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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 394 - 21 de Dezembro de 2014

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 
 

A busca da qualidade: uma tarefa para toda a vida


Os tempos presentes, nos quais prevalece a percepção quase generalizada de que as coisas estão fora de lugar e o mal se exacerba, são também altamente convidativos para a realização de algumas reflexões imprescindíveis. Entre elas, há a necessidade constante de nos autoavaliar, ou seja, de averiguar como estamos nos conduzindo pela vida, apesar do quadro geral observável de enormes incertezas e anomalias que se espraiam pelo planeta.

Independentemente das nossas convicções ou preferências pessoais, o fato é que todos nós estamos convocados para o desafio de consertar os erros vigentes e nos superarmos em todas as dimensões possíveis. Afinal de contas, fomos trazidos à experiência carnal para a execução de tarefas significativas, sem falar das nossas correções comportamentais na direção do bem e da justiça. Somados, tais imperativos requerem a disposição de nossa parte de nos pautarmos com qualidade em todas as esferas, dimensões e ambientes com os quais estejamos conectados.

Desde meados do século passado, aliás, o conceito de qualidade ganhou notoriedade e relevância nas sociedades humanas. Inicialmente como balizador e métrica de organizações e seus produtos e serviços, com o tempo o conceito foi ganhando conotações e escopo mais abrangentes a tal ponto que se tornou praticamente sinônimo de coisa benfeita. Nesse sentido, qualidade não é um conceito abstrato, mas parâmetro sinalizador de confiabilidade e eficiência.

Em termos conceituais, portanto, qualidade ombreia com a noção de valor, responsabilidade e dever. Nessa perspectiva deontológica, portanto, qualidade é perfeitamente aplicável aos indivíduos e aos seus esforços. Desse modo, a busca de qualidade deve ser vista como uma bússola a nos guiar em tudo o que nos propomos a fazer nesse mundo. Dito de outra forma, a qualidade deve ser a nossa marca pessoal. E ao incorporarmos essa visão estamos, ao mesmo tempo, cumprindo um dever/missão transcendente, isto é, o de sermos seres humanos melhores trabalhando para implantação de algo maior do que nós mesmos. 

Não há setor da vida humana na atualidade que não prescinda de gente disposta a atuar com qualidade. A nossa própria condição precária de civilização demonstra claramente tal necessidade. Afinal, precisamos de líderes, gerentes, políticos, médicos, professores, policiais, trabalhadores em geral – só para ficarmos em alguns exemplos –, dispostos a dar aquela “milha extra” de boa vontade, eficiência e serviço à humanidade.

Se há alguma dúvida em relação à tese aqui defendida, basta recuperar na memória aqueles indivíduos que se destacam pelas suas contribuições e valor e os que não fazem diferença em nada. O mesmo pensamento vale para as instituições. Quantas, de fato, podemos atribuir-lhes a condição de organizações que operam sob o signo da qualidade? Quantas podemos considerar como ilhas de excelência?

Cremos que o raciocínio aqui esboçado vale também, em larga medida, para nós que militamos nas instituições espíritas. Grosso modo, elas existem para suavizar a dor e lançar a luz sobre a ignorância reinante com base em sólidos argumentos provenientes do evangelho e das revelações dos Espíritos. Ao enfeixar tão nobres objetivos espera-se que os seus tarefeiros também se sintam inspirados a dar o máximo de suas capacidades.

Desse modo, um expositor, por exemplo, deve compreender que a sua apresentação (uma aula, na verdade) deve ter começo, meio e fim. Por mais óbvia que seja tal proposição, a observação do dia a dia mostra que esse truísmo é desrespeitado não raras vezes. Em várias ocasiões presenciei confrades e confreiras que não conseguiram “entregar” o tema. Propuseram-se a abordar determinado assunto, mas, no decorrer da exposição, perderam o rumo. Em muitas oportunidades observei nitidamente a intenção, por parte do expositor(a), de exibir suposta erudição através da inserção de simbologias na interpretação do evangelho, bem como comentários completamente dissonantes.

Por essa razão, o candidato(a) a expositor(a) deve ter sempre em mente que a sua função é divulgar o evangelho à luz do Espiritismo, se possível com simplicidade e objetividade. Os exemplos, casos, histórias e eventos devem manter essa conexão. Portanto, o domínio da literatura espírita é mandatório. A ela deve ser destinado, com efeito, o maior peso na exposição/aula. Nesse sentido, vale recordar que há colegas que caem na armadilha de querer resumir a doutrina no meio da apresentação, e acabam fugindo do tema central.

Outros literalmente se perdem nas suas anotações quebrando o ritmo. Por isso, a organização do material (papéis) com a introdução/objetivos do encontro, tópicos ou questões a serem abordadas, citações, casos e exemplos pertinentes e, finalmente, as conclusões são providências indispensáveis. Em síntese, uma exposição meticulosamente elaborada denota a qualidade do expositor(a), isto é, a sua seriedade no tratamento/enfoque do tema e respeito aos presentes que lá estão para ouvi-lo(a).

Encaro sempre com suspeição colegas que afirmam ter tido uma “inspiração” na noite anterior e se apresentam sem qualquer anotação ou suporte. Normalmente, eles(as) acabam, como diz uma querida confreira, “amassando cacau”.

Por outro lado, dentro do terreno da qualidade não é admissível comparecer ao trabalho com a “cara amarrada” ou mesmo mau humor. Quem não está disposto a dar algo de bom de si mesmo – um sorriso ou pelo menos uma expressão facial amigável – nos poucos momentos em que está na casa espírita, é melhor ficar em casa ou arrumar outra coisa para fazer...

Médiuns que comparecem aos trabalhos sem a devida harmonização ou o recolhimento interior necessário pouco ou nada acrescentarão. Uma boa dose de bom senso aqui também é altamente recomendável, pois não é incomum colegas afirmarem ter tido uma visão de Maria de Nazaré ou mesmo de Jesus entre outros personagens históricos. Por fim, dirigentes personalistas – os chamados “donos de centro” – são um capítulo à parte. Pessoas que se colocam nessa perigosa posição perderam a noção da transitoriedade das coisas. Por conseguinte, não é de se estranhar que a sua passagem pela direção das casas seja de baixa qualidade.

Como vemos nos exemplos acima, e sem a pretensão de esgotar o assunto, a busca da qualidade deve ser vista como tarefa permanente. E no exercício de qualquer função dentro de uma casa espírita, por mais simples e humilde que seja, o esforço e empenho nessa direção devem ser constantes. No final das contas, haveremos de ser avaliados pela espiritualidade exatamente pela qualidade dos papéis que desempenhamos ao longo da vida. Em suma, a nossa qualidade intrínseca determinará o nosso amanhã.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita