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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 385 - 19 de Outubro de 2014

ALMIR DEL PRETTE
adprette@ufscar.br

São Carlos, SP (Brasil)

 
 

 

A Parábola do Semeador


A parábola do Semeador é autoexplicativa sendo, por isso, considerada a mais simples e a mais direta das mensagens de Jesus. Essa mensagem de Jesus aparece nos três evangelhos sinóticos, a saber, Mateus (Mt, 13: 1-9), Marcos (Mc, 4: 3-9) e Lucas (Lc, 8: 4-8). Aparece, ainda, conforme a Wikipédia, no evangelho apócrifo de Tomé. Não é objetivo desta análise comparar possíveis semelhanças e diferenças dos textos atribuídos aos três evangelistas. A escolha de reproduzir aqui a narrativa de Mateus deve-se ao fato de que este evangelista contextualiza o evento relatado e apresenta detalhes que podem ajudar o leitor na compreensão da parábola.

“Naquele dia saindo Jesus de casa, sentou-se junto ao mar; achegaram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou numa barca e se sentou; e todo o povo ficou em pé na praia. Muitas coisas lhes falou em parábolas, dizendo: O semeador saiu a semear. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-na. Outra parte caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra; logo nasceu, porque a terra não era profunda e, tendo saído o sol, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra caiu na boa terra e dava fruto, havendo grãos que rendiam cem, outros sessenta e outros trinta por um. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mateus, 13:1-9)

Ao contar a parábola Jesus chama a atenção de seus ouvintes. Esse chamado de atenção aparece em outras narrativas. Trata-se da locução: “Quem tem ouvidos, ouça”. Por que esse evocativo às vezes usado no início e no final, ou apenas no início, ou ainda somente no final da narrativa? Evidente que não é dirigido ao deficiente auditivo. Então seria uma redundância? Essa evocação indica que é necessário permanecer atento e refletir além do registro das palavras que o conduto auditivo reproduz ou, no caso da leitura, buscar o espírito da letra, como indicou Paulo, afirmando que “a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Cor 3, 6). Procurando realizar tal exercício entendemos importante identificar alguns aspectos que dão movimento à parábola: (a) quem é o semeador? (b) o que o semeador semeia? (c) em quais glebas as sementes são semeadas? (d) qual a produção de cada gleba?

A presente análise não descarta outras interpretações. Entretanto o semeador pode ser entendido como todo e qualquer indivíduo que entra em contato com a boa nova. Impossível tomar conhecimento (“ouvir”) de uma boa nova e não passá-la adiante, mesmo em se tratando de eventos comezinhos como, por exemplo, alguém falar ao telefone: “Fulano disse que ontem choveu bastante em...”. Aquele que semeia tem uma tarefa que para realizá-la proficuamente precisa ser também gleba. Recebe de outrem e semeia adiante. Quem está de posse da boa nova, pretende difundi-la e, na maioria das vezes, não seleciona seu ouvinte. As diferentes pessoas (glebas) que recebem a semente (boa nova) têm diferentes condições de preparo (sensibilidade evolutiva) e, por isso, respondem de maneira diversa a essa semeadura.

A parábola traz informações explícitas sobre as características das glebas que receberam as sementes, podendo-se identificar, grosso modo, três tipos de respostas por parte delas: (a) negativa; (b) pseudopositiva; (c) positiva. Na negativa, a semente (boa nova) é negligenciada pela pessoa, embora aproveitada por outros. Esse caso pode ser ilustrado por aqueles que falam da boa nova, mas que não se esforçam em aplicá-la em suas vidas. Na pseudopositiva, aparentemente a boa nova foi aceita, chegando mesmo a germinar, porém diante das primeiras dificuldades fenecem. Ilustram essa classe as pessoas que não se aplicam suficientemente na boa nova recebida, descuidando quanto à reflexão e ao aprofundamento. Na positiva, a resposta se diferencia de grupos para grupos. Há os que se dedicam de maneira exemplar e obtêm resultados extraordinários. Há, também, os que são apenas esforçados e conseguem bons resultados, mas abaixo dos primeiros. Finalmente, outros com menor dedicação alcançam colheita meramente mediana. Trata-se daqueles que recebem a boa nova de maneira casual, quase burocrática e caminham lentamente na estrada evolutiva. Como se vê, a colheita depende não apenas do semeador, mas, sobretudo, da destinação dada à semente. 


Colaborou na redação deste artigo
Zilda A. P. Del Prette, da UFSCar, de São Carlos (SP).

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita