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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 400 - 8 de Fevereiro de 2015

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniapickina@gmail.com
Indaiatuba, SP (Brasil)

 
 
 

Infância coisa nenhuma!

 

Foi o caso de Antônio, um menino bem magro, cujas notas vermelhas no boletim revelaram não um transtorno, mas um testemunho audível da monotonia do currículo escolar que fazia seu corpo triste, porém seu olhar e perguntas ruidosos em demasia.

Francamente por ele e por certos golpes do destino contra os quais é fecundo lutar, ainda que haja uma conspiração em andamento, continuo a insistir no tema, procurando favorecer perguntas contra o uso do metilfenidato sobre o cérebro em formação das crianças e que no País não para de crescer, sobretudo em algumas regiões.

Não são apenas os professores (escola), os pais também, infelizmente, passaram a cobrar diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e medicamento (Ritalina/Concerta) para “resolver” os conflitos na escola e estimular a quietude no espaço doméstico.

Primeira pergunta: por que é difícil escutar o que uma criança está dizendo com seu comportamento?

Muitos pais intolerantes (e quiçá ignorantes) andam utilizando o diagnóstico da hiperatividade como “licença” para entulhar seus filhos de remédio e mantê-los tranquilamente “adestrados”.

E deixando de lado as coisas de criança, confissão de intenção: creio que isso dá aos pais/cuidadores as justificativas que lhes furtam o desafio de uma realidade dura: ter filhos gera trabalho cotidiano e impor limites, por sua vez, exige paciência, atenção  e muita dedicação.

Segunda pergunta: o que é uma criança hiperativa?

Terceira pergunta: a resposta da pergunta anterior é inquestionável?

Caso as pessoas investiguem o caminho que leva ao diagnóstico de TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) temos na maioria das situações nacionais duas opções: a) entre as crianças clientes do sistema privado de ensino, e  que leva ao resultado da prescrição da droga da obediência, o caminho se perfaz do seguinte modo: a escola encaminha a criança ao psicólogo e este ao neuropediatra – ou diretamente ao neuropediatra –, que prescreve o medicamento para que a grande transformação aconteça e, em consequência, a criança, sem desejos, passe a ser produtiva; b) já no caso das crianças usuárias da rede pública de ensino, o roteiro que tem como alvo a prescrição do metilfenidato obedece a esses passos: a escola encaminha a criança indisciplinada/desatenta ao médico, quem prescreve a droga da obediência, ou aciona o conselho tutelar. Mas, no final, a criança está no geral sujeita ao uso da droga legal.

Quarta pergunta: não é a droga da obediência uma reedição da pedagogia negra?

As crianças, gente de carne e osso, gostam de se deleitar nas coisas simples e, sem embaraços, brincar e perguntar, gravitando nos seus mundos de faz de conta, provando os ritmos da vigília, pois tudo é novo, os enigmas das cidades e da natureza – pedras, bichos, árvores, lagos, a chuva que cai da nuvem, o sol, as estrelas, o desejo bom por elas invocado.

Também por isso, pelo desconcerto da infância, seus enigmas e inocência, considero que há muitos modos de viver um vida.  Os pais, em consequência, podem sim distinguir a diferença entre fórmulas repetitivas, as quais do mesmo jeito que outrora, nas escolas antigas,  regulam o argumento da produção, cuja moralidade, aparentemente neutra, costuma reduzir crianças a cacos, elas que insistem em se engajar no mundo (agora) de novas maneiras.

Não sei, mas creio que Rubem Alves estava certo quando dizia que “também a morte ama o saber”: metilfenidato (algo similar à corrida armamentista)... Droga da obediência, que mata na criança a licença para usufruir da infância, tempo que não é mágico, nem fácil, mas deve ser apoiado como um período destinado ao desenvolvimento do corpo de carne, mas também da alma acesa.

Quinta pergunta: o que ocorrerá com essa geração legalmente drogada no futuro?

Sexta pergunta: e o que tudo isso explica sobre nós, os adultos? Será que os pais/cuidadores que aceitam submeter (suas) crianças à droga da obediência serão mais tarde compreendidos apenas pelo dever a serviço de um “seguro” crescimento, ou (auto)condenados pelo desamor ao prelúdio da vida?

Parece coisa absurda, mas como um perigo facilmente evitado, na sociedade pós-industrial, em pleno século XXI, não estaria, para crianças ricas e pobres, o caminho que leva à prescrição da droga da obediência inspirado pela madrasta da Branca de Neve?

Cariños.


*Visite, quando puder, www.corujasabida.com
 

 



 


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