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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 408 - 5 de Abril de 2015

MILTON R. MEDRAN MOREIRA
medran@via-rs.net
Porto Alegre, RS (Brasil)

 

 

Corrupção, onde moras?
 

 

Claro que não. A corrupção não está no Legislativo. Tampouco no Executivo, no Judiciário ou na atividade privada. A corrupção está na alma humana. Rousseau recusava a ideia de que gente nascesse com ela: a convivência com o outro dela nos contamina. Já Hobbes, para quem “o homem é o lobo do homem”, sustentou estarmos todos inoculados de seu veneno. O egoísmo, combustível a nos arremessar contra o outro, só poderia ser aplacado pelo pacto social de que resultara o Estado.

Antes deles, o mito judaico da criação figurou o homem como um ser angelical, saído perfeito do sopro divino que lhe deu vida no barro. O pecado, fruto da convivência com o outro, o contaminaria.

Conceda-se um pouco de razão a cada um. Parece mesmo que viver e, especialmente, viver com o outro, nos corrompe. Como reconheceria Sartre, “o inferno é o outro”. O outro, neste momento, são o Executivo, o Legislativo, as empreiteiras, os doleiros, os partidos políticos…

Teoricamente, fizemos o pacto social que evoluiu para o Estado democrático de direito. Ele iria nos libertar da esperteza do outro e de sua maldade, sempre à espreita para nos prejudicar em benefício próprio. Mas logo se percebeu que “hecha la ley, hecha la trampa”. O leviatã que nos defenderia do outro mostrou-se incapaz de nos proteger.

Anuncia-se um pacote anticorrupção. Que outros mecanismos externos ainda poderão ser implantados? Não estão eles devidamente estruturados na Constituição, nas leis penais e de responsabilidade civil, nos tantos e tão complexos mecanismos de fiscalização, de imposição de sanções administrativas e judiciais consubstanciadas no Estado?

Tempos assim trazem um alerta para o qual, quem sabe, ainda não demos a devida atenção. Há na alma humana mecanismos internos de transformação bem mais poderosos do que todos os esforços já empreendidos para nos proteger da maldade alheia. Eles apontam para nossas próprias imperfeições. A História tem comprovado a imensa capacidade de transformações sociais e políticas conquistadas por esse poderoso elã coletivo que, agora, se revigora entre nós. Mas seremos capazes de investir o mesmo esforço no afã individual de transformação? Ou teríamos esquecido a grande lição presente nas mais caras tradições filosóficas, segundo as quais a corrupção nasce e vive na alma humana e só ali pode ser morta?


Milton Rubens Medran Moreira, jornalista e advogado, é presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (RS).
 

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita