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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 408 - 5 de Abril de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 15)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. Que ideia equivocada e bastante comum, com relação aos próprios problemas, verifica-se entre as pessoas, inclusive no seio do Espiritismo?

Segundo o dr. Carneiro de Campos, ainda viceja entre pessoas que acreditam na reencarnação, e que conhecem, portanto, a causalidade dos sofrimentos humanos, uma ideia equivocada quanto às próprias problemáticas. Tais pessoas parecem anelar pelas soluções de fora e, porque estas não chegam conforme gostariam, entregam-se ao desânimo ou à dúvida. Era esse o caso de Raulinda, a médium que esperava que o Espiritismo lhe resolvesse o problema de saúde emocional e a brindasse com um companheiro fiel e amoroso, sonho esse que é, aliás, acalentado por muitas pessoas. (Trilhas da Libertação. Ensinamentos Preciosos, pp. 119 a 121.)

B. Qual era, no caso de Raulinda, a causa real de seus distúrbios psicológicos?

Raulinda era vítima da perseguição de alguém que ela havia prejudicado no passado. A respeito disso, informou o dr. Carneiro: “O seu perseguidor foi-lhe vítima da insensatez moral, que se imprimiu nas tessituras sutis do perispírito e que ora se manifesta como insatisfação, crises periódicas de contrações, paralisias e nevralgia uterina... O fenômeno fisiológico está intimamente ligado ao distúrbio psicológico, derivado da consciência de culpa”. “Esta lhe impõe a autoflagelação e perturba as atividades nervosas normais, dando surgimento aos estados de desequilíbrio.” (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 122 e 123.)

C. Como devemos tratar casos como o de Raulinda?

Segundo o benfeitor espiritual – dr. Carneiro de Campos – “não podemos dissociar o paciente da sua enfermidade”. “Concluímos que os fenômenos perturbadores da nossa irmã têm suas matrizes no perispírito, decorrentes da conduta irregular de ontem e de severa obsessão atual, conforme estudaremos.” Dito isto, ele explicou que somente uma visão holística na área médica, examinando o enfermo como um ser global – Espírito, perispírito e matéria –, poderá ensejar-lhe uma terapia de profundidade, erradicando as causas preponderantes das enfermidades e dos transtornos de comportamento. (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 122 e 123.)

Texto para leitura

57. Os problemas de Raulinda remontavam ao passado – Quando dr. Bezerra silenciou, suave melodia dominou o ambiente, enquanto pétalas coloridas de rosas perfumadas desciam sobre todos, desfazendo-se no contato com os presentes, aromatizando-os. Logo depois, porque deveres imediatos o aguardassem, dr. Bezerra despediu-se e saiu, seguindo para a desincumbência de suas nobres tarefas. Dr. Carneiro, Fernando e Miranda retornaram, então, à Casa espírita, onde as realizações de socorro espiritual teriam desdobramentos, programadas que estavam para as duas horas da manhã. Irmão Vicente ali já estava, comandando os serviços com presteza e ordem, auxiliado por vários Espíritos amigos, enquanto alguns dos médiuns encarnados e assistentes, bem como o adversário espiritual de Raulinda, aguardavam em silêncio. A jovem médium, parcialmente desdobrada, mantinha-se sob tensão, notando-se em seu semblante conturbado as marcas dos conflitos que a aturdiam. Quando terminou a reunião e retornou ao lar, ao invés de manter o clima de otimismo do trabalho, voltara aos pensamentos pessimistas e derrotistas. Anteriormente diagnosticada como uma psicótica maníaco-depressiva por um psiquiatra, e por outro identificada como histérica, aceitara as duas hipóteses, sem esforçar-se para dar novo rumo à própria existência. Reconhecia que a frequência aos labores espíritas fazia-lhe um grande bem, contudo não conseguia a harmonia íntima que almejava. Apesar de crer nas manifestações espirituais, supunha que o fenômeno, por seu intermédio, era anímico, o que a levava a dúvidas atrozes. Lamentavelmente, ainda viceja entre pessoas que acreditam na reencarnação, conhecendo portanto a causalidade dos sofrimentos humanos, uma ideia equivocada quanto às próprias problemáticas. Tais pessoas parecem anelar pelas soluções de fora e, porque estas não chegam conforme gostariam, entregam-se ao desânimo ou à dúvida. Raulinda não era exceção. E esperava que o Espiritismo lhe resolvesse o problema de saúde emocional e a brindasse com um companheiro fiel e amoroso, sonho esse que é, aliás, acalentado por muitas pessoas de ambos os sexos, resolvendo-se-lhes desse modo a questão basilar da afetividade. Acercando-se dela, o dr. Carneiro observou: “Sem dúvida, como decorrência de atitudes levianas no pretérito, nossa paciente apresenta algumas síndromes do fenômeno histérico, associado ao transtorno psicótico maníaco-depressivo”. (Ensinamentos Preciosos, pp. 119 a 121.)

58. Não se pode dissociar o paciente da sua enfermidade – Para explicar o caso da jovem médium, informou o dr. Carneiro: “O seu perseguidor foi-lhe vítima da insensatez moral, que se imprimiu nas tessituras sutis do perispírito e que ora se manifesta como insatisfação, crises periódicas de contrações, paralisias e nevralgia uterina... O fenômeno fisiológico está intimamente ligado ao distúrbio psicológico, derivado da consciência de culpa. Esta impõe a autoflagelação e perturba as atividades nervosas normais, dando surgimento aos estados de desequilíbrio. Do ponto de vista médico, a opinião mais antiga a respeito da histeria pertence a Freud, como recordamos, que a considerava como de referência às emoções sexuais que estão recalcadas no subconsciente desde a infância, procurando ressurgir, assim dando lugar a satisfações substitutas das anormais impelidas pelo eu. Charcot, por sua vez, estudou-a detidamente, chegando a conclusões hoje não aceitas por algumas escolas, após as observações de Babinski e outros, que demonstraram ser a histeria o resultado de sugestões provocadas ou autossugestões, denominando tais fenômenos como pitiatismo. Outros estudiosos ainda, como Dupré, afirmam que a histeria está muito vinculada à mitomania, enquanto os professores Janet e Claude asseveram que a histeria não passa de uma crise de nervos banal. Outros mais, como o dr. Dezwarte, conferem-lhe uma base fisiológica...” (N.R.: Sobre o assunto, Miranda sugere se consulte o cap. XII do livro Grilhões Partidos, de sua autoria.) Prosseguindo em seus esclarecimentos, dr. Carneiro disse: “O importante é verificarmos que todas as teorias abrem espaço para os conflitos que remontam à reencarnação, que os nobres cientistas não estudaram. Se o conflito histérico dorme no subconsciente desde a infância, no conceito de Freud, seria de pensar-se na possibilidade da sua preexistência ao berço, como herança do Espírito para si mesmo. Na hipótese de ser uma sugestão transmitida ou autossugestão, no conceito de Babinski, verificamos que essa sugestão procede do mundo espiritual, da vítima do gravame sofrido... Na visão de Dupré, sendo a decorrência de uma organização mitômana, encontramos as reminiscências morais deficientes do caráter do enfermo, que procedem das experiências transatas. Por fim, ante os conceitos de Janet e Claude, tais crises nervosas são resultado dos conflitos da consciência culpada, e mesmo nos casos de Dezwarte e outros, que lhe conferem gênese fisiológica, o psiquismo é fator preponderante para a sua manifestação...” Na verdade, aditou o Benfeitor, seja qual a for causa detectada pelos cientistas, “não podemos dissociar o paciente da sua enfermidade”. “Concluímos que os fenômenos perturbadores da nossa irmã têm suas matrizes no perispírito, decorrentes da conduta irregular de ontem e de severa obsessão atual, conforme estudaremos.” Dito isto, dr. Carneiro acrescentou que somente uma visão holística na área médica, examinando o enfermo como um ser global –  Espírito, perispírito e matéria – , poderá ensejar-lhe uma terapia de profundidade, erradicando as causas preponderantes das enfermidades e dos transtornos de comportamento.  (Ensinamentos Preciosos, pp. 122 e 123.)

59. As muralhas do materialismo vêm caindo aos poucos – Na visão do Benfeitor, o ser humano tem que ser estudado como um conjunto de vibrações que se apresentam sutis, semimateriais e físicas. A análise de uma parte da sua constituição, como matéria ou como Espírito apenas, será sempre incompleta. “Graças à Física Quântica, à Biologia Molecular, à Psicobiofísica e outras modernas ciências que estudam o ser integral, vão tombando – assevera o dr. Carneiro – as muralhas do materialismo, que cede lugar ao espiritualismo.” Diante do universo, entendem todos, desaparecem o observador e o observado, conforme a equívoca visão da Física newtoniana, já que aquele que observa é também observado. Um não está lá e outro cá. Fazem todos parte do mesmo conjunto, porquanto um somente passa a existir para o outro quando é percebido e, por sua vez, também percebe. Desse modo, a pouco e pouco, surge um entendimento novo da realidade e as concepções antigas de venerandas doutrinas espiritualistas de épocas recuadas são trazidas à atualidade, sendo aceitas sob modernas denominações. Concluídos os esclarecimentos feitos pelo Mentor, Miranda informou que entre os Espíritos costuma-se também celebrar inúmeros acontecimentos, qual se dá na Terra. O fato pode causar estranheza, mas – do mesmo modo que os Espíritos perversos se reúnem para a execução de planos macabros e vivências de prazeres sórdidos, de que não se liberaram em relação aos homens –, as Entidades elevadas cultivam as emoções superiores, estimulando as reuniões edificantes evocativas de ocorrências felizes. Os Espíritos não são seres indefinidos, insensíveis, como algumas pessoas consideram, mas vibrações inteligentes, idealistas, desdobrando todas as potencialidades latentes de que são constituídos e buscando sempre novas conquistas dignificadoras. Assim sendo, como as dores dos seres amados os pungem, suas vitórias também os alegram. (Ensinamentos Preciosos e o caso Raulinda, pp. 123 a 125.)

60. Não se foge aos automatismos das Leis da Vida – A sala onde se realizara a atividade mediúnica de horas antes encontrava-se organizada para o prosseguimento do trabalho espiritual. À cabeceira da mesa estava, lúcido, o amigo Almiro. Depois da prece proferida pelo irmão Vicente, iniciou-se a sessão. Diversos desencarnados faziam-se presentes, assim como alguns trabalhadores que estiveram na reunião anterior. Raulinda apresentava-se, porém, inquieta. Buscando identificar com lucidez o que se passava, sentia o raciocínio tardo e a memória algo apagada. Como Vicente havia solicitado a ajuda do dr. Carneiro de Campos, pedindo-lhe que dirigisse o trabalho especial, o bondoso Guia convocou Miranda à aplicação de passes, com finalidade dispersiva dos fluidos entorpecentes que anestesiavam a médium, o que ele fez, de imediato. Pouco a pouco, a jovem recuperou o discernimento e, vendo que se encontrava em parcial desprendimento do corpo através do sono, acalmou-se sentindo-se amparada. O semblante, então, asserenou-se e ela buscou sintonizar o pensamento com as vibrações agradáveis. Fernando foi destacado para conduzir à psicofonia o perseguidor atormentado, que igualmente recobrou a consciência plena e, fazendo graves ameaças, foi imantado ao perispírito da intermediária. Raulinda experimentou um choque nervoso como efeito da assimilação dos fluidos do comunicante, congestionou a face e tornou-se-lhe um verdadeiro símile, em perfeita identificação psíquica. Agitando-se, perturbado, o Espírito indagou, com rebeldia: “Por que a violência? Terão desaparecido dos mansos e humildes de coração a paciência e a bondade?” O dr. Carneiro, sem se aborrecer, interrompeu-o, elucidando: “As Leis da Vida funcionam por automatismos naturais para todos os seres. A princípio, a liberdade do indivíduo leva-o a agir como lhe apraz, inclusive mediante violência contra si próprio e o seu próximo, qual vem ocorrendo com o amigo. É a utilização errada do livre-arbítrio. Porque o mau uso dessa opção complica o destino do imprevidente, este tomba no determinismo inevitável, que o elege para a evolução, conclamando-o, com amor ou através do sofrimento, ao despertar da consciência. Desse modo, não nos estamos utilizando de qualquer recurso de violência, mas de uma terapia enérgica, objetivando a sua felicidade...” Com uma gargalhada de mofa, o Espírito ouviu essas palavras, mas o doutrinador continuou, imperturbável: “Compreendemos a alucinação que o domina, e tendo-a em vista, é que nos acercamos de você com carinho”. “Considere-nos, portanto, como amigos, que o somos, e que se compadecem do seu problema, da sua aflição.” (O caso Raulinda, pp. 126 a 128.) (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita