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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 407 - 29 de Março de 2015
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


 

Os mortos nos falam 

Padre François Brune 

(Parte 10) 

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. Muito embora esta obra não seja, propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição que confirma um grande número de fenômenos relatados nos clássicos do Espiritismo que aqui estudamos. O estudo baseia-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.   

Questões preliminares 

A. A desertificação espiritual que vivemos hoje no mundo se deve a que fato? 

Segundo padre François Brune, à incompreensão da Igreja. Diz ele que a hierarquia católica romana conseguiu, entre os séculos XIII e XVII, pôr fim, pouco a pouco, às correntes místicas da Europa do Norte, da Espanha e da França, culminando neste último país com a condenação de Fénelon. Isto explica, segundo Brune, a eclosão dos movimentos carismáticos, porque, quando Deus “não pode passar pela sua Igreja, Ele a contorna!”. (Os mortos nos falam, pág. 202.) 

B. Existe perigo na prática da mediunidade?  

Sim, quando as experiências mediúnicas são feitas por pessoas despreparadas, ou movidas por simples e vã curiosidade, muito superficiais ou demasiadamente interessadas. Mas, em compensação, esses fenômenos podem ser benéficos para aqueles que não tentam provocá-los. (Obra citada, pág. 202.) 

C. É verdade que numerosos santos reconhecidos pela Igreja realizavam curas por meio da imposição das mãos?  

Sim. Não apenas realizavam curas, mas também prediziam o futuro, como Santa Anna-Maria Taigi, morta em 1837, que curava atuando, por vezes, com a imposição das mãos, e na maioria das vezes indicava a verdadeira causa do mal e o remédio a ser tomado. Os poderes dessa mulher eram tão grandes que o clero de Roma – incluindo o Papa e diversos  cardeais – não tinha qualquer escrúpulo em consultá-la. (Obra citada, pp. 205 e 206.) 

Texto para leitura 

118. Um fato comprobatório da influência negativa dos Espíritos sobre nós, citado pelo padre Brune, passou-se com George Ritchie, um soldado americano, desincorporado após forte ataque de febre, que teria sido levado em uma espécie de “viagem fantástica” de iniciação por um Ser de luz que, para ele, era o próprio Jesus. Numa das cidades da América, ele entrou em um bar sórdido, onde havia uma multidão de  marinheiros bebendo, coadjuvados por  um certo número de indivíduos incapazes  de  levar  a  bebida aos  lábios,  porque suas mãos passavam através do balcão, através dos braços e corpos dos beberrões encarnados. Tratava-se, na verdade, de alcoólatras desencarnados. (P. 200)

119. Padre Brune atribui à incompreensão da Igreja a desertificação espiritual assustadora que vivemos hoje no mundo. Diz ele que a hierarquia católica romana conseguiu, entre os séculos XIII e XVII, pôr fim, pouco a pouco, às correntes místicas da Europa do Norte, da Espanha e da França, culminando neste último país com a condenação de Fénelon. Isto explica, segundo Brune, a eclosão dos movimentos carismáticos, porque, quando Deus “não pode passar pela sua Igreja, Ele a contorna!”. (P. 202)

120. O papel da Igreja seria o de indicar o perigo dos desvios na busca de Deus, fornecendo os critérios necessários para que as pessoas sinceras evitassem ser desviadas. A Igreja tem feito isto com certa regularidade, mas a tentação de arrancar todas as plantas para extirpar o joio sempre aparece – e este não é o método aconselhado pelo Evangelho. É o que acontece, por exemplo, com as comunicações com o Além e, de modo geral, com o estudo dos fenômenos “paranormais” ou “parapsicológicos”. (P. 202)

121. Padre Brune lembra o perigo que existe nas experiências mediúnicas para as pessoas despreparadas, ou movidas por simples e vã curiosidade, muito superficiais ou demasiadamente interessadas. Mas, inversamente, diz ele, esses fenômenos podem ser benéficos, sobretudo para aqueles que não tentam provocá-los. (P. 202)

122. Falando do fenômeno da escrita automática, Brune afirma que ela pode assumir formas espetaculares: pode ser realizada totalmente ao contrário, ou invertendo apenas uma palavra em cada duas; pode atingir velocidades inacreditáveis e há médiuns que podem escrever até com as duas mãos, ao mesmo tempo, dois textos diferentes. O mesmo ocorre na mesa ou tábua ouija, onde a tabuinha ou o copo podem indicar as letras mesmo depois de largados. (P. 203)

123. Há casos em que a escrita automática, como é mencionado por Jean Prieur, pode levar à possessão. Padre Brune relata um caso desses, mas discorda dos que afirmam que esse fato só se dá na TCM (transcomunicação por meio de médiuns) e não na TCI (transcomunicação instrumental). (PP. 203 e 204)

124. São excessivamente negativas em relação a esses fenômenos as obras de vários especialistas eclesiásticos, como o Abade Schindelholz, que diz que, muitas vezes, as possessões ocorrem depois de se ter frequentado sessões espíritas ou práticas de ocultismo. Brune discorda desses excessos e lembra que, ao contrário, existem curandeiros, magnetizadores e radiestesistas que são pessoas de Deus, homens e mulheres de bem. Um deles, o Reverendo Jean Jurion, radiestesista e ao mesmo tempo padre católico, conta como foi levado com outros padres radiestesistas, humildes ou renomados, a descobrir sua dupla vocação. E cita todas as passagens das Escrituras onde o Cristo realiza curas, que era feita também pelos apóstolos e seus sucessores. (P. 205)

125. A conclusão de padre Brune é a seguinte: é recomendável que haja prudência e discernimento em tais assuntos, mas jamais a recusa absoluta, como a manifestada pelo padre Jean Vernette a respeito das comunicações contidas nas Cartas de Pierre e nas obras de Roland de Jouvenel e Jean Prieur. A crítica nesses casos, diz padre Brune, não é totalmente honesta. O padre Jean Vernette fala como se não fossem justas as censuras feitas por Pierre à Igreja e chega a afirmar que ler tais mensagens e autores afasta-nos pouco a pouco do Cristianismo. (P. 205)

126. Jean Prieur, ao contrário disso, indicou numerosos eclesiásticos que não tinham a mesma opinião. Padre Brune confessa, então, que seria mais através dos textos de Santo Agostinho ou de São Tomás de Aquino, sem falar de um grande número de teólogos contemporâneos, que ele teria podido perder a fé. (P. 205)

127. Numerosos santos reconhecidos pela Igreja realizaram curas, predisseram o futuro, como Santa Anna-Maria Taigi, morta em 1837, que curava atuando, por vezes, com a imposição das mãos, e na maioria das vezes indicava a verdadeira causa do mal e o remédio a ser tomado. Os poderes dessa mulher eram tão grandes que o clero de Roma, Papa e cardeais à frente, sem contar numerosos santos da época, não tinha qualquer escrúpulo em consultá-la. (PP. 205 e 206)

128. É equivocada, diz padre Brune, a ideia de que manifestações “satânicas” na vida de um curandeiro ou de um vidente estejam a indicar que tais práticas são contrárias à vontade de Deus. Esses ataques podem ser, ao contrário, o sinal de que eles agem a favor do Reino de Deus, como assinala o padre René Chénesseau, padre católico que também praticava o exorcismo: entre as pessoas atacadas pelas forças do mal, muitos são homens e mulheres de fé, às vezes profundamente dedicados a Deus, quase místicos. É que a santidade atrai as forças do mal, e as vocações religiosas são, para elas, uma verdadeira provocação. (P. 206)

129. Georges Ritchie, na viagem fantástica que teria feito, foi conduzido a várias casas, onde falecidos seguiam os vivos, de cômodo em cômodo, repetindo sempre a mesma frase, sem que ninguém os ouvisse: “Sinto muito, Papai”, ou “Sinto muito, Nancy...” “Eu não sabia o mal que aquilo iria causar a Mamãe.”  Eram suicidas, agrilhoados a cada consequência do ato cometido. (P. 207)

130. Ritchie descreve suas impressões do meio espiritual, onde viu indivíduos em lutas descomunais, impelidos pelo ódio puro, e até abusos de natureza sexual perpetrados naquele meio, onde o sofrimento imperava, fato confirmado por Robert Monroe e Albert Pauchard. Isso não modifica a ideia, presente nas informações dadas pelos Espíritos, de que é possível o progresso para todos eles. (PP. 207 a 209) (Continua na próxima semana.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita