WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 403 - 1° de Março de 2015

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniapickina@gmail.com
Indaiatuba, SP (Brasil)

 
 

Uma resolução: licença
para ser infeliz


É o Mistério quem aciona os testemunhos que nos inspiram, pois estão eles penetrados pelo suor e pela alegria, cheirando ora a tristeza, ora impregnados de rosa vermelha, tingidas as pétalas por essas emoções cálidas que experimentam homens e mulheres dentro e fora de casa.

Refulge de súbito um testemunho furta-cor como um corpo, distinto de dia e de noite, com manchas de medo, paisagens de lições, angústias e declarações de sonhos, um perene passado-e-presente – a humanidade que se reconstrói indefinidamente diante de incertezas e amor enquanto a lua no céu brilha infinita. 

Sempre entendi a felicidade como algo biográfico, contudo, um bem a ser conquistado árdua e perenemente, dada a sua natureza furta-cor, fugidia (logo um conceito fortemente relacionado às utopias).

Não adiro, desse modo, à crença atual do disseminado “direito à felicidade” e, aqui, como algo que deve ser desfrutado por todos os mortais a qualquer custo, o que, entre outras coisas funestas, está a assegurar principalmente o empobrecimento da nossa subjetividade e a medicalização do sofrimento cotidiano.

Acho estranho que as pessoas queiram viver apartadas de conflitos, angústias, ansiedades, frustrações, os meios legítimos que a existência oferece para o aperfeiçoamento da nossa condição humana, e, ainda, desde que estejamos abertos a estados de dúvidas e perguntas, como um processo de subjetivação interminável.

Estes dias, disse a um amigo: você tem o pleno direito de sofrer, de se sentir mal, frustrado, magoado e cheio de raiva. É normal que você sofra e se sinta péssimo porque faz apenas dois meses que sua mulher abandonou seus filhos e sua casa.

Insisto. Podemos, sim, nos permitir licença para experimentar tristeza, desânimo, saudade, decepção, estados íntimos indistintos que nos dominam eventualmente, pois o planeta não é a Disneylândia.

Melhor prestar atenção, estamos imersos em uma cultura do aprendizado, ainda que queiram, através de um modo contemporâneo (equivocado) de conceber felicidade, nos incentivar a permanecer atolados em uma cultura do esquecimento, cujo paradigma anti-humano se põe avesso à necessidade (humana) de experimentar lições e construir lembranças.

Para 2015 podemos, então, nos filiar ao singelo direito à infelicidade, incorporando a resolução de respeitar o quinhão de sombra que nos impregna às vezes quando somos visitados por sofrimentos que poderão, se enfrentados de coração/mente abertos, instruir recursos para prover uma existência com mais significado e valor.

Certamente, estar disponível ao direito de ser infeliz ajuda a pessoa a resistir à pressão da pressa da nossa época, que cobra soluções imediatas, muitas vezes impeditivas da oportunidade autêntica de aproveitar o dia de estar neste mundo de cor cambiante, porém a depender (também) do observador e de suas composições reflexivas...


*Visite, quando puder, www.corujasabida.com
 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita