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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 8 - N° 387 - 2 de Novembro de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Renata Magri Runho: 

“A educação espírita através das artes se torna hoje o melhor caminho de aprendizagem”

A educadora paulista traz-nos importante depoimento sobre a utilização da arte na educação espírita da criança e do jovem
 
 

Renata Magri Runho (foto), psicóloga e espírita há 20 anos, é natural de São Paulo, capital, mas reside em Araraquara, no interior do estado, onde atua no Centro Espírita Portal da Luz como educadora e coordenadora da equipe de evangelizadores, além de atuar com a mocidade espírita e colaborar no setor  de  atendimento  fraterno e  no  serviço do

passe.  Palestrante, tem tido importante atuação na programação do Encontro Cairbar Schutel, que é realizado anualmente pelo Instituto Cairbar Schutel. Casada e mãe, soma suas experiências de educadora à luz do Espiritismo.   


Você tem se utilizado bastante das artes em suas atividades de divulgação espírita. De onde vem esse gosto e por quê?

Na minha adolescência participei de um grupo de teatro amador, atuando como atriz em espetáculos infantis e adultos; cheguei até a realizar teatros de fantoches em festas infantis. Sempre admirei o trabalho dos meus amigos artistas plásticos fazendo cursos com eles. E durante a faculdade participei do coral universitário.  

Nas experiências com jovens, o que mais lhe chama atenção no uso da arte?

A capacidade que a arte possui de sensibilizá-los e de proporcionar uma maior vivência dos princípios espirituais. 

Das experiências vividas recentemente, inclusive com organização de eventos artísticos doutrinários, quais as que você destacaria?

Primeiramente, a beleza que a arte proporciona, pois ela encanta, alegra, torna sublime as relações. E depois, como diria São Francisco de Assis aos seus, “prepare este local que você receberá o viajante, como se fosse ao próprio Jesus”. A arte de servir ultrapassa a organização em si, pois aquele que é acolhido, recebido com carinho, sente-se amado! A arte toma o seu papel de sensibilizar, apurar os sentimentos, elevar o pensamento, sublimar as energias. 

Como você vê atualmente a integração arte/conhecimento espírita e sua utilização nas instituições inspiradas pelo Espiritismo?

Nossas inteligências são múltiplas, por este motivo devemos utilizar as diferentes linguagens, ampliando desta forma nosso repertório de atuação. A arte é a melhor maneira de ampliar a cultura de um cidadão, fazendo com que ele repense seu modo de pensar e agir perante o conhecimento de si, do outro, de seus valores e questões, medos e desejos... Nossas aulas acontecem de modo que os princípios da doutrina sejam passados através de dinâmicas, vivências, músicas, dramatizações, leituras, exposições dialogadas, visitas, intervenções, teatro, entre outros.

Gostaria de dar um exemplo de nossa última experiência com nossos jovens: estávamos no capítulo VI do ESE, capítulo que tem como tema “O Cristo Consolador”. Iniciamos nossos estudos assistindo a uma palestra de Haroldo Dutra Dias falando de Jesus; lemos em outra aula trechos do Evangelho; lemos juntos capítulos da trajetória de Jesus abordado por Humberto de Campos no livro “Boa Nova”... Os educandos assistiram a um vídeo da crucificação de Jesus; tudo isso causou curiosidade nos educandos sobre a vida de Pedro, Maria de Magdala... Fizemos leituras e conversas em torno de outras obras como as de Alírio Cerqueira e Cairbar, ambos de Parábolas, e finalizamos a conversa sobre Jesus e Maria de Magdala assistindo a um grupo teatral de Ribeirão Preto. Penso que utilizamos diferentes linguagens para falar do mesmo assunto, o que faz com que o educador aumente o número de educandos que entendeu os princípios desejados. 

Que fato marcante nos eventos recentemente realizados deixou expressiva experiência às suas bagagens?

No ano passado, o Encontro Anual Cairbar Schutel (EAC) abordou como tema central o papel da arte no Espiritismo. A arte estava em todos os cantos, nas salas, no palco, na instalação, nos livros, nos olhos, nas oficinas, na dança, na música, na fala, na alimentação. A personalidade destaque do evento foi Wallace Leal, um Espírito que esteve entre nós e se utilizou da poesia, da moda, do teatro, do amor, da educação para divulgar os princípios da doutrina espírita. Na montagem e estudos sobre sua vida eu me emocionava a cada momento que eu ouvia alguém falar de sua personalidade e de suas obras. Penso que o que fazemos deixa marcas muito mais profundas e enraizadas no ser que o simples discurso vazio de expressividade. A partir daí, eu tive a certeza de que meu trabalho de divulgação da doutrina espírita deve acontecer através das artes. 

Por que ainda há resistência ao uso da arte na divulgação espírita?

Por falta de conhecimento, e isso gera atitudes estereotipadas e preconceituosas. O próprio codificador da doutrina, Allan Kardec, é o maior divulgador das artes na Revista Espírita. Depois dele vem Léon Denis. Ambos tinham uma cultura geral, uma sabedoria de viver, uma educação refinada e isso nos leva a crer que, sabendo fazer bom uso, a arte é o único caminho que leva à elevação espiritual. Nas obras de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, podemos vislumbrar em muitas passagens belíssimos cenários de música, som, harmonia, corais, quadros... Natureza! 

No caso específico da música e das artes cênicas, como essas artes têm alcançado o coração do jovem que se aproxima do Espiritismo?

Em nossa sociedade as ONGs realizam hoje um excelente trabalho de resgate de inúmeras crianças e jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social, protegendo-as das drogas, da violência doméstica, do abuso sexual, através da dança, da capoeira, do teatro, da música. O grande desafio dessas instituições é garantir que, ao se tornarem adultos, terão condições de dizer “não” ao tráfico e às drogas. A competição com o mundo é desleal, mas eu acredito que a educação espírita através das artes se torna hoje o melhor caminho de aprendizagem. A forma mais eficaz pelo conhecimento, verdade e lógica, pois toda criança e todo jovem pedem por segurança e coerência.  

Qual a maior dificuldade ainda existente para uma boa interação arte/Espiritismo?

O que falta mesmo é estudo, conhecimento. Muitos dos formadores de opinião nas casas e centros espíritas não conhecem pedagogia, psicologia, antropologia, artes, e sua cultura fica restrita a superficiais leituras e interpretações. O conhecimento levaria nossos líderes a se apropriarem em seus grupos de estudo ou nas palestras públicas de uma diversidade de opiniões sem ficarem com tanto receio, que os leva a cometer intervenções, às vezes, pouco caridosas ou justas. 

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Hoje, no dia em que respondo a estas questões, desencarnou o ator Robin Williams. Em um dos filmes em que ele atuou, um dos filmes mais marcantes em minha vida, este que mudou minha escolha profissional, “Sociedade dos poetas mortos”, eu tinha somente 17 anos quando o vi. Uma das mais belas frases nele contida: “não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana e a raça humana está repleta de paixão. Medicina, advocacia, administração e engenharia são objetivos nobres e necessários para manter-se vivo, mas poesia, beleza, romance, amor... é pra isso que vivemos”. Eu acredito que hoje os exemplos de sofrimentos e sacrifícios já se tornaram obsoletos em nossa exemplificação diária. Nossas crianças e jovens querem e desejam exemplos de amor, de sabedoria, e pra isso temos o Espiritismo, que, pela sua lógica, amplia a consciência, liberta a alma. Basta utilizarmos uma boa pedagogia, a pedagogia espírita.


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita