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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 386 - 26 de Outubro de 2014

JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)

 

 

Para uns a reencarnação é maldita, mas na verdade
ela é bendita


O fundamento de toda religião é a crença em Deus e na imortalidade do Espírito. E, na vida prática do religioso, é essencial a vivência do amor a Deus e ao próximo.

O pecado é uma ofensa ao próximo, e uma desobediência das leis divinas. Mas a ofensa ao próximo não atinge Deus, pois Ele é como que vacinado contra ofensas e males. “Ao Todo-Poderoso não podemos alcançar.” (Jó, 37:23).  Aliás, se Deus sofresse com os pecados da Humanidade, Ele seria o ser mais infeliz! Mas isso não acontece, exatamente porque Deus, além de Todo-Poderoso, é também imutável. Já nós, sim, somos prejudicados quando deixamos de amar a Ele e ao nosso próximo. E o nosso amor a Deus passa pelo amor ao nosso semelhante. “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar o seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João, 4: 20).  

A crença na imortalidade do Espírito, como já dissemos, é uma das questões essenciais das religiões. Mas essa imortalidade é vista de vários modos. Sabemos que o espírito de cada um de nós habita o nosso corpo aqui na vida terrena. Mas o espírito habita também fora deste nosso mundo físico, ou seja, no mundo espiritual. Ele caminha sempre em sua jornada evolutiva sempiterna, pois ela tem começo, mas não tem fim. E assim, os espíritos humanos vão se tornando, cada vez mais, mais perfeitos e, pois, mais semelhantes a Deus, mas sem jamais serem perfeitos iguais a Ele, cuja perfeição é infinita.

Essa crença de que o espírito, ora está num corpo humano aqui Terra, ora no mundo espiritual, depois da crença em Deus e na imortalidade do Espírito, é a mais aceita por todos os religiosos do mundo, independente de sua religião. Ela é o que se chama reencarnação, que não é criação do Espiritismo como muitos pensam. E, segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford, em 212 países, no ano de 2.000, cerca de ¾ da população mundial creem na reencarnação, que é bíblica e é, hoje, comprovada por vários segmentos da Ciência.

E ela é maldita para os materialistas e para os líderes religiosos fundamentalistas, que não conhecem bem a Bíblia, ou que a conhecem, mas querem manter os seus fiéis amedrontados com a falsa e mitológica existência real do inferno de Dante Alighieri na “Divina Comédia”, quando esse inferno é figurado na Bíblia. Aliás, esse mesmo maior poeta europeu medieval demonstra reservadamente que ele era reencarnacionista. (Mais detalhes em meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 8ª edição, Ed. EBM, SP, e que está sendo lançado também em inglês nos Estados Unidos pela Editora “Outskirts Press Inc”.)

A reencarnação continua maldita para uma minoria da Humanidade, mas como foi mostrado, é bendita para a grande maioria da população do mundo. É que ela nos dá a certeza da imortalidade e de que todos nós estamos mesmo caminhando, uma minoria mais rapidamente e a maioria mais devagar, de acordo com o livre-arbítrio de cada um, para nos encontrarmos, um dia, com Deus, que não quer a perda de nenhuma de suas almas, amadas infinitamente por Ele. (João, 6: 39).

E terminamos dizendo que, sem a teoria da reencarnação, seria uma mentira a doutrina teológica da misericórdia infinita de Deus!



 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita