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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 385 - 19 de Outubro de 2014

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 

 

Organizações humanas: alguns sinais alvissareiros


É extremamente preocupante a situação climática do planeta. Já não se trata mais de uma simples suposição, mas uma conclusão alicerçada em sólidas evidências. Enquanto em alguns lugares há predominância de chuvas diluviais, tufões, furacões e tornados devastadores, em outros prevalecem as mortificantes secas e inclementes estiagens. Em suma, o clima está completamente descontrolado. As precisas e características manifestações de cada estação já não são mais observáveis. Em alguns lugares se fazem as quatro estações num único dia.

O quadro é tão delicado que até mesmo a ONU tem promovido constantes encontros em busca de soluções apropriadas. Num deles, ocorrido recentemente, intitulado Pacto Global de Prefeitos – que reúne, a propósito, mais de 2 mil cidades de várias partes do planeta, inclusive a do Rio de Janeiro –, ficou estabelecido o compromisso de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa para 454 megatoneladas até 2020. Em outras alianças envolvendo cidades, ficou igualmente acertada a meta conjunta para reduzir as emissões anuais de efeito estufa em 8 gigatoneladas em 2050, isto é, o equivalente a 50% do uso total de carvão. Tais decisões são indispensáveis, pois grande parte das pessoas vive atualmente nas grandes metrópoles. Desse modo, todo esforço é necessário e bem-vindo diante do crescente número de desabrigados no mundo, consequência, aliás, dos crescentes prejuízos gerados pelas tragédias climáticas.

As organizações humanas, por sua vez, são diretamente responsáveis por esse quadro caótico que se instalou. De uma maneira ou de outra, elas fomentam o desequilíbrio que grassa por toda parte, seja pela aquisição de matérias-primas (insumos) não renováveis, seja por intermédio de processos obsoletos de fabricação que agridem o meio ambiente, seja pela sua própria inconsciência. Como bem observa o confrade André Trigueiro, os ecologistas têm reiteradamente destacado o risco de colapso planetário que enfrentamos para suprir às demandas de matéria-prima e energia.

No entanto, como sabemos, é destruindo o materialismo que o Espiritismo contribui para concepções mais elevadas da vida. E nelas não há espaço para a degradação, ou desrespeito à natureza e ao meio ambiente, ou ainda para o lucro inconsequente. A Terra é uma das incontáveis casas celestiais que abriga bilhões de almas e que dela precisam condições adequadas para evolução nos dois planos da vida. Preservar a nossa “casa”, portanto, é primordial para nos desenvolvermos no sentido mais amplo. Para a consecução de tal objetivo se faz necessário que empreguemos toda a nossa inteligência e conhecimento de maneira benigna.

Nesse particular, cabe também destacar a auspiciosa iniciativa tomada por um conjunto de quarenta empresas, entre elas as gigantes Kellogg e Nestlé, que assinaram um acordo comprometendo-se a reduzir o corte de florestas tropicais pela metade em 2020 e interromper totalmente tal prática até 2030.

Como afirmou o repórter Justin Gillis do New York Times, as promessas das corporações são o ponto alto de uma tendência em desenvolvimento na qual virtualmente toda empresa de porte agora se sente obrigada a assumir compromissos relativos à questão da sustentabilidade ambiental. Evidentemente, há inserido ainda nessa discussão aspectos de redução de custos, notadamente de energia, entre outras coisas.

Mas chamou-nos a atenção em particular o esforço encetado pela Unilever – uma das principais fabricantes de produtos de consumo de massa do planeta -, que emprega quase 180000 funcionários em todo o mundo, e que faturou no ano passado mais de 65,4 bilhões de dólares. Seu CEO, Paul Polman, fez importantes declarações a respeito que merecem ser ecoadas até pela dimensão da referida empresa. Inicialmente, o executivo reconheceu que os governos não conseguem fazer tudo sozinhos. Desse modo, as empresas precisam ajudar cumprindo a sua parte.

Nesse sentido, ele afirmou inteligentemente que “Precisamos pensar como tornar nossos modelos mais sustentáveis, porque o custo de deixar as coisas como estão tem um peso alto [aliás, estamos vendo a conta subir dia após dia por causa das tragédias sucessivas que ocorrem em todos os cantos do planeta]. Nossas unidades de produção têm de consumir menos água, menos pesticidas e gerar menos lixo. A Unilever gasta anualmente 50 milhões de euros para levar seus resíduos até aterros sanitários, em caminhões [...]”. 

Por outro lado, ficamos bastante impressionados com os objetivos anunciados pela companhia: “Queremos melhorar a saúde e o bem-estar de 1 bilhão de pessoas, mas sabemos que não podemos fazer isso em poucos meses. Por isso, estabelecemos no passado um prazo de dez anos. Em quatro já decorridos, a parcela de nossas matérias-primas de origem sustentável passou de 10% para 48% do total. Queremos chegar a 100% [...]”.

Diante do exposto, parece-nos que a empresa acima vem demonstrando considerável maturidade para lidar com os problemas aflitivos que afetam o nosso mundo na atualidade. Tal pensamento é auspicioso porque certamente está disparando uma espiral de tomada de consciência que, por sua vez, culminará na adoção de medidas empresariais mais responsáveis, inclusive por parte da sua cadeia de fornecedores. As instituições, a humanidade e o planeta, enfim, todos ganham. Com efeito, o chamado triple bottom line (people, planet, and profit - pessoas, planeta e lucro), como vem sendo amplamente advogado, é um objetivo empresarial perfeitamente viável. Por fim, conforme sugerimos recentemente num artigo científico, os dilemas empresariais para este milênio preveem, na sua vertente positiva, o foco em ambos os valores materiais e não materiais, confiança, lealdade, sucesso, diversidade, satisfação, felicidade, atenção e lucro como um meio de promover bem-estar geral. Tomara, portanto, que as organizações humanas não hesitem mais em seguir tal direção.   

 

 


 


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