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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 402 - 22 de Fevereiro de 2015

JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)

 
 
 


Tolstoi e o caso do
suicida russo

 

Sempre que se fala em suicídio, lembramo-nos de um fato narrado pelo Espírito Leão Tolstoi, registrado no cap. II do livro “Ressurreição e Vida”, psicografado pela médium Yvonne Pereira e editado pela FEB, no qual ele relata seu encontro, no mundo espiritual, com um Espírito que também fora russo, em denso sofrimento causado por um suicídio por afogamento, com consequências terríveis para o lado de lá.

Tolstoi inicia um diálogo fraterno com aquele enfermo espiritual e aqui apresentamos alguns fragmentos do depoimento ouvido:

Fui um revel, que desertei da vida apavorado com as peripécias que me surpreenderam... Nasci e vivi em Nijni-Novgorod e aí também me precipitei no abismo de um suicídio cuja responsabilidade foi minha, unicamente minha! Chamei-me Dimitri Semenovitchi, em minha terra. E quando me reconheci vivo, pensante, inteligente, individualizado como dantes – porventura ainda mais individualizado do que antes do suicídio –, julguei-me presa de uma loucura insólita, loucura que desespera sem apagar o raciocínio! Eu não aceitava o homem dotado com uma alma imortal. Repelia, desde a juventude, a dogmatização ortodoxa da nossa Igreja russa, que falava da perpetuidade da alma humana em condições ilógicas, e terminara por duvidar até mesmo da existência de um Ser Supremo...

Inconsolável, porém, ao verificar, depois, que as águas do Volga não foram capazes de protegerem o meu crime, dando-me o aniquilamento desejado; alucinado ante a intensidade dos desesperos e dos opróbrios que deparei aquém do túmulo, através dos canais do suicídio; desapontado frente à decepção de compreender que não lograra encontrar senão o fundo das águas, em vez do esquecimento esperado, pois ali permaneci durante muito tempo, atado ao corpo, que se consumia devorado pelos peixes; enraivecido ante o ludíbrio que me atingira com o suicídio; desamparado pela esperança e pela fé em minhas próprias possibilidades... Certa vez, não sei como, comecei a pensar em minha mãe, falecida bem antes do meu ato... Revi, em pensamento, oprimido de saudades, seu vulto grave e doce, indo e vindo entre os afazeres de nossa casa... Revi o seu semblante pensativo, os olhos sempre baixos, absorvidos de preocupações, o lenço de traços coloridos à cabeça... Relembrei os serões, junto da lareira, enquanto a nevada assolava as ruas impedindo-nos sair, as lições repetidas, todas as noites, sobre o nascimento de Jesus Cristo numa caverna de pastores, exemplificando a humildade, da morte na cruz, entre malfeitores, exemplificando o amor e o perdão, e ouvi-a novamente dizer para repetirmos:

- Pai nosso, que estais nos Céus... Ave Maria, cheia de graça,... Meu anjo da guarda, velai pelo nosso sono...

E, nesse momento, Tolstoi vai narrando várias passagens do Evangelho citadas pela mãe daquele pobre Espírito a ele quando criança. Ele narra que vai revivendo toda a sua infância banhada pelos ensinamentos sobre a vida de Jesus. Ele diz sentir, naquele momento, sua alma se render Àquele manso e meigo Pastor e ouvir a voz de sua mãe repetindo aquelas sublimes lições aos seus ouvidos, agora em meio ao seu sofrimento:

- “Vinde a mim, vós que sofreis, e eu vos aliviarei...”.

- “Eu sou a luz do mundo, o que me segue não anda em trevas...”.

E ele, emocionado, afirma:

Então, meu amigo, a formosa luz da esperança norteou minhas forças debandadas pela descrença em Deus, fomentadora do suicídio. As frases de minha mãe se misturavam aos estertores do meu desespero, insistiam, perseveravam, firmavam-se em meu pensamento com a força das recordações, ecoavam em meu coração, em todo o meu desgraçado ser, dominando ânsias e aniquilando revoltas para conceder-me o equilíbrio necessário a rumos novos... Reequilibro-me agora, fortalecido para novas tentativas de progresso nas paisagens terrestres, as quais desonrei com uma vida irregular, que me precipitou no suicídio.

Sim, meu caro amigo! Fazei-me o favor, quando possível, de dizer às mulheres que são mães, e que vivem ainda sobre a Terra, que não descurem de ensinar a sublime moral do Evangelho aos seus filhos pequeninos, no aconchego suave do lar. As sementes por elas lançadas naqueles corações iniciantes germinarão mais tarde ou mais cedo, revolvidas pelos labores ásperos do infortúnio ou do progresso, ainda mesmo se torturas consequentes de um suicídio os assinalem no mundo das Almas sofredoras como maus crentes que necessitarão repetir experiência dolorosa da vida terrestre, a que se desejaram furtar pelos engodos da violência suprema!




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita