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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 389 - 16 de Novembro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 36)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Equilibrado moralmente, após haver recebido socorro espiritual do grupo dirigido por D. Emerenciana, que tarefa foi por ela sugerida ao jovem Lício?

A Mentora lhe disse que agora era indispensável pensar em reparação. Socorrer os que foram prejudicados, soerguê-los do abismo onde se demoram, por culpa de quem agiu erradamente em relação a eles, é parte importante do programa de renovação pessoal do candidato à recuperação moral. Fagundes Ribas, enfermo pelo ódio, deveria ser ajudado pelo amor, de modo a reencetar a marcha com melhores disposições espirituais. Em face dessas palavras, o rapaz indagou, interessado: “Que fazer, então, abençoada Mensageira?” Emerenciana explicou-lhe que nas ocorrências do porte que o afligiam quase sempre se encontra a presença de embrionária faculdade mediúnica que serve de instrumento para o desforço das vítimas, como sucede, aliás, em quase todos os episódios obsessivos, faculdade essa que pode ser educada, canalizando-a para o bem. Lício entendeu o recado: ele era médium! E sua mediunidade estava numa fase própria para ser educada para o serviço do bem e do seu próprio crescimento espiritual. (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 293 a 295.)

B. Pelo que D. Emerenciana disse, Fagundes Ribas deveria ser ajudado para poder voltar à Terra em melhores condições. Ele reencarnaria em um grupo familiar próximo de Lício?

Sim. Fagundes Ribas e outros sofredores e doentes da alma viriam, por intermédio da faculdade mediúnica de Lício, receber esclarecimentos e conforto, que lhes alterariam a forma de conduzir-se, preparando-os para as tarefas do futuro. “É da Lei que, onde esteja o devedor, aí se apresentem a dívida e o cobrador... Ora, o nosso irmão defraudado deverá retornar na família onde se encontram aqueles que, conscientemente ou não, o martirizaram mais de uma vez.” Emerenciana referia-se ao lar do Dr. Nicomedes, tio de Lício, onde de fato, anos depois, Fagundes reencarnaria. (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 293 a 295.)

C. O trabalho no bem é importante para o equilíbrio dos médiuns?

Sim. Dentre os vários conselhos que deu a Lício, D. Emerenciana recomendou que o rapaz preenchesse suas horas com trabalhos proveitosos, queimando os excessos gerados pelo organismo. A Mentora comentou: “Receitam-se muito a ginástica, os desportos, na Terra, e com razão. Sem desprestígio para essa terapêutica desalienante, compensadora, que desenvolve os músculos, que os relaxa, que acalma a mente, entre nós, em face da dor que grassa, alucinada, quanta ginástica se poderá fazer. Visitando enfermos, socorrendo necessitados, aplicando passes, ou bioenergia, como se modernizou o labor, enfim, a caridade é um esporte da alma, pouco utilizado pelos candidatos à musculação moral e inteireza espiritual. As horas ociosas são anestésico para a dignidade e brechas morais contra o equilíbrio.” “Preenchê-las bem é procedimento de sabedoria, gerador de saúde mental.” (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 296 e 297.)

Texto para leitura

141. É da lei que onde esteja o devedor aí apareça o cobrador – A reunião prosseguia, quando, já ao final do labor, Miranda viu que ali se encontrava o jovem Lício, que apresentava excelente disposição física, decorrente certamente do seu estado psíquico. Dirigindo-se à Mentora, o rapaz acentuou ser então uma outra pessoa. “Não quero dizer – explicou ele – que me desapareceram os estados de alma, anteriores, mas aclarar a respeito das minhas novas disposições e das forças que tenho haurido nos passes que recebo, assim como nas orações, nas meditações e leituras a que me tenho entregue, quanto o tempo me permite.” Dito isto, Lício esclareceu a razão de sua visita: “Além de desejar agradecer, venho solicitar orientação a respeito de como e do que fazer, a fim de preservar o atual estado que me domina, definindo os rumos da minha existência em relação ao futuro”. A irmã Emerenciana, num gesto característico, ergueu o médium e, aproximando-se do jovem, respondeu: “O seu processo de ajustamento à vida realiza-se com a segurança que é de desejar. Não será um esforço de breve duração, antes, um empreendimento expiatório e reparador de largo porte, que lhe concederá a libertação, passo inicial para a sua felicidade. A expiação dos delitos vem-se dando mediante as suas quotas de suor e de dor íntima. Solidão é reajustamento das engrenagens do sentimento; lubrificante fino sobre as peças da emoção que o abuso enferrujou... O tempo e a constância do esforço resolvem a questão, que perde o valor deprimente de que se reveste no começo, para facultar júbilo e paz interior pelos logros conseguidos. Agora é indispensável pensar em reparação. Socorrer os que foram prejudicados, soerguê-los do abismo onde se demoram, por culpa de quem agiu erradamente em relação a eles, é parte importante do programa de renovação pessoal do candidato à recuperação moral. O nosso irmão Fagundes Ribas, enfermo pelo ódio, deve ser ajudado pelo amor, de modo a reencetar a marcha com melhores disposições espirituais...” Após ouvi-la, o rapaz indagou, interessado: “Que fazer, então, abençoada Mensageira?” Emerenciana explicou, então, que nas ocorrências do porte que o afligiam quase sempre se encontra a presença de embrionária faculdade mediúnica que serve de instrumento para o desforço das vítimas, como sucede, aliás, em quase todos os episódios obsessivos, faculdade essa que pode ser educada, canalizando-a para o bem. Lício entendeu o recado: ele era médium! E sua mediunidade estava numa fase própria para ser educada para o serviço do bem e do seu próprio crescimento espiritual. “O bem que se faz – asseverou a Mentora –, sempre diminui o mal que se fez, conforme a Contabilidade do Amor. Serão, porém, indispensáveis os valores que devem ser adquiridos com empenho, de modo a facultar-lhe a sintonia correta com os Bons Espíritos, que o deverão conduzir. Assim, o nosso irmão Fagundes, quanto outros mais sofredores e doentes da alma, virão, por seu intermédio, receber esclarecimentos e conforto, que lhes alterarão a forma de conduzir-se, preparando-os para as tarefas do futuro. É da Lei que, onde esteja o devedor, aí se apresentem a dívida e o cobrador... Ora, o nosso irmão defraudado deverá retornar na família onde se encontram aqueles que, conscientemente ou não, o martirizaram mais de uma vez.” Emerenciana referia-se, então, ao lar do Dr. Nicomedes, tio de Lício. (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 293 a 295.)

142. As horas ociosas são brechas morais contra o equilíbrio – O plano esboçado pela Mentora era claro: Fagundes viajaria para a carne, enriquecido pela esperança e pela gratidão, graças ao auxílio de Lício e à terapia preventiva que lhe seria ministrada desde aquele momento, antes que se fixassem nele as matrizes da animosidade, agora em forma de frustração. Emerenciana esclareceu ao jovem que a faculdade mediúnica é qual um claustro materno que permite a fecundação de vidas em novos estados psíquicos. “Melhor dizendo: o médium – asseverou a Benfeitora – é sempre mãe, a receber filhos do sentimento, que renascem para o entendimento, quando o têm entorpecido, ou se faculta fecundar pelos Espíritos Nobres que, através dele, corporificam ideias, expressam realizações superiores, materializam, curam, ajudam. Não serão os livros psicografados, por exemplo, filhos do médium, submisso e nobre, com o Amigo que os escreve por seu intermédio? Desta forma, você se colocará a serviço dessa fecunda maternidade pelo amor, dando sentido e direção correta à sua vida espiritual, sem qualquer prejuízo para a sua vida social, cultural, terrena. Suas energias genésicas encontrarão canalização edificante, plasmando existências que se erguerão para a paz e a felicidade, enquanto você próprio, compensado e tranquilo, seguirá adiante, amando, malgrado a aparente solidão, podendo optar pela edificação de uma família, caso isso lhe aprouver ou não. Enquanto isto, preencha as suas horas com trabalhos proveitosos, queimando os excessos gerados pelo organismo. Receitam-se muito a ginástica, os desportos, na Terra, e com razão. Sem desprestígio para essa terapêutica desalienante, compensadora, que desenvolve os músculos, que os relaxa, que acalma a mente, entre nós, em face da dor que grassa, alucinada, quanta ginástica se poderá fazer. Visitando enfermos, socorrendo necessitados, aplicando passes, ou bioenergia, como se modernizou o labor, enfim, a caridade é um esporte da alma, pouco utilizado pelos candidatos à musculação moral e inteireza espiritual. As horas ociosas são anestésico para a dignidade e brechas morais contra o equilíbrio.” “Preenchê-las bem  é procedimento de sabedoria, gerador de saúde mental.” Exposto o programa de trabalho, Emerenciana recomendou ainda a Lício cultivasse pensamentos edificantes e não usasse palavras vãs, porque estas “corrompem o coração” e é na mente que se inicia o processo perturbador, que se manifesta pelas palavras e domina a realidade do ser. Queixa, lamentação, autopiedade são lixo mental que deve ser atirado fora, antes que intoxique quem o conserva como resíduo danoso. Conversações vulgares, salpicadas de erotismo e de permissividade, produzem clima de promiscuidade emocional com os Espíritos perniciosos, que se locupletam na vampirização e no comércio ignominioso com aqueles que lhes fazem parceria. O tratamento das obsessões torna-se muito difícil, explicou Emerenciana, porque depende muito do alienado: “Não lhe basta o afastamento do perseguidor, que o liberta, mas, sim, a reeducação pessoal, que lhe faculta a autolibertação, esta, sem dúvida, muito mais difícil”.  “Toda renovação exige esforço, sacrifício e disciplina da vontade, porquanto é mais agradável ceder, acomodar-se, para logo depois queixar-se.”  (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 296 e 297.)

143. Somos sempre o que melhor nos agrada – Concluindo a orientação dada a Lício, a Mentora observou: “A Doutrina de Jesus é toda baseada na revolução do amor, essa força motriz indispensável à vida, que dimana de Deus e pulsa na Criação. Porque os modernos cristãos não a vivem conforme seria de desejar, ei-los a braços com o sofrimento, experimentando desequilíbrios e aturdimentos que seriam evitáveis. É a ignorância acerca do amor e a sua má interpretação que dão origem aos males que se desenrolam nas vidas de conduta superficial ou vã. Quando se entenda que o crescimento pessoal e a felicidade somente serão possíveis através do amor e do esclarecimento das Leis de Deus, modificar-se-ão os quadros das existências humanas, alterando-se completamente as paisagens sociais do mundo. Portanto, meu filho, eu não conheço outros métodos, senão os que lhe acabo de apresentar, para a estruturação de uma conduta sadia, propiciadora de uma existência ditosa”. “Reconheço que entre os conceitos emitidos e a vivência deles medeia um pego, que você vencerá somente com persistência e decisão.” Lício estava comovido, mas tinha medo de tombar em novos equívocos. Emerenciana foi, por isso, enfática: “Recomece, mil vezes, que se façam necessárias. Inicialmente, não pense em termos de insucesso ou queda”.  “Quando agasalhamos receios, partimos para o combate com parte dos equipamentos de luta apresentando falhas. Todavia, se o erro surgir, o delito vencer, retome o caminho, restaure a decisão e prossiga.” A Mentora deixou claro que o importante não é a forma como foi atingida a vitória: se em frangalhos ou sem danos, pois que ela, em si mesma, é que vale, por propiciar a conquista almejada: “O bem começa no primeiro pensamento de amor, tanto quanto a marcha mais larga se inicia no primeiro passo. Comece agora, avance a cada momento. O futuro é de Deus, que nos espera com paciência e amor”. Lício saiu da entrevista sensibilizado e estimulado, e não se via, na sua psicosfera, a presença de Entidades perturbadoras, como nas vezes anteriores. Ali estava o exemplo de que somos sempre o que melhor nos agrada. Ao desejar adquirir a felicidade real, o rapaz sacrificava o gozo de superfície, negociando a renúncia de hoje pela plenitude do amanhã. Mudando a direção mental, passava a sintonizar em outra diferente faixa vibratória, alterando, para melhor, o conteúdo das aspirações e, em consequência, interrompendo as comunicações voluptuosas que o atormentavam. “O grande problema da conduta humana – asseverou Felinto – não é tanto o que se não faz de incorreto, por temor ou falta de oportunidade, mas sim o que se acalenta fazer e se pratica no campo mental, experimentando e mantendo conúbios emocionais do mais baixo teor, acobertados pela aparência que não deixa transparecer tais ocorrências...” (Loucura e Obsessão, cap. 23,  pp. 298 e 299.)

144. Fagundes Ribas reencarna como filho de Nicomedes – Feita a observação, Felinto asseverou: “Assim, qualquer tentame de educação, dignidade, saúde ou qual seja, objetivando o bem do homem, deve iniciar-se na esfera psíquica, através da sua conscientização e constante vigilância mental, para se não derrapar nos devaneios, que são de funestas consequências”. Via-se, pois, que se instalavam no jovem Lício os dispositivos necessários ao êxito por ele colimado. Espíritos diligentes e bondosos passariam a assisti-lo, zelando pelos seus propósitos e emulando-o ao avanço, e essa convivência lhe faria bem, aumentando-lhe as resistências morais e propiciando-lhe diferentes experiências de prazer sem fastio, nem insatisfação, porque de ordem interna, demorado e plenificador. Desmoronava-se o “homem velho”, dando lugar ao “homem novo” da conceituação evangélica. Certo, teria ele de travar inúmeras batalhas, qual sucede com todos nós, mas não lhe faltariam os recursos para as vitórias que lhe consolidariam as conquistas nas diversas etapas do seu crescimento. Miranda comprometeu-se, intimamente, a acompanhar o rapaz, nos constantes desafios, envolvendo-o em orações e visitando-o quanto lhe fosse possível. Transcorridos vários anos, diz Miranda, embora os testemunhos não estivessem sendo fáceis, Lício perseverava fiel, jovial, atendendo aos deveres a que se impôs e servindo e amando sob o beneplácito da veneranda irmã Emerenciana, que passou a ser-lhe mãe espiritual abnegada. Fagundes Ribas retornou ao corpo, no lar do tio, que lhe devotava, porém, ignota antipatia, enquanto Lício se lhe revelara afetuoso companheiro, apesar da distância existente entre as duas residências. Através de cartas constantes com Nicomedes, Lício tinha logrado interessá-lo na investigação e no estudo sobre a vida post-mortem, sugerindo-lhe a análise dos livros espíritas, nos quais ele poderia encontrar as respostas de que necessitava para a realização pessoal, que o dinheiro ou a projeção social não podem dar. Nicomedes, em face disso e dos vários convites à meditação, que a dor lhe tem trazido, iniciou-se no exame e na busca da fé racional, única portadora de resistência para a negação materialista e as dúvidas sistemáticas a que os homens se escravizam. (Loucura e Obsessão, cap. 23, pp. 300 e 301.)  (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita