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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 386 - 26 de Outubro de 2014
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Fatos Espíritas

William Crookes

(Parte 11)

Continuamos o estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês é Researches in the phenomena of the spiritualism.

Questões preliminares   

A. Qual era, em sua última reencarnação, o nome verdadeiro de Katie King? 

Annie Morgan.  (Fatos Espíritas – Extrato do jornal The Spiritualist de 29 de Maio de 1874.)

B. Quando ocorreu a última sessão com Katie King?

A sessão realizou-se numa quinta-feira, dia 21 de maio de 1874. Katie expressamente afirmou que não dava essa sessão senão aos poucos amigos convencidos, experimentados, que se achavam ainda presentes em Londres, os quais, durante muito tempo, pugnaram pela médium contra o público, e, apesar de numerosas e instantes solicitações, só fez uma exceção, convidando os Srs. M. Florence, Marryat e Ross Church. (Obra citada – Extrato do jornal The Spiritualist de 29 de Maio de 1874.)


C. É verdade que Katie King materializou-se também em sessões realizadas com presença do sábio Aksakof?

 

Sim. O próprio Aksakof o revelou em livro de sua autoria. Ele pôde, então, ver Katie materializada e observar que suas vestes eram completamente diferentes das que a médium Florence Cook usava. (Obra citada - O Espírito Katie King materializa-se nas sessões do sábio Aksakof.)

Texto para leitura

199. Extrato do jornal The Spiritualist de 29 de Maio de 1874  – Desde o começo da mediunidade da Srta. Cook, o Espírito Katie King ou Annie Morgan, que tinha produzido a maior parte das manifestações físicas, havia anunciado que não tinha a possibilidade de ficar perto da sua médium senão durante três anos e que depois desse tempo despedir-se-ia para sempre.


200. O fim desse período expirou quinta-feira última, mas antes de deixar a médium ela concedeu aos seus amigos ainda três sessões de despedida. A última realizou-se quinta-feira, 21 de maio de 1874: Katie expressamente fizera observar que não dava essa sessão senão aos poucos amigos convencidos, experimentados, que se achavam ainda presentes em Londres, os quais, durante muito tempo, pugnaram pela médium contra o público, e, apesar de numerosas e instantes solicitações, só fez uma exceção, convidando os Srs. M. Florence, Marryat e Ross Church. Entre os espectadores estavam o Sr. William Crookes e a criada Maria.


201. Às 7:23 da noite o Sr. Crookes conduziu a Srta. Cook à câmara escura, onde ela se estendeu no soalho, apoiando a cabeça num travesseiro. Às 7:28 Katie falou pela primeira vez e às 7:30 mostrou-se fora da cortina e em toda a sua forma; estava vestida de branco, com as mangas curtas, e decotada; tinha longos cabelos castanho-claros, de cor dourada, caindo-lhe em cachos dos dois lados da cabeça e ao longo das costas, até à cintura; trazia um grande véu branco que não foi abaixado senão uma ou duas vezes sobre o seu rosto, durante a sessão.


202. A médium tinha um vestido azul-claro, de merinó. Durante quase toda a sessão Katie ficou em pé diante de nós; a cortina do gabinete estava afastada e todos podíamos ver distintamente a médium adormecida com o rosto coberto com um xale encarnado, para o resguardar da luz. Ela não deixara a sua primitiva posição desde o começo da sessão, durante a qual se derramava viva claridade pelo aposento.


203. Katie falou da sua próxima partida e aceitou um ramalhete que o Sr. Tapp trouxera, assim como alguns lírios oferecidos pelo Sr. Crookes; convidou, em seguida, o Sr. Tapp a desamarrar o ramalhete e colocar as flores diante dela, sobre o soalho; sentou-se, então, à maneira turca e pediu-nos para fazer a mesma coisa, ao seu derredor. Depois, dividiu as flores e deu a cada um de nós um pequeno ramo, que amarrou com uma fita azul.


204. Escreveu também cartas de despedida a alguns dos seus amigos, assinando-se “Annie Owen Morgan” e dizendo que fora este o seu verdadeiro nome durante sua vida terrestre. Escreveu, igualmente, uma carta à médium e escolheu para ela um botão de rosa, como presente de despedida. Pediu, então, a tesoura, cortou pedaços dos seus cabelos e deu a todos nós uma grande parte, e, tomando em seguida o braço do Sr. Crookes, fez uma volta pela sala e apertou a mão de cada um; sentou-se de novo, cortou vários pedaços do seu vestido e do véu e nos presenteou com eles.


205. Vendo-se-lhe grande orifício no vestido, quando ela se achava sentada entre o Sr. Crookes e o Sr. Tapp, perguntaram-lhe se poderia restaurar o dano, assim como o tinha feito em outras ocasiões. Katie apresentou a parte cortada à claridade da luz, deu uma pancada em cima, e instantaneamente essa parte ficou tão completa e tão nítida como dantes. As pessoas que se lhe achavam perto lhe examinaram o pano, tocando-o com a sua permissão, e afirmaram que não existia nem orifício, nem costura, nem nenhum tecido sobreposto, onde instantes antes tinham visto buracos de várias polegadas de diâmetro.


206. Katie deu em seguida as suas últimas instruções ao Sr. Crookes e aos outros amigos, sobre a conduta a manter relativamente às manifestações ulteriores, que havia prometido por intermédio da médium. Essas instruções foram anotadas com cuidado e entregues ao Sr. Crookes. Ela pareceu então fatigada e dizia tristemente que desejava ir-se embora, porque a sua força desaparecia; reiterou a todos as suas despedidas da maneira mais afetuosa. Os assistentes agradeceram-lhe as manifestações maravilhosas que lhes tinha concedido.


207. Finalmente, dirigiu aos seus amigos um último olhar grave e pensativo, deixou cair a cortina e tornou-se invisível. Ouviu-se que a médium acordava e lhe pedia, derramando lágrimas, que ficasse ainda um pouco mais; mas Katie lhe respondeu: “Minha cara, não posso; a minha missão está cumprida; Deus te abençoe”. E ouvimos o som de um beijo de despedida. A médium apresentou-se, então, entre nós, inteiramente desfalecida e profundamente consternada.


208. Katie dizia que não podia, para o futuro, falar nem se tornar visível; que, executando durante três anos essas manifestações físicas, tinha passado uma vida bem penosa, para expiar as suas faltas; que estava resolvida a elevar-se a um grau superior da vida espiritual; que só a longos intervalos poderia corresponder-se, por escrito, com a sua médium, mas que poderia sempre vê-la por meio da lucidez magnética.


209. O Espírito Katie King materializa-se nas sessões do sábio Aksakof, antes de se manifestar ao Doutor William Crookes  – Diz Aksakof, na sua obra Animismo e Espiritismo:

 

“Farei aqui uma breve digressão, narrando a minha entrevista com Katie King, entrevista que ainda não foi publicada pela imprensa estrangeira.

Em 1873, já o Sr. Crookes tinha publicado os seus artigos sobre a força psíquica, porém não acreditava ainda nas materializações e dizia que só acreditaria nelas quando visse ao mesmo tempo o médium e a forma materializada.

Achando-me em Londres, nessa época, desejei naturalmente ver esse fenômeno, único então. Tendo-me relacionado com a família da Srta. Cook, fui graciosamente convidado para assistir à sessão que devia realizar-se a 22 de outubro.

Reunimo-nos em um pequeno aposento que servia de sala de jantar.

A médium, Srta. Florence Cook, sentou-se em uma cadeira, no canto formado pelo fogão e a parede; atrás havia uma cortina corrediça; o Sr. Luxmoore, que dirigia a sessão, exigiu que eu examinasse bem o lugar e as ligaduras da médium, pois pensava ser esta última precaução sempre indispensável. Em primeiro lugar ligou ele cada uma das mãos da médium, separadamente, com uma fita de linho, selou os nós, depois, reunindo as mãos por trás das costas, ligou-as conjuntamente com as extremidades da mesma fita e, de novo, selou os nós; depois, ligou-as ainda com uma longa fita, que fez passar por fora da cortina, por baixo de um gancho de cobre, que foi preso à mesa perto da qual ele estava sentado; desse modo a médium não podia mover-se sem imprimir um movimento à fita.

O aposento estava iluminado por pequena lâmpada, colocada atrás de um livro.

Ainda não havia decorrido um quarto de hora e a cortina foi afastada suficientemente, para deixar ver uma forma humana, em pé, vestida completamente de branco, com o rosto descoberto, mas tendo os cabelos envolvidos em um véu branco e as mãos e os braços completamente nus – era Katie.

Na mão direita ela segurava um objeto, que entregou ao Sr. Luxmoore, dizendo-lhe: É para o Sr. Aksakof; eu lho ofereço.

Ela me oferecia um pote de doce! e a entrega desses presentes provocou um riso geral.

Como se vê, a nossa primeira entrevista não teve nada de místico.

Tive a curiosidade de perguntar donde vinha esse pote de doce e Katie deu-me esta resposta, não menos prosaica que o presente: Da cozinha.

Durante toda essa sessão ela conversou com as pessoas presentes; a sua voz era abafada; só se percebia um ligeiro cochicho; repetia a todo o instante: Façam-me perguntas; perguntas sensatas; então, perguntei-lhe: Não poderá mostrar-me a sua médium? Ela me respondeu: Sim, venha ligeiro e olhe.”

 

210. Segundo o relato feito por Aksakof, ele imediatamente afastou as cortinas das quais  estava apenas afastado 5 passos; a forma branca tinha desaparecido e diante dele, em um canto escuro, avistou a médium, sempre sentada na cadeira; trajava vestido de seda preta e, assim, não pôde vê-la distintamente na escuridão.


211. Logo que voltou ao meu lugar, Katie tornou a aparecer perto da cortina e perguntou-lhe: “Viu bem?” – “Não muito bem” – respondeu ele; estava escuro atrás da cortina. “Então segure a lâmpada e olhe depressa”, respondeu-lhe Katie.


212. Em menos de um segundo, ele colocou-se atrás da cortina, com a lâmpada na mão; todo vestígio de Katie tinha desaparecido e ele se achava em presença da médium, que estava sentada na cadeira, com as mãos ligadas por trás e mergulhada em profundo sono.

                                          

213. A luz da lâmpada, caindo sobre o seu rosto, produziu o seguinte efeito: a médium gemeu, fazendo esforços para acordar; um interessante colóquio travou-se, atrás da cortina, entre a médium, que queria acordar completamente, e Katie que queria adormecê-la ainda; ela, porém, teve de ceder; Katie despediu-se dos assistentes, e fez-se silêncio; a sessão estava terminada.  (Continua no próximo número.)   



 


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