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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 391 - 30 de Novembro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 38)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Quais são os agentes da morte que arrebatam em nosso mundo mais vidas do que o câncer, a tuberculose e as enfermidades cardíacas, somados?

Tais agentes da morte são a impaciência, a irritação e as imperfeições morais, que respondem pelos danos de demorado curso que se instalam nas criaturas. Fatores intoxicantes, perturbam o equilíbrio emocional e orgânico, psíquico e físico, facultando a instalação de doenças graves conhecidas, quanto de outras de etiopatologia por ora ignorada. Rebelde, por instinto, e indomado, o homem prefere a reação imediata à ação cautelosa, toda vez que tem os seus interesses prejudicados e até mesmo nos momentos que considera felizes. Sem o hábito salutar de meditar antes de agir, complica situações fáceis, gerando futuras dificuldades para si mesmo e para aqueles que lhe privam das horas. As disciplinas morais e espirituais são, por isso mesmo, tão necessárias para o Espírito quanto o alimento e o ar o são para o corpo. (Loucura e Obsessão, cap. 24,  pp. 309 a 311.)

B. É certo afirmar que o imediatismo é, na criatura humana, uma remanescência de sua natureza animal possuidora e egoísta?

Sim. É ele que responde pelos insucessos que a escolha precipitada proporciona, impondo o mecanismo redentor, de que o ser necessitará amanhã para selecionar com sabedoria aquilo que lhe é útil, em detrimento do pernicioso. Assim, a dor é sempre a resposta que a ignorância conduz para os desatentos. É, também, de certo modo, a lapidadora das arestas morais, a estatuária do modelo precioso para a grandeza da vida que se exalta. (Loucura e Obsessão, cap. 25,  pp. 312 a 314.)

C. É preciso cuidado com aquilo que pedimos em nossas preces?

Evidentemente. Manoel Philomeno de Miranda diz que, na verdade, nós, as criaturas humanas, não aprendemos ainda a pedir, ignorando o que seja melhor para o nosso progresso, no curso do tempo. Não possuindo uma clara visão da realidade, detectamos-lhe, apenas, algumas linhas imprecisas que não a configuram, corretamente, em razão das sombras que a encobrem. Foi esse o caso de Sara, a jovem suicida, que aos cinco anos de idade, extenuada pela difteria, fora contemplada com uma moratória por insistência do seu pai. (Loucura e Obsessão, cap. 25,  pp. 315 a 317.)

Texto para leitura

149. As disciplinas morais e espirituais são indispensáveis ao Espírito – Estavam os amigos e parentes reunidos na sala mortuária, quando chegou nobre senhora que, tomada de emoção resignada, ajoelhou-se diante do ataúde e orou com unção e beleza, aureolando-se de safirina luz. Era a avó materna da jovem suicida, que a havia precedido no retorno à vida espiritual, muitos anos atrás, mas que a embalara nos braços durante a sua primeira infância. Depois de orar e contemplar, desolada, a neta adormecida e fixada aos liames do envoltório material, a avó, vendo o Mentor, acercou-se com respeito e indagou: “Pode-se fazer algo mais, amoroso Guia?” Dr. Bezerra respondeu-lhe: “Não. O possível já está realizado. A nossa menina repousa, após a primeira refrega. Confiemos em Deus e aguardemos, orando”. A desencarnada aproximou-se então do desolado pai e, tocando-lhe a testa, facultou-lhe vê-la e ouvi-la. Em seguida, com palavras repassadas de fé e irrestrita confiança em Deus, exortou-o à coragem, informando que a filhinha, amparada, dormia, a fim de seguir o ritmo das Leis. Miranda, embora não soubesse das causas que levaram ao infausto acontecimento, passou a meditar em torno das tramas que urde o destino, programado pelas próprias pessoas. A impaciência, a irritação, as imperfeições morais respondem pelos danos de demorado curso, que se instalam nas criaturas. São eles agentes fecundos da morte, a arrebatar mais vidas do que o câncer, a tuberculose e as enfermidades cardíacas somados, pois que são responsáveis pelo desencadeamento da maioria delas. Fatores intoxicantes perturbam o equilíbrio emocional e orgânico, psíquico e físico, facultando a instalação de doenças graves conhecidas, quanto de outras de etiopatologia por ora ignorada. Rebelde, por instinto, e indomado, o homem prefere a reação imediata à ação cautelosa, toda vez que tem os seus interesses prejudicados e até mesmo nos momentos que considera felizes. Sem o hábito salutar de meditar antes de agir, complica situações fáceis, gerando futuras dificuldades para si mesmo e para aqueles que lhe privam das horas. As disciplinas morais e espirituais são, por isso mesmo, tão necessárias para o Espírito, quanto o alimento e o ar o são para o corpo. (Loucura e Obsessão, cap. 24,  pp. 309 a 311.)

150. O determinismo ora é absoluto, ora é relativo – Percebendo as reflexões e indagações íntimas do amigo, Dr. Bezerra observou: “As sábias Leis da Vida fundamentam-se em princípios de equilíbrio, que não podem ser derrogados sob pena de apresentarem aflições mais penosas para os seus infratores. Todas derivadas da Lei de Amor, são estatuídas com os objetivos superiores de dignificar e desenvolver os valores inatos da criatura, que traz o anjo dormente na sua estrutura profunda, aguardando o momento de despertar... Em razão disso, o determinismo é natural resultado das realizações em cada etapa do processo da evolução, ora absoluto – mediante a fatalidade do nascer e morrer no corpo transitório, em algumas expiações mutiladoras e dilacerantes, em vários tipos de injunção penosa, nas áreas do comportamento da sociedade, dos recursos financeiros –, ora relativo – que o livre-arbítrio altera conforme a eleição pessoal de realizações –, sempre, porém, objetivando o bem do Espírito, suas aquisições libertárias, sua ascensão. O livre-arbítrio é-lhe recurso que expressa o estado evolutivo, porquanto o seu uso deflui das aspirações elevadas ou egoístas que tipificam cada qual. Porque prefere determinada realização, investe em correspondente recurso, de cuja ação recolhe os frutos amargos ou apetecíveis, que passam a nutri-lo. O imediatismo, que é remanescência da natureza animal possuidora e egoísta, responde pelos insucessos que a escolha precipitada proporciona, impondo o mecanismo redentor, de que necessitará amanhã para selecionar com sabedoria aquilo que lhe é útil, em detrimento do pernicioso. Assim, a dor é sempre a resposta que a ignorância conduz para os desatentos. É, também, de certo modo, a lapidadora das arestas morais, a estatuária do modelo precioso para a grandeza da vida que se exalta...”  Dito isto, depois de oportuna pausa, Dr. Bezerra relatou: “Há uma vintena de anos, o nosso caro Fernandes acompanhava, amargurado, grave enfermidade da filhinha Sara. Desenganada pelo médico, extenuada pela difteria, deveria ter, ali, encerrado o capítulo da atual reencarnação, em face de um suicídio anterior que a vitimou. Era o fenômeno natural da morte biológica, concluindo um ciclo para abrir-se outro, mais amplo e valioso”.  “Colhido de surpresa  – prosseguiu o Mentor – com a palavra do facultativo, que prometeu retornar, na manhã seguinte, a fim de assinar o atestado de óbito da moribunda, cuja noite seria lancinante e sem paliativo possível, em razão da ausência de terapia conveniente, nosso Fernandes, angustiado, prosternou-se, entregando-se a profunda e desesperada oração dirigida à Mãe de Jesus, cuja intercessão pela vida da filhinha solicitava, com quase absurda imposição. Nós acompanhávamos o processo aflitivo, e, ouvindo-lhe a súplica superlativa, aparecemos-lhe na penumbra do quarto e lhe informamos quanto à necessidade da submissão ao estabelecido... Sara resgatava o passado, e, retornando ao mundo espiritual, adquiriria mais amplos e seguros recursos para prosseguir mais tarde, na Terra, com possibilidades de triunfo.” (Loucura e Obsessão, cap. 25,  pp. 312 a 314.)

151. O pai suplica e Sara tem sua vida prolongada – Naquele momento, disse-lhe Dr. Bezerra, a maior caridade que o Amor podia conceder à menina era a desencarnação, mas Fernandes, obstinado, pediu a Maria de Nazaré que intercedesse junto ao Senhor Soberano da Vida, prolongando a existência da filha, seu tesouro, sua razão de luta, no mundo. Afinal – argumentava em seu desespero –, não se dedicava ele ao atendimento das aflições dos outros? Pelas suas mãos não escorriam os fluidos curadores, que aplicava, devotadamente, aos enfermos? Rogava, então, pelo seu anjo filial!  “Ouvimo-lo, demoradamente – informou Dr. Bezerra –, e o informamos de que tomaríamos providências, a fim de que o seu pedido fosse examinado. Minutos após, voltamos, enquanto ele se abrasava na oração, e apresentamos-lhe a resposta: ‘A Senhora optava pelo retorno do Espírito, após terem sido cuidadosamente estudados os motivos da sua reencarnação. O passado, meirinho rigoroso, seguia-a, com exigências para as quais ela não teria forças. Conveniente anuir ao estabelecido, quando seriam providenciados recursos para diminuir a dor da sua ausência no lar, mediante a presença contínua dos filhos do calvário a atender’. Nosso irmão, em copioso pranto, prosseguiu, instando: ‘Como auxiliar aos outros, se iria carregar no peito o coração estiolado? Como saciar a sede alheia, ardendo de necessidade de linfa? Como ter forças para diminuir o peso do fardo em seu irmão, conduzindo insuportável carga? Suplico-vos, Mãe celeste, em favor da minha filha, como rogastes a Deus, na hora extrema, pelo vosso Filho. Peço ao Dr. Bezerra que retorne, fazendo chegar à Mãe dos desafortunados e sem esperança a petição deste pai inconsolado’.” Tão pungente e veraz era a rogativa do pai de Sara, que o Mentor retornou para encaminhar seu pedido, regressando horas mais tarde trazendo o resultado, que frisava: “Sara não possui resistências morais para enfrentar os insucessos que a aguardam. Debilitada, poderá cair, outra vez, no mesmo abismo donde está intentando sair. Já estão, na Terra, aqueles com os quais se encontra vinculada e faltam-lhe títulos de enobrecimento para sair-se bem do confronto. Todavia, se ficar, o seu calvário será mais vigoroso e fatal”. Sem medir a extensão do que desejava, Fernandes compreendeu, mas assinalou: “Eu assumo a responsabilidade. Minha esposa e eu cumularemos de cuidados a filhinha idolatrada; vigiaremos as suas horas; preencheremos os seus vazios com a luz do amor; colocaremos a claridade da fé na mente e no coração; choraremos suas lágrimas e viveremos para ela... A sua presença dará cor e luminosidade à nossa estrada; nela hauriremos forças para a prática do bem e nos desvelaremos no ministério do auxílio, que é porta de acesso à felicidade, porém, com ela, no mundo”. Celina, a mensageira de Maria, adentrou-se então na câmara onde Fernandes e Bezerra estavam, e informou: “A Mãe de Jesus concede moratória, um prolongamento de vida, para Sara, conforme solicitado. Ela viverá. Que Deus nos abençoe!” (Loucura e Obsessão, cap. 25,  pp. 314 e 315.)

152. Nós, em nossas preces, não sabemos ainda o que pedir – Ante a notícia trazida por Celina, o irmão Fernandes foi acometido de nova explosão de lágrimas, desta vez de júbilo e gratidão profunda, e, a partir daquele momento, Sara, que contava cinco anos, adormeceu, enquanto mensageiros espirituais especializados no setor da saúde lhe aplicaram energias próprias, restauradoras, de modo que, pela manhã, quando o médico retornou, a fim de assinar o atestado de óbito, encontrou a menina sem febre, iniciando uma impossível convalescença. Os pais, tal como haviam prometido, desdobraram-se de fato em cuidados e amor pela filha. Esmeraram-se na sua educação; selecionaram os amigos para ela; infundiram-lhe a fé religiosa, que ela não conseguiu assimilar quanto deveria; encaminharam-na à Universidade; experimentaram mil venturas, seguindo-a no clima social de uma vida honrada e trabalhadora... Não puderam, porém, penetrar no imo de sua alma e auscultá-la, sentir os problemas da afetividade, na qual fracassara antes... Não se deram conta de que a filha possuía anseios do coração, que os pais mais amorosos não podem atender, e, assim, não lhe perceberam o emurchecer da alegria nos últimos dias.... Antes houvesse ela partido naquela ocasião, naquela contingência e mediante os fatores estabelecidos, porquanto se encontraria, agora, novamente reencarnada, ao invés de estirada no leito mortuário! “Ninguém foge à Lei, nem à consciência de si mesmo, pois que Deus aí escreveu os Seus soberanos códigos”, acrescentou Dr. Bezerra, em quem se podiam ver lágrimas de piedade pela jovem recém-desencarnada e por seus equivocados pais. Miranda assinala que, na verdade, nós, as criaturas humanas, não aprendemos ainda a pedir, ignorando o que seja melhor para o nosso progresso, no curso do tempo. Não possuindo uma clara visão da realidade, detectamos-lhe, apenas, algumas linhas imprecisas que não a configuram, corretamente, em razão das sombras que a encobrem. É por isso que, ao lado de pessoas que a enfermidade limitou, que os acidentes paralisaram e, no entanto, lutam tenazmente pela reconquista de parcos movimentos, que as alegram, vemos indivíduos de aparência sadia que, por fatos de pequena monta ou paixão momentânea, dominados pela rebeldia, atiram-se aos lôbregos sítios do suicídio, deixando-se arrastar pelos cipoais da mágoa, imersos nos imensos corredores da loucura... Paradoxalmente, não sabemos ainda eleger o melhor, não possuímos consciência correta de valores para a aquisição da paz. Por isso, a dor renteia com os nossos passos, vigilante e assídua, para que despertemos, embora todos tenhamos ciência de quanto é breve o estágio no corpo, quão transitória é a vida física e como são rápidos os dias de prazer e alegria... (Loucura e Obsessão, cap. 25,  pp. 315 a 317.) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita