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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 391 - 30 de Novembro de 2014

PAULO OLIVEIRA
psdo2010@gmail.com 
Santos, SP (Brasil)

 
 
 

Eis aqui a serva do Senhor!
 

“Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim
segundo a tua palavra.” (Lucas, 1:38)


Convidamos o leitor amigo a fazer uma viagem. Vamos retornar no tempo. Estamos indo em direção a Nazaré, um pequeno povoado na região da Galileia, onde, em uma casa humilde, está uma jovem de nome Maria, que está ocupada com seus afazeres domésticos, ajudando sua mãe Anna.

Aproxima-se o crepúsculo com suas aragens típicas daquele período do ano e, tocado por especial brilho, naquela tarde longínqua e especial, transmite paz ao coração daquela jovem. Absorta ela canta, em seu espírito, louvores ao Criador da vida, em agradecimento por ter uma família que a ama ternamente, bem como pela felicidade de existir. Seu coração transborda raios de luz safirina, transmutando o ambiente com suas vibrações harmoniosas.

Parecia que em seu íntimo pressentia que não estava só. Percebia em sua alma sensível que aquele momento era especial e único, tornando-se mais alegre e esfuziante. Não havia razão aparente para aqueles sentimentos que partiam de seu coração iluminado e doce.

Continuava sua oração silenciosa, e quando suas preces ao Senhor da vida atingiram patamares de pureza incomparável, com tal profundidade de sentimento, tocando-lhe todas as fibras da alma, fazendo-as vibrar em uníssono como o Universo, ela sente que se aproxima uma luz, embora pequena, extremamente alva e brilhante. Para por um instante e põe-se a observar o que se passava e a interrogar sobre o que seria aquilo. No entanto, segura da sua conexão com o Criador, presta mais atenção ao fenômeno que ocorria diante de seus olhos.

Repentinamente, aquela pequenina luz se agiganta e inunda aquele ambiente simples, que se transformara, num átimo, em um castelo luminescente de tom esmeraldino com pontos de luzes douradas que circulavam em todas as direções, retornando àquela figura que se postava diante dela naquele instante.

O coração de Maria tornou-se um tanto apreensivo, e obedecendo automaticamente ao impulso de buscar sua mãe, que se encontrava em outra dependência da casa, percebeu que não conseguia movimentar-se. Estava como que paralisada, envolvida pelos eflúvios daquele que a visitava. Sua voz começava a perder-se na garganta, e a emoção tomava-lhe integralmente, a exteriorizar-se naturalmente em pequenas lágrimas simples e puras, a cair de seus olhos amendoados e brilhantes, como se fossem pequenos diamantes a rolar-lhe pela face.

Nesse misto de alegria, júbilo e inquietação, por não saber exatamente o que se passava naquele ambiente, prostrada de olhos voltados para o chão, ela pensa:

– Meu Deus, auxilia-me neste momento!

Nesse exato instante, contudo, ela escuta a voz doce e suave do divino emissário a dizer-lhe:

“Nada temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”[1]

Aquela voz imensa, e no entanto singela, tocava-lhe não só os ouvidos, mas toda a sua alma, envolvendo-a em vibrações do mais puro amor, e diante de tal sentimento que lhe invadia inteiramente, ousou dirigir seu olhar para aquela figura de luz, que a fitava com inexcedível carinho e respeito.

Sorriso largo, mostrava-se, o enviado divino, aos olhos de Maria, como uma estrela que caíra do céu e que assumira a forma humana, sem perder, porém, seu maravilhoso brilho.

Maria, um tanto aturdida com o acontecimento, não conseguia atinar com o porquê de tal saudação. Do que falava o emissário celestial? Seus pensamentos procuravam incessantemente o significado de tais palavras, quando seu visitante iluminado voltou a falar:

“– Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim”.[2]

Diante de tais palavras, seu coraçãozinho acelerou-se e com o semblante a suplicar esclarecimentos maiores, necessários ao seu entendimento humano, começou a questionar-se mesmo sem emitir uma só palavra, pois aquele a quem via diante de si, como um sol a espraiar seus raios em todas as direções, merecia-lhe respeito e acatamento, no entanto, as notícias que lhe trazia eram preocupantes. Como poderia ela conceber um filho se ainda encontrava-se em período pré-matrimonial, tendo somente formalizado um compromisso com José, seu noivo.

O ingente anjo percebendo seus pensamentos e dúvidas esclarece que Deus tem os seus planos devidamente traçados, e que tudo ocorrerá conforme seus desígnios. Explica-lhe quão grande é a sua missão e que ela teria por responsabilidade conduzir os passos do Messias, até que pudesse ele próprio conduzir toda a humanidade através das veredas de luz, da verdade e do amor. Reafirma que Deus está com ela, e que ela não duvidasse e seguisse em frente confiante, demonstrando toda a fé naquele que é o nosso Criador.

Nessa troca de fluidos etéreos, Maria acalma-se mesmo diante de uma das mais difíceis e importantes missões que já se teve notícia: ser a mãe do Mestre de todos nós!

Enternecida e reconhecida por ter sido escolhida como instrumento da vontade de Deus, Maria, com toda a sua alma voltada para o Altíssimo, dirige ao querido amigo espiritual, que se incumbira da missão de trazer o anúncio da vinda do Messias, a demonstração de sua total submissão e aceitação da missão que lhe estava sendo confiada, e com toda a coragem e pureza do seu coração, afirma:

“Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”

Essa cena tantas vezes descrita, de formas tão diversas, é uma das mais belas dos registros evangélicos, pois nos traz o momento exato em que se anuncia a vinda do Messias, que nos traria as lições de libertação pela prática do amor.

Que possamos sempre ter viva essa mensagem em nossos corações, e que ela possa nos inspirar a também perceber que Jesus se anuncia, a todo momento, em todas as situações de nossa vida, ensinando-nos sempre que somos filhos do Deus Altíssimo que nos quer com Ele por toda a eternidade, e que, juntamente com Maria de Nazaré, possamos dizer do fundo de nossos corações, em todos os momentos de nossa vida:

“Eis aqui a tua serva, Senhor!; faça-se a Tua vontade!”


 

[1] Lucas, 1:28 e 30.

[2] Lucas, 1:31-33.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita