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Brasil
Ano 9 - N° 412 - 3 de Maio de 2015
MARTHA RIOS GUIMARÃES 
marthinharg@yahoo.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 
 

16º Congresso Estadual de Espiritismo, em São Paulo, discute educação e ética 

O evento realizou-se na Arena Santos, de 18 a 21 de abril,
numa promoção da União das Sociedades Espíritas
do Estado de São Paulo

 
Tendo como tema “Para onde caminha da humanidade: amor, educação e ética”, o 16º Congresso Estadual de Espiritismo, realizado pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (com correalização da USE Regional baixada Santista e USE Intermunicipal de Santos) entre 18 e 21 de abril de 2015, aconteceu na cidade de Santos e teve como meta principal promover reflexões sobre os problemas humanos e os caminhos propostos pela Doutrina Espírita na busca por um planeta mais desenvolvido ética e moralmente. 

Realizado na Arena Santos, moderno complexo de 11 mil metros quadrados, o evento foi aberto com a conferência “Para onde caminha a humanidade?”, realizada por Antonio Cesar Perri de Carvalho. Na mesma noite, houve homenagem a Altivo Ferreira, ex-diretor da FEB, a José da Conceição Abreu, trabalhador da região da baixada Santista, e aos Centros Espíritas João Evangelista (fundado em 1880 e o mais antigo em atividade no país) e o Ismênia de Jesus (fundado em 1939), ambos localizados em Santos. 

Como sempre ocorre, tanto na abertura como no decorrer do evento, diversas atrações artísticas se revezaram no palco para deixar o ambiente ainda mais harmonioso e descontraído. Harmonia, aliás, encontrada no sorriso e eficiência de cada um dos quase 250 voluntários, de todas as idades, sempre a postos para prestar informações, oferecer o apoio necessário e dar um toque especial à vibração da grande festa.

Gostei muito do termo “líder servidor”, destaca Rosana Amado Gaspar, uma das integrantes da Comissão Organizadora e Diretora do Departamento do Livro da USE SP, ao falar dos colaboradores. Segundo ela, “um dos maiores ganhos em participar da Comissão organizadora é conhecer pessoas e ver crescer a família espiritual”. Rosana destacou, ainda, a participação de Arlete Idalecio, também membro da Comissão pela USE Baixada Santista, que desencarnou na véspera do evento, após grande e afetuosa colaboração em todas as etapas do Congresso. 

As palestras contaram com expositores de diversas regiões brasileiras 

Obviamente, os dois temas mais recorrentes nas exposições do Congresso foram Educação e Ética. Já na conferência de abertura, Cesar Perri, presidente da FEB no período de 2012 a março de 2015, enfatizou que sem educação não há caminhos para a humanidade, destacando o papel da Doutrina dos Espíritos no processo de mudança de pensamento e ação. 

Defendendo o Módulo 1, Educação para a Nova Era, Cesar Perri retornou ao palco para falar sobre “Os desafios da educação para uma nova era”, quando reafirmou a relevância do aspecto educacional e quanto o Espiritismo pode contribuir nessa tarefa, enquanto Dalva S. Souza (Federação Espírita do Espírito Santo) destacou o papel da “Educação Familiar” na formação de seres mais preparados para as relações na sociedade. 

O Módulo 2 tratou da “Ética como ciência da moral”, quando o jovem presidente da AJE SP (Associação Jurídico-Espírita de São Paulo) e promotor de Justiça em São Paulo discorreu de forma muito abrangente sobre “A Ética, a Moral, a Ciência e os Direitos Humanos”, demonstrando a diferença entre moral e ética e traçando um paralelo entre a Doutrina Espírita e os Direitos Humanos. Também participou desse módulo a expositora Anete Guimarães, do Rio de Janeiro, com o tema “Ética: Ciência ou Filosofia?”. Anete foi escolhida também para a conferência que homenageou os 150 anos de O Céu e o Inferno, obra de Allan Kardec que completa 150 anos de lançamento neste ano. Ainda dentro do segundo módulo, a médica santista Márcia Salgado demonstrou como a ética espírita pode auxiliar na regeneração planetária. 

No Módulo 3, o público ouviu palestras sobre “Amor – Plenitude da Vida”, com exposição de Alberto Almeida (Belém-PA), André Luiz Peixinho (Salvador-BA) e Heloísa Pires, da capital paulista. Com sua tradicional simpatia e conhecimento, Heloísa encantou a todos falando sobre “A construção do Homem de Bem” e como a transformação do ser se dá de forma gradual e sempre pautada no amor. Novamente a mensagem espírita foi citada como ferramenta essencial para atingir estágios mais avançados. 

Na manhã do último dia do Congresso, antes da conferência de encerramento proferida por Alberto Almeida, foram apresentadas as conclusões do Congresso, resumidas no documento intitulado “Carta de Santos”, cujos pontos principais são:
 

·              Pensar o Centro Espírita como casa, onde a família se encontra e convive de forma integrada e compartilhada, valorizando as relações interpessoais;

·              Valorizar a família como projeto divino e reunião de espíritos com vínculos afetivos;

·              Repensar a convivência de trabalhadores e dirigentes espíritas valorizando as ações e propostas de trabalho como prática da Doutrina, acima dos procedimentos formais e burocráticos;

·              Substituir qualquer tipo de isolamento das casas espíritas por maior integração, união e envolvimento de todos no movimento espírita;

·              Valorizar e incentivar a integração da criança e do jovem no Centro Espírita.

A avaliação dos organizadores quanto ao temário e às abordagens das palestras foi bastante positiva, levando em conta os aspectos do mundo moderno. De acordo com Allan Kardec Pitta Veloso, Presidente da USE Regional Baixada Santista, “vivemos uma profunda crise de valores, onde o homem moderno é chamado a reeducar-se a si mesmo pelo caminho da transformação ético-moral”. Nesse contexto, o evento ofereceu elementos importantes para reflexões e mudanças.

Oficinas: ponto alto do 16º Congresso Estadual de Espiritismo
 

Concebidas para levar informações, promovendo também debates que levem a mudanças de comportamento e aperfeiçoamento (ou implantação) de trabalhos executados no meio espírita, o Congresso ofereceu 25 oficinas que abrangeram todos os setores da Casa Espírita.
 

Wladisney Lopes e Martha Rios Guimarães

Pelo Departamento de Infância da USE SP, Martha Rios Guimarães e Wladisney Lopes apresentaram “A Literatura Infantil a serviço da Educação e da ética”. Em um país onde se lê tão pouco – pesquisa do mês de abril de 2015 revelou que no ano passado 7 entre 10 brasileiros não leram nenhum livro –, o objetivo da atividade foi demonstrar que a literatura tem papel essencial na formação de pessoas mais esclareci-

das e aptas a colaborar positivamente com a sociedade em geral. Além de uma reflexão sobre o espaço dado à criança nas Casas Espíritas, a oficina ofereceu elementos para seleção e adequação de obras a cada faixa etária, ideias de fomento à leitura, entre outros.

Para Fábio Henrique Marangoni, “as informações obtidas na oficina serão muito úteis no trabalho que executamos na Casa Espírita, junto a crianças e jovens. Infelizmente, noto que muitos adolescentes mal sabem ler e ajudá-los nesse quesito, certamente, será de grande valia”.

Como sempre ocorre quando o assunto é mediunidade, a oficina “Estudo e Prática da Mediunidade”, com Paulo Ribeiro (Diretor do setor na USE SP) e Silvio Costa, foi uma das mais procuradas e teve como proposta apresentar uma metodologia e dialogar com os participantes sobre os objetivos e princípios do trabalho.

Em uma das experiências provenientes de outros Estados do país, Humberto Portugal Karl, do Conselho Espírita do Rio de Janeiro, tratou do tema “Administração Compartilhada”, cuja proposta é a decisão compartilhada por um conjunto de pessoas de igual autoridade – algo que se fala muito na teoria, mas que muitas vezes torna-se difícil praticar em virtude do personalismo.

Outra iniciativa que despertou grande interesse no público foi a que tratou do “Centro Espírita frente aos problemas de Alcoolismo e Drogas”, cujo responsável pela exposição foi Luiz Fernando de Andrade Penteado, psicólogo e presidente da USE Regional São Paulo. Além de propor uma reflexão aprofundada sobre o problema das drogas na sociedade e a forma como as instituições espíritas devem encarar essa realidade, a oficina propôs a união de esforços para vencermos a batalha contra a destruição trazida pelas drogas.

Para Luiz Fernando, a melhor maneira de lidar com a situação é buscar com serenidade formas de ajudar e tratar as prováveis causas que levam a pessoa ao vício. “Os motivos mais comuns são relacionamento familiar, falta de perspectivas e objetivos, busca de prazer, necessidade de autoafirmação, influência dos amigos”, diz Penteado, que completa: “não podemos ser omissos, é nosso dever atuar de forma efetiva no desenvolvimento de nossa comunidade”.

Todas as oficinas foram muito elogiadas pelos participantes que, logicamente, buscaram, entre as opções, aquelas que atendiam de forma mais específica à sua área de trabalho no Centro Espírita.

Um Congresso se finda e outro desponta no horizonte

Antes mesmo do encerramento oficial, o 16º Congresso Estadual de Espiritismo demonstrou seus resultados positivos. Os mais de mil participantes elogiaram a organização de modo geral, o conteúdo oferecido e destacaram sobremaneira a importância da iniciativa para a confraternização entre os espíritas que, devido à dimensão geográfica do estado de São Paulo, não conseguem se ver pessoalmente com a frequência desejada.

Júlia Nezu, Presidente da USE São Paulo, acredita que “o conteúdo oferecido pelo evento proporcionou um convite às lideranças do Espiritismo para uma profunda reflexão e aperfeiçoamento de nossas ações em favor da paz e progresso moral na Terra”.

A pesquisa feita no final do evento revelou que os congressistas compartilham dessa opinião. Além disso, em sua maioria, as pessoas destacaram o “estar perto” como um dos maiores benefícios do evento. Para elas, uma excelente notícia: os membros do Conselho Deliberativo Estadual (reunidos na noite de 20 de abril, após as Oficinas) votaram a favor da antecipação do 17º Congresso para o ano de 2017, quando a USE São Paulo comemorará 70 anos de existência.

Dessa vez a espera para confraternizar com os companheiros de ideal será menor.


Nota:

As fotos que ilustram esta reportagem são de Álvaro Ramos.

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita