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Brasil
Ano 8 - N° 388 - 9 de Novembro de 2014
MARCEL BATAGLIA
marcelbataglia@gmail.com
Ibiporã, PR (Brasil)
 

 

De Sergipe ao Brasil,
José Soares Cardoso

 

Um pouco sobre a obra do poeta e declamador sergipano
que nos deixou há 23 anos

 

 

Natural de Cedro do São João, município sergipano, nascia no dia 5 de fevereiro de 1927 José Soares Cardoso (foto), um dos grandes semeadores da seara espírita. Filho de Pedro dos Santos Cardoso e Maria da Pureza Soares Cardoso, era autodidata. Saiu de sua terra natal para São Paulo em 1946, tendo exercido diversas profissões, como bancário; comerciante; representante comercial e jornalista, além de editor do informativo mensal GUIAPRESS, que circulou em Cuiabá de 1983 a 1989.


Ocupando a função de representante comercial autônomo, percorreu grande parte do Brasil, levando a inúmeras cidades do país a sua mensagem de paz e fraternidade através da poesia. Espírita militante desde 1952, transformou os Centros Espíritas do Brasil em sua tribuna, exercendo um dos mais belos ensinamentos deixado pelo Mestre Jesus: semear o amor. De acordo com o livro Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel, “a palavra de Deus, a semente, é uma só, mesmo que seja apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. A terra que recebe as sementes representa o estado intelectual e moral de cada pessoa”, e dessa forma Cardoso colocou em prática a frase de Jesus: “saiu o Semeador a semear a sua semente”.


Devido a essa admirável força de vontade, esse poeta pregava o Evangelho de Jesus em versos, em diversas conferências, recitais em clubes de serviços, Lojas Maçônicas e teatros de diversas cidades. Membro da UBE - União Brasileira de Escritores, suas obras ficaram registradas em livros e discos LP, como Acordes Espirituais (1955); Onde está Deus? (1976); Sonhos e Vivências (1984); Mato Grosso em Foco (1989) e o esplendoroso livro Deus Conosco em Prosa e Verso (1991), sua última obra antes de seu desencarne ocorrido em 16 de junho de 1991.

 

José Soares Cardoso no palco

Cardoso chegando para palestrar na
antiga União Espírita de Londrina

José Soares Cardoso declamando
um dos seus poemas

O poeta ao lado do professor
Rubens Romanelli

A poesia contra o materialismo

 

Homem de profunda pureza de coração e espírito elevado, era querido por todos onde passava. Participou de inúmeras sociedades culturais e atividades artísticas no movimento espírita, encantando a todos pela beleza de suas músicas e sua voz invejável, que, durante a sua enfermidade nos últimos momentos de vida carnal, ele perdeu. Considerado por muitos como um artista autêntico e nato, buscando sempre a essência das coisas nas profundezas do seu sublimado ideal cristão, José Soares Cardoso, em seus versos, conclamava aos homens de todo mundo que vigiassem seus pensamentos a fim de possibilitar que cada um pudesse, dentro de suas limitações, promover a construção de um mundo de paz e cheio de amor.


Segundo Lenine Póvoas, que em 1983 era presidente da Academia Matogrossense de Letras, “Soares Cardoso combatia o vendaval do materialismo brandindo apenas a arma da sua poesia admirável, no desejo de trazer de volta ao bom caminho os que se perderam nas trilhas do vício, do desajuste e da violência, sempre na esperança de que os valores éticos da vida voltariam a ser aplaudidos e venerados”.


José Soares Cardoso, em sua obra “Onde está Deus?”, disse que em face da agressividade do mundo atual sentia que a construção dessa obra fora um dever imposto pela sua própria consciência. Embora considerasse minúsculas suas contribuições, oferecia seus livros escritos em poesias como armas a serem utilizadas na guerra contra as guerras, na batalha contra o ódio que tanto separa os corações humanos. Alegrava-se ainda em saber que não viveu em vão, que não se calou diante da maldade, diante da indiferença e do desamor, mas que plantou com suas mãos de poeta uma semente de amor na terra.

 

A árvore boa dá bons frutos

 

De acordo com O Evangelho segundo o Espiritismo, devemos procurar os verdadeiros cristãos e reconhecê-los por suas obras, pois uma árvore boa não pode dar maus frutos. Cardoso em uma de suas poesias mostra claramente essa passagem quando diz que “a palavra de Deus, como a semente que o lavrador dentro da terra lança, floresce um dia inesperadamente, em árvore de paz e de bonança, e que a paisagem de sol e de esperança, descortina-se alegre à nossa frente, infundindo em nossa alma a confiança de semear o bem permanente”. “Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados. Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu: não a mutileis. Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu destino.”


Nestes tempos em que a força bruta ainda esmaga os mais puros sentimentos do coração, façamos como esse saudoso poeta espírita brasileiro, isto é, façamos o bem que estiver ao nosso alcance, como se fora um hábito normal, e não percamos, jamais, nenhuma chance de viver em função de um ideal. Semeemos sempre o amor, discretamente, no chão dos corações, como semente que cai de nossas mãos, fecunda e boa, pois assim estaremos imitando o próprio Cristo, que em silêncio nos ampara e abençoa.

 

Para cantar com Deus

 

Ao leitor, numa homenagem ao saudoso poeta, eis os versos do seu poema “Para cantar com Deus”:

 

Acende-se em nossa alma

A chama incandescente

Do verdadeiro amor

Que o mundo inteiro abraça

E vem-nos como que, pela divina graça,

Uma alegria imensa, nova diferente.

 

Em meio a tal ventura,

O sofrimento passa, tão rápido e sutil

Que quase não se sente.

E o coração assim parece que esvoaça

E junto ao coração

Também voeja a mente.

 

É doce assim ficar, com a alma levantada

Disposta a suportar as lutas da jornada,

Imersa neste mar de mística beleza.

O espírito se eleva como que num sonho

Imensamente belo, rútilo e risonho,

Para cantar com Deus, na voz da Natureza.





 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita