Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
46)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Existe relação entre
animismo e mistificação?
Não existe,
necessariamente, relação
alguma entre animismo e
mistificação. As vítimas
desses processos de
fixação não podem ser
categorizadas à conta de
mistificadores
inconscientes, visto que
representam, de fato, os
agentes desencarnados a
elas jungidos por teias
fluídicas de
significativa expressão,
tal qual acontece ao
sensitivo comum,
mentalmente modificado,
na hipnose de longo
curso, em que demonstra
a influência do
magnetizador.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XXIII,
pp. 152 e 153.)
B. Como devemos tratar
semelhantes casos?
A compreensão e a
generosidade devem ser a
tônica no tratamento
desses casos. Nenhuma
justificativa existe
para qualquer recusa no
trato generoso de
personalidades
medianímicas
estacionadas
provisoriamente em
semelhantes provações,
uma vez que são, em si
próprias, Espíritos
sofredores ou
conturbados tanto quanto
qualquer outro que se
manifeste, exigindo
esclarecimento e
socorro. O amparo
espontâneo e o auxílio
genuinamente fraterno
lhes reajustarão as
ondas mentais, concurso
esse que se estenderá,
inevitável, aos
companheiros do
pretérito que lhes
assediem o pensamento,
operando a
reconstituição de
caminhos retos para os
sensitivos
corporificados na Terra,
tão importantes e tão
nobres em sua estrutura
quanto aqueles que os
doutrinadores encarnados
se propõem traçar para
os amigos desencarnados
menos felizes.
(Obra citada, cap.
XXIII, pp. 153 e 154.)
C. No tocante aos
sensitivos estagnados
nesse processo, qual é a
tarefa espírita?
A tarefa espírita é
chamada de maneira
particular a contribuir
no aperfeiçoamento dos
impulsos mentais,
favorecendo a solução de
todos os problemas
suscitados pelo
animismo. Através dela,
são eles endereçados à
esfera iluminativa da
educação e do amor, para
que os sensitivos,
estagnados nessa classe
de acontecimentos, sejam
devidamente amparados
nos desajustes de que se
vejam portadores,
impedindo-se-lhes o
mergulho nas sombras da
perturbação e
recuperando-se-lhes a
atividade para a
sementeira da luz.
(Obra citada, cap.
XXIII, pp. 154 e 155.)
Texto para leitura
142. Animismo e
hipnose –
Imaginemos um sensitivo
a quem o magnetizador
intencionalmente fizesse
recuar até esse ou
aquele marco do passado,
pela regressão
deliberada da memória,
deixando-o nessa posição
durante semanas, meses
ou anos, e teremos a
exata compreensão dos
casos mediúnicos em que
a tese do animismo é
chamada para a
explicação necessária. O
“sujet”, nessa
experiência,
declarar-se-ia como
sendo a personalidade
invocada pelo
hipnotizador, entrando
em conflito com a
realidade objetiva, mas
não deixaria, por isso,
de ser ele mesmo sob
controle da ideia que o
domina. Nas várias
ocorrências da alienação
mental, encontramos
fenômenos assim
tipificados, reclamando
larga dose de paciência
e carinho, porquanto as
vítimas desses processos
de fixação não podem ser
categorizadas à conta de
mistificadores
inconscientes, visto que
representam, de fato, os
agentes desencarnados a
elas jungidos por teias
fluídicas de
significativa expressão,
tal qual acontece ao
sensitivo comum,
mentalmente modificado,
na hipnose de longo
curso, em que demonstra
a influência do
magnetizador. (Cap.
XXIII, pp. 152 e 153.)
143. Desobsessão e
animismo –
Nenhuma justificativa
existe para qualquer
recusa no trato generoso
de personalidades
medianímicas
estacionadas
provisoriamente em
semelhantes provações,
de vez que são, em si
próprias, Espíritos
sofredores ou
conturbados tanto quanto
qualquer outro que se
manifeste, exigindo
esclarecimento e
socorro. O amparo
espontâneo e o auxílio
genuinamente fraterno
lhes reajustarão as
ondas mentais, concurso
esse que se estenderá,
inevitável, aos
companheiros do
pretérito que lhes
assediem o pensamento,
operando a
reconstituição de
caminhos retos para os
sensitivos
corporificados na Terra,
tão importantes e tão
nobres em sua estrutura
quanto aqueles que os
doutrinadores encarnados
se propõem traçar para
os amigos desencarnados
menos felizes. É
preciso, aliás, destacar
que o esforço da escola,
seja ela o recinto
consagrado à instrução
primária ou a instituto
corretivo, funciona como
recurso renovador da
mente, equilibrando-lhe
as oscilações para
níveis superiores. Não
existe, pois, novidade
alguma no impositivo da
acolhida magnânima aos
obsessos dessa natureza,
hipnotizados por forças
que os comandam
espiritualmente, a
distância. (Cap.
XXIII, pp. 153 e 154.)
144. Animismo e
criminalidade –
Os manicômios e as
penitenciárias estão
repletos de irmãos
nossos obsidiados que,
alcançando o ponto
específico de suas
recapitulações do
pretérito culposo, por
falta de providências
reeducativas, nada mais
puderam fazer que recair
na loucura ou no crime,
porque, em verdade, a
alienação e a
delinquência expressam,
na maior parte das
vezes, a queda mental do
Espírito em
reminiscências de lutas
pregressas, à semelhança
do aluno que, voltando à
lição com recursos
deficitários, incorre
lamentavelmente nos
mesmos erros. O
ressurgimento de certas
situações e a volta de
marcadas criaturas ao
nosso campo de
atividade, do ponto de
vista da reencarnação,
funcionam em nossa vida
íntima como reflexos
condicionados,
comprovando-nos a
capacidade de superação
de nossa inferioridade,
antigamente positivada.
Se estivermos desarmados
de elementos morais
suscetíveis de
alterar-nos a onda
mental para a
assimilação de recursos
superiores, quase sempre
tornaremos à mesma
perturbação e à mesma
crueldade que
assinalaram nossas
experiências passadas.
Reside nesse fenômeno a
maior percentagem das
causas de insânia e
criminalidade em todos
os setores da
civilização terrestre,
porquanto é aí, nas
chamadas predisposições
mórbidas, que se
rearticulam velhos
conflitos, arrasando os
melhores propósitos da
alma, sempre que ela
descure de si mesma. A
tarefa espírita é,
assim, chamada de
maneira particular a
contribuir no
aperfeiçoamento dos
impulsos mentais,
favorecendo a solução de
todos os problemas
suscitados pelo
animismo. Através dela,
são eles endereçados à
esfera iluminativa da
educação e do amor, para
que os sensitivos,
estagnados nessa classe
de acontecimentos, sejam
devidamente amparados
nos desajustes de que se
vejam portadores,
impedindo-se-lhes o
mergulho nas sombras da
perturbação e
recuperando-se-lhes a
atividade para a
sementeira da luz.
(Cap. XXIII, pp. 154 e
155.)
Glossário
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Organismo
fisiopsicossomático
– Refere-se ao
conjunto do organismo
físico e psicossomático
ou perispiritual.
Psicossoma
– Corpo espiritual ou
perispírito, na
linguagem espírita.
Psicossomático
– Pertencente ou
relativo,
simultaneamente, aos
domínios orgânico e
psíquico. Diz-se das
perturbações ou lesões
orgânicas produzidas por
influências psíquicas
(emoções, desejos, medo
etc.). Pertinente ao
corpo espiritual ou
perispírito.