todas, senão todas as manifestações e ocorrências físicas. Resistente e delicado ao mesmo tempo, é o conjunto eletrônico mais sensível e completo que o homem jamais conheceu”. (Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 162 a 164.) 

79. Os sonhos englobam estados parciais de desdobramento da alma – Na sequência, o Mentor falou sobre os sonhos e as superstições que os cercam, vendo neles, muitas vezes, o prenúncio de acontecimentos futuros. Amplamente estudados por Freud, Jung e pelos psicanalistas em geral, os sonhos refletem estados íntimos profundos, distúrbios orgânicos, sexuais e outros, sendo também um amplo capítulo para pesquisas pelas Ciências Psicobiofísicas e pelo Espiritismo, por englobarem os estados parciais de desdobramento do ser durante o sono natural. “Muitos estudiosos, assim como alguns charlatães – disse o Mentor –, organizaram todo um esquema de símbolos para interpretá-los, apresentando significados hipotéticos, sem qualquer sentido de realidade, porém muito do agrado da ingenuidade. Não se nega, à luz da psicanálise, o conteúdo de muitos desses símbolos e sinais, que respondem pela realidade do ser. A conscientização das memórias espirituais, dos acontecimentos, na dimensão extrafísica, decorre de disciplinas mentais, morais e do desprendimento paulatino das paixões mais grosseiras, aquelas que entorpecem as percepções do Espírito nos equipamentos orgânicos.” Quando dr. Campos silenciou, Miranda pôs-se a reflexionar, concluindo, mais uma vez, que o cultivo da vida psíquica exige disciplina e educação mental, de modo a possibilitar a vida em faixas vibratórias compatíveis. Desse modo, o ser fisiológico cede lugar ao psicológico, cujas atividades têm preponderância espiritual. A mediunidade, por isso mesmo, em sua expressão orgânica, é faculdade do Espírito, que se veste de células para permitir a exteriorização dos fenômenos de origem espiritual. A sua educação exige, entre outros fatores, a interiorização do indivíduo, silenciando tormentos, para melhor perceber, na interação mente-corpo, o que acontece à sua volta. Sem o equilíbrio psicofísico mui dificilmente se captam corretamente as paisagens e a vida fora da matéria. A sensibilidade mediúnica encontra-se presente em todas as criaturas que, vez por outra, apresentam os pródromos da faculdade, sem maiores consequências. Entretanto, a manifestação ostensiva é propriedade somente de alguns organismos, que expressam necessidades do ser reencarnado no processo de evolução. Em razão disso, descortinamos variadíssima gama, assim como graus, da percepção mediúnica. À medida que o homem e a mulher deem atenção às suas faculdades psíquicas, desenvolvendo-as com cuidado e atenção, desdobrá-las-ão, favorecendo-se para o futuro, quando a mediunidade se tornará normal, deixando a classificação de paranormalidade para se fixar como um sexto sentido, qual a denominou o professor Charles Richet. A criatura humana do futuro será portadora consciente de mais essa percepção, que hoje se lhe apresenta ainda envolta em mistérios e superstições, mas que o Espiritismo aclara e conduz com segurança. (Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 164 e 165.) 

80. Quase cem Espíritos participam do culto cristão no lar – Lembra Miranda que já encontramos na sociedade a telepatia inconsciente, a premonição, a intuição, a clarividência, entre os fenômenos anímicos, e a obsessão, direta quanto indireta, ensaiando a psicofonia, embora ainda tumultuada. O processo de evolução é irreversível e a conquista de valores enobrecedores é inevitável. À medida que o ser evolui torna-se menos grotesco, menos material, sutilizando as suas manifestações, que decorrem das aspirações cultivadas. No lar de Ernestina, onde ele e Fernando se hospedavam naqueles dias, era domingo, o dia reservado ao estudo espírita do Evangelho no lar, de alto significado para a dona da casa e para os participantes habituais, quanto para os que, como Miranda, ali estavam de passagem. A partir das dezessete horas começaram a chegar os desencarnados amigos, procedentes de comunidades diferentes. A ocasião era propiciatória a muitos júbilos, em razão das vibrações refazentes que ali se experimentavam. Verdadeiro santuário, o lar era o protótipo dos futuros ninhos domésticos de onde se irradiarão harmonias para a humanidade. A dimensão física da sala de reuniões desaparecera, cedendo lugar a um espaço amplo e acolhedor, onde quase uma centena de Espíritos podiam acomodar-se sem atropelos, embora os encarnados não devessem ultrapassar a vinte. Às dezenove horas, deram entrada os primeiros sofredores desencarnados, sob carinhoso amparo de familiares zelosos, a fim de que se beneficiassem com a psicosfera reinante, ouvissem os estudos, recebessem as vibrações de paz e ânimo para o despertar, o prosseguir em confiança. No passado da humanidade, no tempo em que não havia a conscientização lúcida sobre a vida espiritual, os Benfeitores se utilizavam dos cultos religiosos, quando se reuniam com unção para orar, ou de lares nos quais a presença de Jesus se fazia constante. Nem todos os religiosos, assim como seus pastores, eram desonestos ou irresponsáveis, tratando-se, muitas vezes, de indivíduos afetuosos, nobres, verdadeiros exemplos de dignidade e exemplificação. Por causa da defecção de alguns, não se pode generalizar o conceito negativo contra os religiosos e as religiões. Dispomos agora da Doutrina Espírita, que, no entanto, ao ser praticada, encontra muitas dificuldades e impedimentos, porque é comum, entre os indivíduos, a tentativa de se submeter as mensagens à própria interpretação, impondo seus caprichos e gerando dissídios, incompatibilizando-se uns contra os outros em tristes espetáculos de exibição do egoísmo. Quinze minutos antes do horário marcado para o início do culto, chegaram os membros da reunião, que aguardavam aquele encontro hebdomadário com certa ansiedade, tais os benefícios que hauriam, assim como os planos que formulavam para as atividades da semana. À hora convencional, os convidados estavam sentados em torno da mesa, e os Espíritos, igualmente acomodados, aguardavam a abertura do evento, quando dona Apolônia, num gesto de cortesia e distinção, convidou o dr. Carneiro de Campos a dirigir os serviços espirituais da noite. (Prejuízos e Conquistas Espirituais, pp. 165 a 168.) (Continua no próximo número.)
 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita