WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

O Espiritismo responde
Ano 8 - N° 389 - 16 de Novembro de 2014
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Em carta publicada nesta mesma edição, o leitor Luís Antônio Pereira Leite, de  Cachoeirinha (RS), volta à história de Ascânio e Lucas, assunto comentado na seção de Cartas da edição 387.

Causaram estranheza ao leitor, no caso em foco, conforme dito em sua nova carta:

  • o fato de mesmo no caso de perdão, com adoção de uma nova conduta por parte do devedor, haver ainda necessidade de “pagar”, ou melhor, resgatar uma dívida perante a Lei contraída no passado;
  • a circunstância de tal “pagamento” ou resgate ocorrer depois de muitos séculos.

Os dois fatos, embora tenham causado perplexidade no leitor, têm fundamento nos ensinamentos cristãos e, obviamente, nos ensinamentos espíritas, como adiante veremos.

Vejamos primeiro o que nos é dito nos textos evangélicos: 

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. (Mateus 5:21-26.) 

E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o. Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. (Mateus 26:49-52.) (Grifamos.)

A dureza da Lei, sintetizada magnificamente nos textos acima, não poupou nem mesmo João Batista, sobre o qual Jesus disse as seguintes palavras:

E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Mateus 11:7-15.) (Grifamos.)  

Destacamos no texto acima estas duas informações pronunciadas por Jesus: 1) Ninguém é maior do João Batista. 2) Ele é o Elias que havia de vir.

Apesar disso, João Batista foi degolado no cárcere, por ordem de Herodes, como relata o texto abaixo: 

Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus. E disse aos seus criados: Este é João, o Batista; ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la. E, querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta. Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes. Por isso prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse. E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João o Batista. E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse. E mandou degolar João no cárcere. (Mateus 14:1-10.) (Grifamos.) 

Corre no meio espírita uma tese, defendida também por Chico Xavier, de que o fato ocorrido com João Batista não se deveu a um simples capricho de uma jovem, mas ao cumprimento da Lei, visto que João resgatava naquele episódio uma dívida contraída séculos atrás quando viveu na Terra sob o nome de Elias.

Eis como o episódio foi narrado no Antigo Testamento:  

Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu és o Senhor Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus! E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou. (1 Reis 18:36-40) (Grifamos.) 

O resgate dos crimes cometidos por Elias ocorreu, como se vê, muito tempo depois de haverem sido cometidos, e não importou no caso o fato de João Batista (o mesmo Elias reencarnado) ser, dos nascidos de mulher, o maior que reencarnara no planeta até aquele momento.

Quanto aos ensinamentos espíritas, são vários os relatos que mostram que muitos resgates ocorrem séculos depois da falta cometida. A razão é simples: Deus não apressa a expiação, Deus sabe esperar, como nos informa o texto seguinte extraído da principal obra espírita: 

262-a. Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a escolha da existência corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe pode ser imposta, como expiação, pela vontade de Deus?

“Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.” (O Livro dos Espíritos, questão 262–a.) (Grifamos.)

O caso do incêndio do edifício Joelma serve como ilustração desse fato. Como o leitor pode conferir lendo os cap. 25 e 26 do livro Diálogo dos Vivos, de autoria de Chico Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos, as pessoas que pereceram naquele incêndio, ocorrido no dia 1º de fevereiro de 1974, resgatavam com aquele episódio crimes cometidos na época das Cruzadas, nove séculos atrás.

Três Espíritos manifestaram-se naquela oportunidade: Emmanuel e os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires. Do soneto Luz nas chamas, de Cyro Costa, destacamos a parte final: 

Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.

Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.

Explicando a dúvida que muitos podem ter, como ocorreu com o leitor gaúcho, J. Herculano Pires escreveu o seguinte texto: 

Mesmo entre os espíritas, alguns poderão perguntar por que motivo dívidas tão remotas só agora foram pagas. As Cruzadas se verificaram entre princípios do Século XI e final do Século XIII. É que a Lógica Divina é superior à lógica humana. Débitos pesados esmagariam o espírito endividado, sob cobrança imediata. Convém dar tempo ao tempo para que os resgates se façam de maneira proveitosa. Os espíritos devem evoluir o suficiente para que suas próprias consciências os levem a aceitar o resgate e a pedi-lo, reconhecendo a medida como necessária para continuidade de sua evolução. Entrementes, nas encarnações sucessivas, partes do débito vão sendo pagas, aliviando o devedor. Por isso Cyro Costa alude a “resquícios de culpa” e não à culpabilidade total. Também por isso as vítimas foram recebidas de maneira gloriosa, pois agora comparecem na Espiritualidade como heróis da evolução, espíritos que se propuseram a passar na Terra pelo que inflaram a outros no passado. Não foram submetidos compulsoriamente ao sacrifício, mas entregaram-se a ele de maneira espontânea, no exercício voluntário do seu livre arbítrio. Essa a sua glória. E o consolo para os que ficam é evidente. Seus entes queridos não foram vítimas ocasionais de um golpe nefando do destino ou da fatalidade. Nada disso. Sacrificam-se num momento terrível mas passageiro, para assegurar-se a felicidade no mundo espiritual e reencarnações felizes no futuro. (Diálogo dos Vivos, cap. 26.)

Cremos que as explicações acima são suficientes para que o leitor entenda que o caso Ascânio e Lucas não fugiu à normalidade e, com certeza, é muito mais comum do que pensamos.


 


 
Para esclarecer suas dúvidas, preencha e envie o formulário abaixo.
Sua pergunta será respondida em uma de nossas futuras edições.
 
 

Nome:

E-mail:

Cidade e Estado:

Pergunta:



 

 

Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita