WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 397 - 18 de Janeiro de 2015

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 
 

Alzheimer espiritual


O papa Francisco tem se notabilizado pela coragem e firmeza em seus pronunciamentos. A ele tem cabido, como líder de uma das maiores instituições religiosas do planeta, a dura missão de corrigir o rumo do Catolicismo diante dos desmandos e desvirtuamentos perpetrados pelos seus prelados ao longo das últimas décadas e do distanciamento dos ensinamentos de Jesus Cristo.

O seu pontificado tem sido notável por apontar com clareza meridiana as fraturas morais praticadas pela sua instituição num autêntico processo catártico. Recentemente, o Papa Francisco apresentou, num encontro religioso comemorativo do Natal, todos os males que, a seu ver, estavam contaminando a religião Católica.

Não pretendemos nos deter nos pormenores da sua alocução, pois cada religião tem os seus problemas e deficiências, mas nos ater a um aspecto que, em nosso entendimento, tem alcance ainda maior do que o por ele proposto. Ou seja, trata-se do “Alzheimer espiritual” como ele próprio denominou. Explicando melhor, o Papa referiu-se a essa metáfora como resultado do esquecimento por parte dos sofredores dos seus respectivos encontros com Deus. Em nossa visão, a metáfora aí empregada comporta outros raciocínios e conjecturas que, de certa maneira, envolvem toda a humanidade.

Não há como negar que temos sido um tanto descuidados, para usar um eufemismo, com o elevado conteúdo proveniente da mensagem do Cristo de Deus. Se considerarmos que a encarnação em si já é uma dádiva extraordinária concedida pelo mais alto, então a maioria de nós está em débito. Apenas por essa razão, afinal, já deveríamos agradecer todos os dias de nossa vida.

Por outro lado, o nosso Alzheimer espiritual não nos permite enxergar que tudo que vem do Cristo é simples e objetivo. No seu evangelho encontramos, a propósito, os salutares remédios para todos os males da humanidade. Mas mesmo assim continuamos em nossa sanha autodestrutiva e inconsequente. Simplesmente, não conseguimos ainda nos amoldar aos seus ensinamentos e recomendações.

Uma das mais expressivas demonstrações do nosso Alzheimer espiritual decorre do fato de que, no geral, vivemos manietados a uma vida consumista onde o ter é um imperativo. Em consequência, pouco ou nada desenvolvemos no que concerne ao ser. Em razão dessa dificuldade de interpretação, acorremos aos consultórios de psicólogos, terapeutas, orientadores e quejandos, buscando soluções para toda a sorte de problemas existenciais quando a cura está, muitas vezes, em nós mesmos. Ou seja, em criarmos vontade e disposição de nos autoconhecermos como, de fato, somos. Com efeito, quem costuma olhar para o interior da sua alma sabe perfeitamente o que precisa melhorar.

O nosso Alzheimer espiritual nos impede de aceitar a realidade de que os sofrimentos, as adversidades e os contratempos são elementos normais do caminho redentor, não a ira de Deus sobre nós. O nosso Alzheimer espiritual nos leva a desejar aquilo que já contribuiu para a nossa queda em outros tempos. A pura e humilde aceitação da pobreza como condição reabilitadora, por exemplo, poderia contribuir para a recuperação espiritual de muitos que invadem as propriedades privadas no século presente tentando obter à força o que não lhes pertence.

O Alzheimer espiritual pode nos levar a uma situação provisória de sustentação do poder e, por extensão, ao perigo de sucumbirmos ao seu fascínio. Nesse sentido, não chega a ser surpreendente observarmos empresários e executivos de grandes organizações presos por atos de corrupção, assim como certos políticos que assumiram a responsabilidade de defender os interesses dos eleitores que os elegeram.

 O Alzheimer espiritual afeta todos aqueles que comercializam dons mediúnicos que gratuitamente receberam - como vemos muitos hoje em dia -, os quais deverão prestar contas dos seus atos mais dia menos dia à espiritualidade. O Alzheimer espiritual também abarca aqueles que assumiram o compromisso/missão de realizar tarefas em benefício da humanidade, mas que ao longo da caminhada terrena se perderam.

O Alzheimer espiritual afeta igualmente os que negligenciam o desenvolvimento de sua própria espiritualidade, isto é, aqueles que arrumam tempo para tudo, exceto para a meditação, a oração, a leitura edificante, ou para o encontro com o Deus interior. Como bem pondera o Espírito Joanna de Ângelis, “... a existência física é uma experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer infinito”.

O Alzheimer espiritual domina aqueles que se enxergam como o centro do mundo e que desrespeitam e maltratam os seus semelhantes.

O Alzheimer espiritual atinge os que ainda são incapazes de sequer cogitar se há vida após a morte ou que tem medo de encará-la. O Alzheimer espiritual acomete os que vivem uma existência rala de valores universais, sem propósitos superiores e práticas voltadas ao bem.

Em suma, o Alzheimer espiritual perpassa basicamente aquela porção da humanidade que ainda não entendeu o significado da vida e que não percebeu que Jesus é o caminho e a verdade a ser assimilada.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita