Do livro “Chico Xavier, à
sombra do abacateiro”,
editado pelo Instituto de
Divulgação Espírita André
Luiz, de São Paulo, no ano
de 1986, extraímos a
seguinte história narrada
pelo médium mineiro, ao
comentar um capítulo do
livro “O Evangelho segundo o
Espiritismo”, de Allan
Kardec:
A cena foi vista por nós há
muitos anos; vou descrevê-la
não por espírito de crítica
ou ironia... É só para
sentirmos em nós que o
espírito de caridade não tem
prevenção. Não podemos
praticar a caridade atirando
em pontos para quem recebe
e, também, não podemos ouvir
os outros crendo que os
outros estão falando para
nós. Devemos abolir um modo
ou de outro, todos temos
imperfeições ainda a sanar.
Os outros não estão falando
para nos magoar ou nos
ofender; precisamos receber
na esportiva...
Dialogando, comentando,
vamos aprendendo e, pouco a
pouco, podando aquilo que
deve desaparecer da nossa
própria alma.
Chico conta que numa cidade
do Rio de Janeiro o orador
estava falando das
imperfeições. Ele e mais
dois amigos estavam sentados
ao lado de duas senhoras
muito distintas. O orador
discorria sobre os vícios da
humanidade: sobre a guerra,
a tirania... E foi descendo.
Falou sobre os que têm
determinados hábitos, falou
muito sobre os alcoólatras,
sobre os tóxicos... Abordou
uns quarenta pontos de
fraquezas da personalidade
humana.
Ante a nossa expectativa
pelo desfecho do caso, o
Chico prossegue: Creio que
já era muita coisa que ele
havia colecionado a respeito
das nossas imperfeições.
Falava, agora, sobre o fumo,
falou sobre o enfisema,
condenou o cigarro, o
charuto, o cachimbo, falou
sobre o pulmão... Essas duas
senhoras, em tudo o que ele
falava balançavam
afirmativamente a cabeça, em
sinal de aprovação. Então,
continuou o orador dizendo:
E há, também, uma coisa,
muitas senhoras e alguns
companheiros têm o hábito
estranho de mascar fumo. Há
mulheres que limpam os
dentes com o fumo... É uma
coisa medonha...
Foi quando uma virou para a
outra e disse: “A senhora
está vendo, D. Maria, ele
largou a pregação para mexer
com nós!...”.
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