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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 387 - 2 de Novembro de 2014
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Fatos Espíritas

William Crookes

(Parte 12)

 
Continuamos o estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês éResearches in the phenomena of the spiritualism.

Questões preliminares

A. Nas experiências em que Katie King apareceu materializada, poderia a médium Florence Cook ter preparado previamente o local da sessão, com vistas a enganar os experimentadores?

Poderia, sim. Ocorre que tanto William Crookes como o sábio Aksakof afirmam que as sessões nem sempre foram realizadas na casa da família Cook. No dia 28 de outubro, por exemplo, a sessão ocorreu na residência do Sr. Luxmoore – um homem rico –, antigo juiz de paz, na presença de quinze convidados. (Fatos Espíritas - O Espírito Katie King materializa-se nas sessões do sábio Aksakof.)

B. Que cuidados para prevenir a fraude eram tomados pelos experimentadores?

O que ocorreu na reunião do dia 28 de outubro dá uma pista do que era feito naquela oportunidade. Assim que a médium Florence Cook chegou, foi colocada em uma cadeira perto da porta que dava para a sala e o Sr. Luxmoore amarrou-a: o busto e os braços foram ligados separadamente, a fita que cingia o busto foi ainda esta vez passada por baixo de um gancho de cobre, fixado no soalho perto da cadeira em que se achava a Srta. Cook, e em seguida conduzida para a sala. Os nós da fita foram selados pelo Sr. Luxmoore. Todos os convidados assistiram a essa operação. O aposento estava suficientemente iluminado. Dentro em pouco, a cortina afastou-se cerca de um pé e Katie King apareceu na porta, vestida como de ordinário, fazendo seus discursos habituais. A fita que repousava no soalho não se movia. (Obra citada - O Espírito Katie King materializa-se nas sessões do sábio Aksakof.)

C. O sábio Aksakof acreditou na veracidade das experiências de materialização de Katie King?

Sim. Ante uma pergunta que lhe fora feita por William Crookes, Aksakof disse: “Respondi-lhe que me via forçado a considerá-las autênticas”. (Obra citada - O Espírito Katie King materializa-se nas sessões do sábio Aksakof.)

Texto para leitura 

214. Diz Aksakof que o Sr. Luxmoore convidou-o a examinar bem as ligaduras, nós e selos colocados na médium: tudo estava intacto. Quando teve de cortar os laços, sentiu grande dificuldade para introduzir a tesoura sob as fitas, tão fortemente tinham sido atados os punhos.

215. Ele examinou de novo o gabinete, logo que a Srta. Cook o deixou. Para ele era evidente que não haviam sido joguete de mistificação por parte da Srta. Cook.

216. Mas, então, donde tinham vindo e por onde haviam desaparecido aquelas formas brancas, vivas, falantes – uma verdadeira personalidade humana?

217. Escreveu Aksakof:  

“Lembro-me muito bem da impressão que experimentei nesse dia. Eu estava certamente preparado para ver essas coisas, entretanto, foi-me custoso acreditar nos meus olhos. O testemunho dos sentidos, a lógica mesmo, me forçavam a crer, enquanto a razão a isso se opunha; tanto é verdade que a força do hábito subjuga os nossos raciocínios. Quando estamos habituados a uma coisa, supomos compreendê-la.

Um observador superficial suporá, naturalmente, que o papel de Katie foi representado por uma pessoa qualquer, introduzindo-se por uma abertura habilmente dissimulada. Mas não nos esqueçamos de que as sessões nem sempre eram realizadas na casa ocupada pela família Cook.”  

218. Ele teve depois oportunidade, no dia 28 de outubro, de tornar a ver Katie em uma sessão organizada na residência do Sr. Luxmoore – um homem rico –, antigo juiz de paz. Os convidados eram em número de quinze. Enquanto era esperada a Srta. Florence Cook, foi examinado o compartimento que devia servir de câmara escura e que se abria para a sala. Achava-se nele uma segunda porta, que o Sr. Dumphey (redator do Morning-Post) fechou à chave, guardando-a no bolso.

219. Logo depois chegou a Srta. Florence, acompanhada de seus pais; foi colocada em uma cadeira perto da porta que dava para a sala e o Sr. Luxmoore amarrou-a, mas não da mesma forma por que o tinha feito na sessão precedente: o busto e os braços foram ligados separadamente, a fita que cingia o busto foi ainda esta vez passada por baixo de um gancho de cobre, fixado no soalho perto da cadeira em que se achava a Srta. Cook, e em seguida conduzida para a sala; os nós da fita foram selados como da primeira vez pelo Sr. Luxmoore. Todos os convidados assistiram a essa operação, depois da qual passaram para a sala.

220. As cortinas foram corridas e o grupo se colocou diante, em meio círculo. O aposento estava suficientemente iluminado. Dentro em pouco, a cortina afastou-se cerca de um pé e a forma de Katie apareceu na porta, vestida como de ordinário, e fazia os seus discursos habituais. A fita que repousava no soalho não se movia.

221. Katie insistiu de novo para que se lhe apresentassem perguntas sensatas. Aksakof exprimiu-lhe o desejo de ela se aproximar mais do grupo e de avançar no aposento ainda que fosse um só passo, como já o tinha feito em outras sessões; ela, porém, respondeu que não podia fazê-lo nessa noite.

222. Katie desapareceu por um instante e tornou a aparecer segurando um grande vaso japonês que estava no aposento onde se achava a Srta. Cook, mas a grande distância da cadeira onde estava amarrada. O vaso foi retirado das mãos de Katie e esta volteou três vezes sobre o lugar. Por esses movimentos, queria evidentemente demonstrar-nos que seu corpo e suas mãos estavam livres de obstáculos e, por consequência, que não era a médium que se mostrava.

223. A sessão foi quase de uma hora, durante a qual Katie apareceu e desapareceu repetidas vezes. Enfim, a Srta. Cook acordou; teve ainda uma conversa com Katie e a sessão terminou como precedentemente. Um dos assistentes examinou os selos e os nós, cortou as fitas e levou-as.

224. Entre as notas de Aksakof ele encontrou esta notícia, que se relaciona com a época das experiências em questão: “Confesso que as sessões da Srta. Cook me impressionaram vivamente; de um lado eu hesitava em crer nos meus olhos; entretanto a evidência dos fatos, as condições em que se produziram, obrigaram-me a aceitá-los...”

225. Katie cumpriu sua promessa de deixar-se fotografar. Ninguém suporia, nessa época, que essas experiências fotográficas fossem feitas pelo Sr. Crookes, descrente ainda dos fenômenos de materialização.

226. Durante a conversa que teve com Crookes após as sessões relatadas, Aksakof deu-lhe, a pedido dele, sua opinião sobre essas manifestações. “Respondi-lhe que me via forçado a considerá-las autênticas”, afirmou Aksakof. Mas Crookes, ainda incrédulo, observou: “Nenhuma ligadura me fará crer nesse fenômeno; a meu ver, a ligadura não oferece embaraços à força que age; não me darei por convencido enquanto não vir, ao mesmo tempo, a médium e a figura materializada”.

227. Relatório da comissão dos sábios que se reuniram em Milão, em 1892, para o estudo dos fenômenos psíquicos – Tomando em consideração o testemunho do Professor César Lombroso sobre os fenômenos mediúnicos que se produzem por intermédio da Sra. Eusápia Paladino, sábios de renome reuniram-se em Milão para fazer com ela uma série de estudos tendentes a verificar esse fenômenos, submetendo-a a experiências e a observações tão rigorosas quanto possíveis. Os dados adiante reproduzidos constam do citado relatório. (1)

228. Houve ao todo dezessete sessões, que se realizaram na residência do Sr. Fínzi, (Rua do Mont de Piété), das 9 horas à meia-noite. A médium, convidada para essas sessões pelo Sr. Aksakof, foi apresentada pelo Cavalheiro Chiaia, que assistiu somente à terça parte delas e quase unicamente as primeiras e menos importantes. À vista do ruído produzido na imprensa e das diversas apreciações feitas a respeito da Sra. Eusápia e do Cavalheiro Chiaia, resolveu-se publicar, sem demora, o mencionado relatório.

229. Os resultados obtidos nem sempre corresponderam à expectativa dos pesquisadores, não porque não tivessem, em grande quantidade, fatos, em aparência ou realmente importantes e maravilhosos; mas na maioria deles não puderam aplicar as regras da arte experimental, que em outros campos de observação são consideradas necessárias para chegar a resultados certos e incontestáveis. A mais importante dessas regras consiste em mudar um por um os modos de experimentação, de maneira a descobrir a verdadeira causa, ou pelo menos as verdadeiras condições de todos os fatos.

230. As mudanças que nos pareciam necessárias para pôr fora de dúvida o verdadeiro caráter dos resultados, ou não foram aceitas como possíveis pela médium, ou, se foram realizadas, apenas serviram para tornar quase sempre a experiência nula, ou pelo menos produziram resultados obscuros.

231. A respeito disso, os sábios escreveram: 

“Não temos o direito de explicar esses fatos com o auxílio dessas suposições injuriosas, que muitos consideram ainda as mais simples e das quais os jornais se têm constituído campeões. Pensamos, ao contrário, que se trata aqui de fenômenos de natureza desconhecida e confessamos ignorar as condições necessárias para que eles se produzam.

Querer fixar essas condições por nós mesmos seria, pois, tão extravagante como pretender fazer a experiência do barômetro de Torricelli, com um tubo fechado em baixo, ou experiências eletrostáticas, em uma atmosfera saturada de umidade, ou ainda fotografar, expondo a placa sensível à plena luz, antes de colocá-la na câmara escura.

Entretanto, admitindo tudo isso (de que nenhuma pessoa sensata pode duvidar), não é menos verdadeiro que a impossibilidade bem assinalada de variar as experiências, à nossa vontade, diminuiu singularmente o valor e o interesse dos resultados obtidos, tirando-lhes, em muitos casos, esse rigor de demonstração que se tem o direito de exigir para fatos dessa natureza, ou, antes, ao qual se deve aspirar.” 

232. Por essas razões, entre as inumeráveis experiências efetuadas, o relatório não mencionou, ou o fez somente de forma rápida, as que parecerem aos sábios pouco prováveis e a respeito das quais as conclusões puderam facilmente variar entre os diversos experimentadores. Os sábios mencionaram, porém, e com mais detalhes, as ocasiões nas quais, apesar do obstáculo indicado, as experiências parecem ter atingido um grau suficiente de probabilidade.  (Continua no próximo número.)   


(1)
 Firmaram o relatório os seguintes sábios: Alexandre Aksakof, Diretor do jornal “Os Estudos Psíquicos”, em Leipzig, Conselheiro de Estado de S. M. o Imperador da Rússia; Giovanni Schiaparelli, Diretor do Observatório Astronômico de Milão; Carl Du Prel, Doutor em Filosofia, de Munique; Angelo Brofferio, Professor de Filosofia; Giuseppe Gerosa, Professor de Física da Escola Real Superior de Agricultura de Portici; G. B. Ermácora, Doutor em Física; Giorgio Fínzi, Doutor em Física; Charles Richet, Professor da Faculdade de Medicina de Paris, Diretor da “Revista Científica”; e César Lombroso, Professor da Faculdade de Medicina de Turim. 



 


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