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Brasil
Ano 8 - N° 397 - 18 de Janeiro de 2015
ANA MORAES
anateresa.moraes2@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

 

Marlene Nobre desencarna e
o movimento espírita perde
uma  grande trabalhadora

Amigos e pessoas diretamente ligadas a ela falaram na despedida da estimada divulgadora espírita e presidente da AME Internacional

 
Como foi amplamente divulgado, desencarnou em decorrência de infarto, na manhã do dia 5 de janeiro, em Ilhabela, no litoral paulista, a doutora Marlene Rossi Severino Nobre. Seu falecimento constitui sensível perda para o movimento espírita brasileiro e internacional, em face do trabalho que ela desenvolveu à frente da Associação Médico-Espírita, seja em São Paulo, seja no Brasil, seja fora do nosso país, por intermédio da AME Internacional.

Paulista do interior, nascida no ano de 1937 na cidade de Severínia, Marlene Nobre estava com 77 anos de idade.

Viúva do jornalista, advogado e ex-deputado federal Freitas Nobre, era mãe de dois filhos – Marcos e Marcelo.

Com Freitas Nobre, participou da fundação do Lar do Alvorecer, na cidade de Diadema; do Grupo Espírita Cairbar Schutel, no bairro do Jabaquara, em São Paulo; e do jornal Folha Espírita, lançado em 18/4/1974.

Médica ginecologista, especializada em oncologia, Marlene Nobre é autora dos livros espíritas O passe como cura magnética, Obsessão e suas máscaras, Testemunho da Vida de Chico Xavier, Não será em 2012, O dom da Mediunidade, Nossa Vida no além, À Luz do Eterno recomeço, A alma da matéria, Lições de Sabedoria e o recém-lançado Chico Xavier – meus pedaços do espelho.

Mantinha o programa semanal "Diálogos médicos" na Rede Boa Nova de Rádio e o programa de TV "Portal de Luz", na TV Mundo Maior.

Os funerais O sepultamento do seu corpo ocorreu na manhã do dia 7 de janeiro, no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Um público numeroso acompanhou a cerimônia, da qual participaram confrades conhecidos e muito ligados à vida e ao trabalho de Marlene Nobre, a exemplo de Oceano Vieira de Melo, coordenador do Museu Espírita de São Paulo, que representou na oportunidade a direção da Federação Espírita Brasileira.

Além dele, fizeram-se presentes Elsa Rossi, representando o Conselho Espírita Internacional (CEI); Júlia Nezu, presidente da USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo; a professora Irvênia Prada, da AME Brasil: a dra. Elizabeth Nicodemos, da AME São Paulo; os jornalistas Alamar Régis Carvalho, Claudia Santos e Conrado, entre outros.

Os amigos mencionados usaram a palavra, momentos antes do sepultamento, enaltecendo o trabalho que Marlene Nobre realizou no Brasil e fora dele, à frente das AMEs São Paulo, Brasil e Internacional. O último a falar foi Paulo Rossi Severino, irmão de Marlene Nobre, que apresentou interessante retrospecto da vida da irmã e da família. Em sua fala, Paulo lembrou que tudo na vida deles foi feito com muitas dificuldades, inclusive a luta da irmã para ingressar e se formar em Medicina. Depois das saudações, Marcelo Nobre encerrou a cerimônia que precedeu a inumação.

Vida e obra Em 2010 a doutora Marlene Nobre concedeu uma alentada entrevista ao confrade Ismael Gobbo. Da entrevista, que foi publicada no dia 12/4/2010 no Blog do Ismael:
ismaelgobbo.blogspot.com - desta-camos, com a devida vênia, as informações adiante reproduzidas,

que mostram, pelas próprias palavras de Marlene, como foi sua trajetória no movimento espírita brasileiro e internacional.

Vinculação com as AMEs  ”Assumi em 1995 a presidência da Associação Médico-Espírita do Brasil, acompanhando-a desde a sua fundação até os dias de hoje. Também tomei parte na primeira Diretoria da Associação Médico-Espírita de São Paulo, fundada em 30 de março de 1968, da qual originaram-se as outras AMEs, inclusive a Brasileira.”

O encontro com Freitas Nobre –  “Encontrei Freitas Nobre em 1962, em Uberaba, nos trabalhos da Comunhão Espírita Cristã, quando ele realizou um grande sonho: conhecer Chico Xavier. Isto foi possível graças ao incentivo de nosso grande amigo Spartaco Ghilardi, do Grupo Espírita Batuíra de São Paulo, que organizava caravanas periódicas para visitar Chico em Uberaba.  Nesta mesma caravana de maio de 1962 estavam, entre outros, o dr. Luiz Monteiro de Barros e Apolo Oliva Filho, amigos de longa data. (...) Em 1962, Freitas era vice-prefeito de São Paulo, governando a cidade ao lado de Prestes Maia. Antes ele havia sido vereador da Capital por várias legislaturas.”

Surgimento do Grupo Cairbar Schutel – "Em 1963, iniciamos as tarefas de assistência aos mais carentes em Santo André e São Caetano do Sul, e, em 1966, em Diadema. Conforme instrução do Chico, fundamos o Grupo Espírita Cairbar Schutel. Freitas participou conosco dos primeiros tempos, logo depois, a partir de 1968, ele tinha que estar em Brasília."

Influência da família – "O Culto do Evangelho em nossa casa, feito com tanta unção por meus pais, é uma referência inesquecível na minha vida, uma vigorosa viga de sustentação de minha alma carente de Espiritualidade. Também foi um marco fundamental em minha trajetória de vida o Grupo Espírita Conceição-Carolina, do qual participei na minha adolescência na casa de meu avô Aristodemo Rossi, à rua Bela Cintra, em São Paulo, dirigido por meu pai, Pedro Severino Jr., com a participação assídua do meu irmão Paulo Rossi Severino e de alguns conhecidos e parentes, e que depois se transformaria no Grupo Espírita Cairbar Schutel."

O período passado em Uberaba – "De 1957 a 1962, enquanto fiz Medicina na Faculdade Federal do Triângulo Mineiro, estive diretamente ligada ao movimento espírita em Uberaba, particularmente aos trabalhos da Comunhão Espírita Cristã (CEC), junto ao nosso Chico. Além das tarefas nas sessões públicas da CEC, dei aulas de moral cristã na Evangelização infantil do Centro Espírita Uberabense e fiz dois programas de rádio."

AME São Paulo – "Em 1968, 30 de março, tivemos um marco importante  com a fundação da Associação Médico-Espírita de São Paulo, da qual fui a primeira secretária. Muitos colegas, dentre os quais, Luiz Monteiro de Barros, Adroaldo Modesto Gil, Antonio Ferreira Filho, Eurico Branco Ribeiro, Maria Julia Prieto Peres, Alberto Lyra, Miguel e Luiz Dorgan, uniram-se sob a inspiração de Batuíra e Bezerra de Menezes, através do médium Spartaco Ghilardi, para lançar as bases do movimento médico-espírita no Brasil. (...) Em fevereiro de 1990, assumi a presidência da Associação Médico-Espírita de São Paulo, que atravessava naquele momento um período de muita turbulência espiritual. Chico Xavier veio em meu auxílio, por ocasião de uma das minhas visitas a Uberaba, dizendo-me para eu ter paciência, que o Dr. Bezerra iria me ajudar, porque uma falange negativa havia se postado contra a AME, tentando impedi-la de realizar importante tarefa que lhe estava reservada dentro do movimento espírita. No começo de 1990, dos nove elementos da Diretoria, ficamos reduzidos a apenas dois e a frequência não passava de meia dúzia de colegas, se tanto. Chico foi nosso grande sustentáculo nessa fase difícil."

AME Brasil – "Com a desencarnação de meu marido a 19 de novembro de 1990, fui chamada, cerca de quinze dias depois, por Dr. Bezerra de Menezes para a tarefa de aglutinar colegas e formar a AME-Brasil. A partir daí começou uma outra etapa na minha vida, porque fiquei mais ligada ao movimento médico-espírita, sem, no entanto, abandonar nenhuma das tarefas a que estava anteriormente vinculada. (...)  No final de 1990, como já me referi, dia 19 de novembro, meu marido partiu, aos 68 anos, vítima de câncer. No início de dezembro, Dr. Bezerra de Menezes conclamou-me para a tarefa mais ampla a que Chico se referira e que só a partir de então tomei conhecimento, a de chamar os colegas para a fundação da Associação Brasileira que aglutinaria todas as AMEs. E que eu deveria me empenhar para a fundação das AMEs nos Estados, porque era chegada a hora. Disse-me o nosso Patrono que a Associação já estava formada no coração de Jesus e que nós precisávamos materializá-la na Terra. E assim foi feito. Iniciamos, em 1991, com vistas à concretização desse projeto, o primeiro Congresso da AME-São Paulo, no Anhembi, conclamando os colegas de todos os Estados para a fundação das AMEs. No Terceiro Congresso, em 1995, dia 17 de junho, com 9 AMEs já formadas, fundamos a AME-Brasil."

AME Internacional – "Em junho de 1999, com representantes de seis países – Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala, Panamá e Portugal – fundamos a AME-Internacional. Desde 2001, eventos são realizados com a participação dos médicos da AME que integram os diferentes países. Hoje, além das AMEs fundadoras, temos AME-EUA, AME-Cuba, AME-Suíça. E outras mais em via de fundação."

Folha Espírita
"A partir da desencarnação do meu marido, em 1990, passei a ser inteiramente responsável pela Folha Espírita, até que em 2004 um grupo de companheiros do GECS, de grande garra e competência, assumiu comigo o ideal do nosso jornal."  

Como conciliava tantas tarefas – "Como é natural, só posso dirigir essas instituições com a contribuição da comunicação cibernética. Tenho de dar conta de dezenas de e-mails por dia, entrevistas, gravações semanais, e tudo isso costurado com as minhas frequentes viagens de divulgação do ideal médico-espírita. Para isso, não tiro férias, trabalho muito nos feriados, e raramente tenho outra atividade que não seja doutrinária. Não creio, no entanto, que esteja fazendo algo que me distinga dos demais companheiros de ideal espírita, sinceramente, acho que faço pouco; deveria me empenhar mais. Sempre gostei
de trabalhar e agora me sinto muito feliz, porque estou ligada ao que realmente gosto de fazer."

A divulgação do Espiritismo no exterior – "Creio que a linguagem médico-espírita está mais voltada ao braço científico da Doutrina, por isso tem sido bem aceita por nossos irmãos do exterior. Todos nós sabemos a dificuldade que é divulgar o Espiritismo em outros países, e isto se dá principalmente porque não há aceitação do movimento da forma como é organizado no Brasil. Temos de compreender que são culturas diferentes. Os europeus, por exemplo, têm desgostos profundos com seitas e religiões, por isso são arredios a quaisquer apelos nesse sentido. E, infelizmente, incluíram também nessa rejeição as lições do Cristo, daí a dificuldade de aceitar o modo brasileiro de viver o Espiritismo. Eles não gostam de pregação no velho estilo, daquele que lhes pareçam lavagem cerebral,  imposição de ideias sem discussão. O  modo como os médicos das AMEs apresentam as palestras tem agradado, porque primeiramente nós levamos a argumentação científica, chamando à razão, e depois tiramos a conclusão religiosa. Há também um gosto apurado para pesquisas e estas são muito diferentes das que foram realizadas no século XIX. E é justamente nelas que as nossas AMES têm procurado se esmerar."

 

Convivência com Chico Xavier – "Conheci Chico em outubro de 1958, às vésperas da sua mudança para Uberaba, o que veio a ocorrer em janeiro de 1959. Ele pediu ao meu colega de Faculdade, Waldo Vieira, que me levasse até ele, porque precisava conversar comigo. Durante a entrevista, como não o conhecia, apenas havia lido suas obras, fiquei muito admirada com o convite que

me fez, o de trabalhar com ele nas sessões públicas da Comunhão Espírita Cristã, a partir de janeiro, quando ele já estivesse instalado definitivamente em Uberaba. E foi o que aconteceu. Durante cerca de quatro anos, de janeiro de 1959 a dezembro de 1962, trabalhei com ele, dando minha pequena parcela de contribuição na interpretação dos textos de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho segundo o Espiritismo, obras que eram estudadas nos dias de sessão pública."



 


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