WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória
Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 9 - N° 413 - 10 de Maio de 2015

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

A Gênese

Allan Kardec

 (Parte 52)
 

Damos continuidade ao estudo metódico do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 6 de janeiro de 1868. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do presente texto. 

Questões para debate

A. Para libertar uma criança de uma possessão, Jesus disse que duas condições eram necessárias. Quais são elas?

B. Como Jesus curou a filha de Jairo?

C. Como se explicam as ressurreições operadas por Jesus?  

Texto para leitura 

1015. O grau da extensão das faculdades do Espírito é que, na encarnação, o torna mais ou menos apto a conceber as coisas espirituais. Essa aptidão, todavia, não é corolário forçoso do desenvolvimento da inteligência; a ciência vulgar não a dá, tanto assim que há homens de grande saber tão cegos para as coisas espirituais, quanto outros o são para as coisas materiais; são-lhes refratários, porque não as compreendem, o que significa que ainda não progrediram em tal sentido, ao passo que outros, de instrução e inteligência vulgares, as aprendem com a maior facilidade, o que prova que já tinham de tais coisas uma intuição prévia.

1016. Quanto ao futuro do Espiritismo, os Espíritos, como se sabe, são unânimes em afirmar o seu triunfo, a despeito dos obstáculos que lhe criem. Fácil lhes é essa previsão, primeiramente, porque a sua propagação é obra pessoal deles: concorrendo para o movimento, ou dirigindo-o, eles naturalmente sabem o que devem fazer; em segundo lugar, basta-lhes entrever um período de curta duração: veem, nesse período, ao longo do caminho, os poderosos auxiliares que Deus lhe suscita e que não tardarão a manifestar-se.

1017. As mais das vezes, os acontecimentos vulgares da vida privada são consequência da maneira de proceder de cada um: este, de acordo com as suas capacidades, com a sua habilidade, com a sua perseverança, prudência e energia, terá êxito naquilo em que outro verá malogrados todos os seus esforços, por efeito da sua inaptidão, de sorte que se pode dizer que cada um é o artífice do seu próprio futuro, futuro que jamais se encontra sujeito a uma cega fatalidade.

1018. Conhecendo-se o caráter de um indivíduo, facilmente se lhe pode predizer a sorte que o espera no caminho por onde haja ele enveredado.

1019. Os acontecimentos que envolvem interesses gerais da Humanidade têm a regulá-los a Providência. Quando uma coisa está nos desígnios de Deus, ela se cumpre a despeito de tudo, ou por um meio, ou por outro. Os homens concorrem para que ela se execute; nenhum, porém, é indispensável, pois, do contrário, o próprio Deus estaria à mercê das suas criaturas. Se faltar aquele a quem incumba a missão de a executar, outro será dela encarregado. Não há missão fatal; o homem tem sempre a liberdade de cumprir ou não a que lhe foi confiada e que ele voluntariamente aceitou. Se não o faz, perde os benefícios que daí lhe resultariam e assume a responsabilidade dos atrasos que possam resultar da sua negligência ou da sua má vontade. Se se tornar um obstáculo a que ela se cumpra, está em Deus afastá-lo com um sopro.

1020. Pode, portanto, ser certo o resultado final de um acontecimento, por se achar este nos desígnios de Deus; como, porém, quase sempre, os pormenores e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre-arbítrio dos homens, podem ser eventuais as sendas e os meios. Está nas possibilidades dos Espíritos prevenir-nos do conjunto, se convier que sejamos avisados; mas, para determinarem lugar e data, fora mister conhecessem previamente a decisão que tomará este ou aquele indivíduo. Ora, se essa decisão ainda não lhe estiver na mente, poderá, tal venha ela a ser, apressar ou demorar a realização do fato, modificar os meios secundários de ação, embora o mesmo resultado chegue sempre a produzir-se.

1021. É assim, por exemplo, que, pelo conjunto das circunstâncias, podem os Espíritos prever que uma guerra se acha mais ou menos próxima, que é inevitável, sem, contudo, poderem predizer o dia em que começará, nem os incidentes pormenorizados que possam ser modificados pela vontade dos homens. Para determinação da época dos acontecimentos futuros, será preciso, ao demais, se leve em conta uma circunstância inerente à natureza mesma dos Espíritos.

1022. O tempo, como o espaço, não pode ser avaliado senão com o auxílio de pontos de referências que o dividam em períodos que se contem. Na Terra, a divisão natural do tempo em dias e anos tem a marcá-la o levantar e o pôr do Sol, assim como a duração do movimento de translação do planeta terreno.

1023. As unidades de medida do tempo necessariamente variam conforme os mundos, pois que são diferentes os períodos astronômicos. Há, pois, para cada mundo, um modo diferente de computar-se a duração, de acordo com a natureza das revoluções astrais que nele se efetuam. Além disso, fora dos mundos, não existem tais meios de apreciação. Para um Espírito, no espaço, não há levantar nem pôr de Sol a marcar os dias, nem revolução periódica a marcar os anos; só há, para ele, a duração e o espaço infinitos.

1024. Quando um Espírito estranho à Terra vem aqui manifestar-se, não pode assinalar datas aos acontecimentos, senão identificando-se com os nossos usos; ora, isso sem dúvida lhe é possível, porém, as mais das vezes, ele nenhuma utilidade descobre nessa identificação.

1025. Os Espíritos que formam a população invisível do nosso globo, onde eles já viveram e onde continuam a imiscuir-se na nossa vida, estão naturalmente identificados com os nossos hábitos, cuja lembrança conservam na erraticidade. Poderão, por conseguinte, com maior facilidade, determinar datas aos acontecimentos futuros, desde que os conheçam; mas, além de que isso nem sempre lhes é permitido, eles se veem impedidos pela razão de que, sempre que as circunstâncias de minúcias estão subordinadas ao livre-arbítrio e à decisão eventual do homem, nenhuma data precisa existe realmente, senão depois que o acontecimento se tenha dado.

1026. Eis aí por que as predições circunstanciadas não podem apresentar cunho de certeza e somente como prováveis devem ser acolhidas, mesmo que não tragam eiva que as torne legitimamente suspeitas. Por isso mesmo, os Espíritos verdadeiramente ponderados nada nunca predizem para épocas determinadas, limitando-se a prevenir-nos do seguimento das coisas que convenha conheçamos. Insistir por obter informes precisos é expor-se às mistificações dos Espíritos levianos que predizem tudo o que se queira, sem se preocuparem com a verdade.

1027. A Humanidade contemporânea também conta com seus profetas. Mais de um escritor, poeta, literato, historiador ou filósofo tem traçado, em seus escritos, a marcha futura de acontecimentos a cuja realização agora assistimos. Essa aptidão, sem dúvida, decorre, muitas vezes, da retidão do juízo, no deduzir as consequências lógicas do presente; mas, doutras vezes, também resulta de uma especial clarividência inconsciente, ou de uma inspiração vinda do exterior.

1028. O que tais homens fizeram quando vivos, podem, com razão mais forte e maior exatidão, fazer no estado de Espíritos livres, quando não têm a visão espiritual obscurecida pela matéria.

1029. Ninguém é profeta em sua terra – Tendo vindo à sua terra natal, Jesus instruía-os nas sinagogas, de sorte que, tomados de espanto, diziam: Donde lhe vieram essa sabedoria e esses milagres? Não é o filho daquele carpinteiro? Não se chama Maria, sua mãe, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não se acham todas entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? E assim faziam dele objeto de escândalo. Mas Jesus lhes disse: Um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa. E não fez lá muitos milagres devido à incredulidade deles. (Mateus, cap. XIII, vv. 54-58.)

1030. Enunciou Jesus dessa forma uma verdade que se tornou provérbio, que é de todos os tempos e à qual se poderia dar maior amplitude, dizendo que ninguém é profeta em vida. Na linguagem usual, essa máxima se aplica ao crédito de que alguém goza entre os seus e entre aqueles em cujo seio vive, à confiança que lhes inspira pela superioridade do saber e da inteligência. Se ela sofre exceções, são raras estas e, em nenhum caso, absolutas.

1031. O princípio de tal verdade reside numa consequência natural da fraqueza humana e pode explicar-se deste modo: O hábito de se verem desde a infância, em todas as circunstâncias ordinárias da vida, estabelece entre os homens uma espécie de igualdade material que, muitas vezes, faz que a maioria deles se negue a reconhecer superioridade moral no indivíduo de quem foram companheiros ou comensais, que saiu do mesmo meio que eles e cujas primeiras fraquezas todos testemunharam.

1032. Sofre-lhes o orgulho com o terem de reconhecer o ascendente do outro. Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja. Os que se sentem incapazes de chegar à altura em que aquele se encontra esforçam-se para rebaixá-lo, por meio da difamação, da maledicência e da calúnia; tanto mais forte gritam, quanto menores se acham, crendo que se engrandecem e o eclipsam pelo arruído que promovem.

1033. Tal foi e será a História da Humanidade, enquanto os homens não houverem compreendido a sua natureza espiritual e alargado seu horizonte moral. Por aí se vê que semelhante preconceito é próprio dos Espíritos acanhados e vulgares, que tomam suas personalidades por ponto de aferição de tudo. 

Respostas às questões propostas

A. Para libertar uma criança de uma possessão, Jesus disse que duas condições eram necessárias. Quais são elas?  

Referindo-se a essa criança, os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que não pudemos nós expulsar esse Espírito?” Jesus respondeu: Os Espíritos desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.

Esse jejum é interpretado por autores espíritas como jejum das paixões e não a abstinência de alimentação, tal como podemos ver em Isaías, 58:5 e 6: “O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo”. (A Gênese, cap. XV, itens 31 a 33.)

B. Como Jesus curou a filha de Jairo?  

Chegando à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu uma aglomeração confusa de pessoas que choravam e soltavam grandes gritos. Entrando, disse-lhes ele: “Por que fazeis tanto alarido e por que chorais? Esta menina não está morta, está apenas adormecida”. Em seguida, tendo feito com que toda aquela gente saísse, o Mestre chamou o pai e a mãe da menina e os que tinham vindo em sua companhia e entrou no lugar onde a menina se achava deitada. Tomou-lhe a mão e disse: Talitha cumi, isto é: Minha filha, levanta-te, eu to ordeno. No mesmo instante a menina se levantou e se pôs a andar, pois contava doze anos, e ficaram todos maravilhados e espantados. (A Gênese, cap. XV, itens 37 e 38.)

C. Como se explicam as ressurreições operadas por Jesus?  

É de todo provável que nos casos de ressurreição mencionados nos evangelhos houvesse somente uma morte aparente, uma síncope, uma letargia ou um fenômeno de catalepsia, e não a morte corpórea real, como em relação à filha de Jairo o próprio Jesus declarou, positivamente: “Esta menina não está morta, está apenas adormecida”.

Dado o poder fluídico que ele possuía, nada de espantoso há em que esse fluido vivificante por ele irradiado, acionado por uma vontade forte, houvesse reanimado os sentidos em torpor e que houvesse mesmo feito voltar ao corpo o Espírito prestes a abandoná-lo, uma vez que o laço perispirítico não se havia, ainda, desatado por completo.

Para os homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixava de respirar, era compreensível que julgassem ter havido o fenômeno da ressurreição em tais casos.

A ressurreição de Lázaro de nenhum modo infirma este princípio. Aliás, tal como no caso da filha de Jairo, João informa que, referindo-se ao amigo supostamente morto, o Mestre afirmou: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo”. (João 11:11.) (A Gênese, cap. XV, itens 37 a 40.)

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita