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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 386 - 26 de Outubro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 33)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Entre as causas da violência na Terra, a indiferença dos que possuem exerce alguma influência?

Sim. Segundo o instrutor espiritual Felinto, a violência, na atualidade, além dos fatores econômicos, sociológicos e psicológicos conhecidos e debatidos, também tem gênese na indiferença dos que possuem, em relação àqueles que precisam. A ostentação campeia, absurda, ferindo a miséria que, revoltada, se arma de agressividade para tomar. O desperdício cresce, chocante, humilhando a escassez, que se levanta para arrebatar. O luxo excessivo transita, indiferente, produzindo cólera sem necessidade, que investe, odienta, para o aniquilar. Dito isso, Felinto afirmou: “Enquanto os homens não compreenderem que os recursos são oportunidades de cooperação e o poder é investimento para a justiça e o equilíbrio entre as criaturas, essas guerras, urbana e doméstica, devastadoras, prosseguirão fazendo incalculável número de vítimas, que as estatísticas não poderão registrar”. (Loucura e Obsessão, cap. 21,  pp. 270 a 272.)

B. Há muitos espíritas entre os Espíritos?  

Não. Felinto disse ao autor desta obra que são bem poucos entre eles os Espíritos-espíritas, apesar dos grandes esforços dos Benfeitores mais elevados, que os reúnem para conferências, cursos e explicações em sua esfera de ação. “Os longos atavismos aqui permanecem, demorando em ser superados”, acrescentou Felinto. (Loucura e Obsessão, cap. 21, pp. 272 a 274.) 

C. É certo afirmar que Deus não tem preferências e ajuda a todos os seus filhos?

Sem dúvida. O amor de Deus não é partidarista, conforme se apregoou por largos séculos de intolerância e fanatismo. (Loucura e Obsessão, cap. 21, pp. 274 a 276.)

Texto para leitura

129. A violência atual se deve também à indiferença dos mais abastados – Anselmo propôs à esposa que recordassem o filho que se fora, sem o atrair aos apegos materiais, mediante objetos e roupas, mas sim através da memória da ternura e do afeto, que permanecem vencendo as distâncias e os limites físicos. A ideia de doar seus pertences podia ser executada mais tarde, mas a sugestão de fazê-lo de imediato tinha por fim acostumarem-se com a nova situação, evitando lembrá-lo jungido ao sofrimento, com o que lhe seriam enviados pensamentos otimistas, ao invés de recordações amargas ou deprimentes. D. Clotilde concordou com as ponderações de Anselmo. O apego às coisas, sub-repticiamente mascarado de homenagem à memória dos seres amados que desencarnaram, atesta o primarismo das emoções, que ainda não se libertaram do instinto de posse. O verdadeiro amor liberta, repartindo bênçãos que lhe caracterizam a empatia de que se reveste. Quando se ama, realmente, a generosidade aflora nos sentimentos, mesmo nos indivíduos mais avaros que, em abrindo o coração, igualmente abrem as mãos em gestos de bondade. Quantos lares se encontram lotados com o supérfluo, guardando roupas e agasalhos de quem não mais os pode usar, diante da farândola(1) dos nus e desabrigados, que padecem frio e necessidade? O excesso, em uns, normalmente produz a indiferença pelo carente. Quem não se exercita em dar alguma coisa, dificilmente chegará a doar-se. A essas reflexões de Miranda, que ele acompanhou, Felinto acrescentou: “A violência, na Terra, na atualidade, além dos fatores econômicos, sociológicos e psicológicos muito conhecidos e debatidos, também tem gênese na indiferença dos que possuem, em relação àqueles que precisam. A ostentação campeia, absurda, ferindo a miséria que, revoltada, se arma de agressividade para tomar; o desperdício cresce, chocante, humilhando a escassez, que se levanta para arrebatar; o luxo excessivo transita, indiferente, produzindo cólera sem necessidade, que investe, odienta, para o aniquilar... Enquanto os homens não compreenderem que os recursos são oportunidades de cooperação e o poder é investimento para a justiça e o equilíbrio entre as criaturas, essas guerras, urbana e doméstica, devastadoras, prosseguirão fazendo incalculável número de vítimas, que as estatísticas não poderão registrar”. (Loucura e Obsessão, cap. 21,  pp. 270 a 272.)

130. São bem poucos no meio espiritual os Espíritos-espíritas – Em casa de Anselmo, apesar da saudade do filho, ao invés de alojar-se a mágoa e a insensatez da revolta, apresentava-se a bondade diligente reunindo haveres para que a luz da caridade amainasse as pesadas sombras do desespero reinante lá fora. Enquanto o casal reunia roupas e calçados, camas e outros móveis utilizados pelo filho, a fim de doá-los aos mais carentes, Felinto e Miranda conversavam. Este informou, então, ao companheiro que estava sendo, para ele, muito valioso o estágio que ora fazia na Instituição dirigida por irmã Emerenciana. “Sem dar-me conta – admitiu Miranda –, eu guardava alguns preconceitos trazidos da experiência carnal, em relação a diversos cultos e seitas religiosas que se multiplicam na Terra. Não obstante reconhecesse a necessidade de todos eles, em face da variedade de comportamentos evolutivos entre as criaturas, não me detive a examinar a questão com o carinho e a relevância de que se revestem. Abraçando o Espiritismo com enternecimento e dedicação, anelava por apressar o progresso humano através da divulgação e vivência desta Doutrina libertadora, que tem a ver com ‘todos os ramos do conhecimento’, e restaura, plenamente, o Evangelho de Jesus, na sua parte moral de sabor perene. Acompanhando e vivendo estas novas experiências, enriqueço-me de recursos inesperados. Todavia, o culto externo, as práticas mais violentas, ainda me produzem, não o posso negar, algum choque, em face da formação doutrinária a que me permiti, por várias décadas.” Felinto disse-lhe ser compreensível esse comportamento, mas era preciso entender que o Espiritismo é uma conquista recente que a Humanidade logrou e, todavia, não sabe ainda valorizar e compreender plenamente. Embora as informações dos imortais tenham alcançado, com Allan Kardec, o máximo da lógica pelo crivo da razão, tornando-se fator decisivo para o comportamento feliz dos homens, nem todos estamos em condições de incorporar esses ensinamentos à nossa conduta. “Como constata – asseverou Felinto –, são bem poucos entre nós os Espíritos-espíritas, apesar dos grandes esforços dos Benfeitores mais elevados, que nos reúnem para conferências, cursos e explicações em nossa esfera de ação. Os longos atavismos aqui permanecem, demorando em ser superados. É natural, portanto, que os fluxos e refluxos das reencarnações estejam sujeitos aos hábitos e fixações de cada qual.” (Loucura e Obsessão, cap. 21,  pp. 272 a 274.)

131. Deus não tem preferências e ajuda a todos os seus filhos – Na sequência, Felinto lembrou que o amor de Deus não é partidarista, conforme se apregoou por largos séculos de intolerância e fanatismo. Além disso, considerando-se os bilhões de Espíritos, hoje reencarnados na Terra, não seria lícito classificá-los e atendê-los apenas através das crenças que esposam, mas assisti-los consoante as necessidades que apresentam. Feita ligeira pausa, Felinto prosseguiu: “Jesus foi censurado por conviver com os pecadores e as gentes que não seguiam as prescrições da Lei, em razão da ignorância em que se debatiam e dos limites emocionais em que se movimentavam. Esteve no lar do cobrador de impostos, detestável, dialogando com samaritanos e tomando um deles como símbolo para elucidar quem seria o próximo do padecente agredido e abandonado... Jamais se escusou, atendendo a todos e visitando-os nos seus redutos quando possível. Allan Kardec, seguindo-lhe o exemplo, jamais agrediu, elucidando com sabedoria e retirando de cada fato e experiência, sem preconceito ou presunção, o ensinamento capaz de servir de guia para os seus discípulos e leitores”. “É compreensível, portanto, que atendamos as várias faixas da compreensão humana, utilizando-nos do idioma que nos faça entendidos e apresentando a excelência da linguagem do bem desvestida de modismos e aparatos dispensáveis, mas que se faziam, até ali, necessários para a comunicação... Isto não quer significar que estejamos de acordo com tais práticas, assim permitindo-nos um posicionamento particular, que é aquele de não estar contra... Utilizando-nos do material que encontramos, buscamos realizar a tarefa de socorro e iluminação que nos compete. Já imaginou, o amigo, se Jesus tivesse os nossos pruridos e se negasse a vir ter conosco, em razão do nosso atraso e das nossas superstições? No entanto, participou do nosso dia-a-dia, interessou-se pelos nossos hábitos e viveu tão próximo, que se pareceu confundido conosco, elegendo-se, no entanto, o testemunho, a sós, na grande lição de vida, mediante a doação total da sua vida, para que melhor o sigamos.” Após um silêncio oportuno, Felinto continuou: “Entre Jesus e Kardec estão quase dezenove séculos, de modo que o pensamento iluminado do Nazareno pudesse alcançar toda a sua eloquência filosófica e ético-moral para o benefício das criaturas. Kardec é o homem do futuro e o Espiritismo é a lição imperecível que os tempos irão auxiliando os indivíduos a assimilar, penetrando-se da sua sabedoria, que um dia conduzirá os destinos da Terra”. “Confiemos, e, até esse momento, sirvamos onde e como a Providência nos permita para o nosso progresso e felicidade. Há muito por fazer, nesta hora grave, investindo todos os nossos valores intelecto-morais em prol do futuro.” (Loucura e Obsessão, cap. 21, pp. 274 a 276.)

132. Miranda reencontra duas amigas católicas há muito desencarnadas – Reportando-se ao caso Alberto, Felinto explicou que ali o que se viu não foi mais do que a terapêutica de iluminação da consciência do perseguidor, conforme se opera nas Sociedades Espíritas, e de que o Codificador se fez o preclaro modelo. Os companheiros encarnados já não recorreram, naquele caso, a qualquer simbolismo ou tradição de culto, realizando a tarefa em espírito e verdade, mediante a superação das fórmulas habituais. É assim que a imensa população espiritual que se detém na ignorância das Leis da Vida vem sendo conquistada, a pouco e pouco, à medida que se alteram para melhor as condições morais do planeta,  a fim de que, em se reencarnando, não necessitem mais das velhas cerimônias a que determinados Espíritos se submeteram por milênios. “A nós – enfatizou Felinto –, não nos compete chocar, para depois libertar. Aplicamo-nos o método de acompanhar o candidato, auxiliando-o até o momento em que ele tenha condições de discernir e seguir, consciente das responsabilidades que lhe dizem respeito.” “O nosso programa é de educação para a eternidade, com vistas ao próprio progresso, que o serviço nos enseja.” Como o lar de Anselmo fora envolvido pelo silêncio, Felinto e Miranda resolveram dar um passeio pela cidade. Chegando a uma praça ajardinada, eles notaram que de uma igreja suntuosa retiravam-se inúmeros Espíritos, após o culto ali realizado. Na maioria dos semblantes havia unção e reconforto, enquanto noutros, como acontece na Terra, a indiferença permanecia, sem qualquer sinal de introspecção ou conquista iluminativa. Nesse momento, Miranda viu passarem duas senhoras respeitáveis, irmãs carnais, que ele conhecera na Terra, onde foram muito arraigadas na convicção religiosa do Catolicismo. Miranda aproximou-se e saudou-as com certa efusão de júbilos. (Loucura e Obsessão, cap. 21, pp. 276 e 277.) (Continua no próximo número.)

(1) Farândola - bando de maltrapilhos; farandolagem; bando, súcia.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita