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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 384 - 12 de Outubro de 2014

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 

 

Orai pelos que vos perseguem

Jesus propôs o perdão como remédio para todos os nossos males


Jesus deixou-nos dois princípios básicos de Justiça Divina, entre tantos outros, quando nos aconselhou, primeiro, a orarmos pelos que nos perseguem e caluniam, e segundo, porque com a mesma medida com que medirmos a atitude do outro, também seremos medidos pelas nossas. 

A dor moral que sentimos, por conta dessas atitudes, está de acordo com as necessidades próprias, com vistas aos resgates do passado, preparando-nos para a vida espiritual futura.  Assim, quando recebemos a calúnia, a ofensa de alguém que se encontra dentro do nosso patamar de compreensão e do plano evolutivo, é, sem dúvida, provação bem amarga, que não pode ser dispensada, em benefício do nosso processo de crescimento espiritual – lembra Emmanuel, respeitado benfeitor espiritual. Mas, também, existem as pedradas da ignorância e da má-fé, partidas de sentimentos inferiores, e convém que o cristão esteja preparado e sereno, de modo a não recebê-las com sensibilidade doentia, mas com o propósito de trabalho e esforço próprio, na educação dos seus sentimentos. Por essa razão, as advertências às quais Jesus nos convida a prestarmos atenção, não se baseiam, tão somente, na lei universal da bondade para com os semelhantes. Vai além, fundamentando-se na lei das correspondências, das sintonias. 

Não dá para ignorar que os sentimentos perniciosos, manifestados através de pensamentos destruidores, encontram na lei das trocas, das correspondências, da sintonia aqueles que sentem e pensam da mesma forma que nós.  Portanto, detestar aqueles que nos detestam, retribuir o mal com o mal, é o mesmo que abrir portas em nós mesmos para a violência, para o desamor, para a aversão daqueles que nos convidam para sermos iguais a eles, para caminharmos com eles nas trilhas do desequilíbrio, das doenças, alimentando mágoas, raivas, desejo de revide e amarguras... 

Mas nosso Mestre Excelso convida-nos a ir além da bondade para com o próximo.

Vamos entender o que isso significa: 1 - Para o selvagem da floresta, não há outro paraíso além da caça, da pesca, da pequena agricultura para a manutenção da tribo; 2 - Para o estudioso da Astronomia, nosso mundo e outras descobertas não vão além de departamentos no Universo. Todavia, também nós temos um campo de experiência diária, e não podemos nos esquecer de que as situações externas serão retratadas no nosso plano íntimo, segundo aquilo que colhemos na consciência como material de reflexão. Ou seja: somos influenciados por situações que acontecem ao nosso redor, e através delas vamos colhendo aquilo que será alvo dos nossos pensamentos, daquilo que nos chamou a atenção por ter-se tornado foco de nosso interesse. Por exemplo: Se permanecermos na cólera, todas as formas ao nosso redor parecerão iradas; se preferimos a tristeza, poderemos notar que o desalento está em cada trecho do nosso caminho; se duvidamos da nossa capacidade na execução de tarefas que nos são dadas ou que desejamos realizar, é certo que ninguém confiará no nosso esforço; e se nos habituamos às perturbações e aos atritos, dificilmente saberemos viver em paz conosco.  

Isso acontece porque, em torno dos nossos passos, a paisagem será aquela que pensarmos dela. “Respiraremos, assim, na zona superior ou inferior, torturada ou tranquila, em que colocamos nossa mente” ¹, na observação judiciosa de Emmanuel, que prossegue lembrando que “contra a labareda criminosa do mal, façamos chover os pensamentos calmantes do bem”. ² 

Todas essas ilações mostram-nos que está em nós a possibilidade de renovação das nossas predisposições íntimas. E mais uma vez Jesus, o Mestre dos mestres, dá-nos a ferramenta para nosso crescimento em relação àqueles que nos caluniam e perseguem. Que ferramenta é essa?! Todas as vezes que nos dirigimos a Deus, pedindo perdão pelos nossos erros, estamos realmente arrependidos? E quando dizemos a alguém que perdoamos a ofensa sofrida, esquecemos realmente o ato danoso?        

Na busca dessas respostas, torna-se importante perceber, em nossos corações e em nossas mentes, como essas atitudes se refletem dentro de nós (situação externa influenciando nosso pensamento). E para iniciar essa caminhada, é fundamental não esquecermos que todos nós cometemos equívocos e, portanto, sujeitos a críticas. O problema é que na maioria das vezes somos bastante tolerantes com nossos enganos, enquanto nos tornamos juízes severos dos enganos alheios. 

Mas, afinal, por quais razões essa atitude se manifesta em nós? Porque imaginamos – e o egoísmo está no centro desse nosso comportamento – que temos motivos que justificam as nossas grosserias, as nossas injustiças, os nossos desmandos.  Os outros não os têm para assim agirem, sobretudo se nós formos os alvos desse comportamento desequilibrado.  Se for o outro esse alvo, certamente ele fez por merecê-lo. 

A Doutrina Espírita propõe-nos duas questões que poderiam nortear nossa conduta diante dessa situação: 1 – como julgar os atos de criaturas que vivem experiências tão diferentes das nossas?  2 – como poderemos saber o que se passa no coração daquele que nos ofende ou agride?  

Certamente não podemos, pois quando também agimos assim os outros ignoram o que acontece conosco naquele momento. Para essa mudança, para essa nova forma de ver o outro, Emmanuel faz um convite: “Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento”.³ 

Mas, por onde começar a corrigir?! Como fazer?! Deparamos aí com um grande problema íntimo: sabemos o que corrigir, mas não conhecemos o caminho para essa mudança.  Mas eis a resposta certa à nossa indagação: Jesus é o modelo a ser procurado!...  

O Mestre referiu-se, inúmeras vezes, ao perdão como instrumento valioso e indispensável à nossa evolução. O “perdoai para serdes perdoado”, que nos deixou em Seus ensinamentos, significa perdoar indefinidamente, tantas vezes quantas forem necessárias.  

Gostaríamos, evidentemente, de ser perdoados todas as vezes que nos desviamos da trilha, mas como esperar o perdão que pedimos a Deus se ainda não somos capazes de perdoar o próximo? Parece-nos que, em primeiro lugar, precisamos aprender a NOS PERDOAR, pois se fizemos ou se ainda fazemos algo errado é porque não sabíamos - como ainda não sabemos - de que forma fazer o certo; e, em segundo lugar, buscar a resposta em Jesus porque, mais do que falar sobre o perdão, Ele o exemplificou em Sua caminhada de luz, exercitando a bondade, a mansuetude, de modo integral, completo, sem distinção a quem quer que fosse. E a prova disso está no pedido que fez ao Pai para que perdoasse aqueles que O crucificaram.  

Médico de almas, o Cristo propôs o perdão como remédio para todos os nossos males. E é interessante notar a preocupação da Medicina moderna em tentar compreender por que essa atitude, praticada por muitos doentes do corpo, ajuda a curar ou a minimizar as dores. Os médicos, hoje, querem descobrir como e por que isso acontece. Jesus já sabia e veio nos ensinar. Só nos resta, portanto, aprender! 

Aprendamos, pois, a perdoar conforme Ele nos ensinou: sem rancor, sem ressentimento, sem estabelecer condições, ajudando inclusive o ofensor, nem que seja com as nossas preces, mesmo que ele não saiba, fechando as portas da nossa mente a quaisquer sentimentos perniciosos, desequilibrados e desequilibrantes. Busquemos algum bem nessas criaturas, como nós gostaríamos que o encontrassem em nós, apesar do momento de desajuste emocional no qual estejamos envolvidos.   

Mas, meus irmãos, é fundamental que não nos esqueçamos de render graças a Deus, porque já podemos prestar auxílio a alguém. É importante lembrar que se chegamos ao grau de restauração em que nos encontramos, é que, decerto, alguém caminhou pacientemente conosco, com bastante amor de servir e bastante coragem de nos suportar. 

Já temos o modelo, conhecemos os instrumentos e o caminho para realizar a transformação em nós. Estamos aguardando o quê?!


Bibliografia:

1 - EMMANUEL (Espírito). Pão Nosso. [psicografado por] F. C. Xavier – 17. Ed. – Federação Espírita Brasileira – Rio de Janeiro/RJ – lição 72.

2 - Coletânea do Além. Autores Diversos [psicografado por] F. C. Xavier - Edições FEESP, 2001 - pág. 31.

3 – EMMANUEL. (Espírito). Fonte Viva – [psicografado por] F. C. Xavier – 16. ed., Federação Espírita Brasileira – Rio de Janeiro/RJ – Lição 67.


Outras fontes:
 

– EMMANUEL (Espírito). Palavras de Vida Eterna, [psicografado por] F. C. Xavier- 20. ed., Edição CEC, Uberaba/MG – 1995 - Lições 61 e 76.

- KARDEC, Allan – O Evangelho segundo o Espiritismo – Capítulo X.

- O Espírito da Verdade. Autores Diversos, [psicografado por] F. C. Xavier e Waldo Vieira – 10. Ed. - Federação Espírita Brasileira - Lição 83.

- Artigo: “Perdão, remédio para a alma”, minha autoria – publicado pelo Jornal Espírita (FEESP), em outubro de 2004, e na revista eletrônica O Consolador www.oconsolador.com, em agosto de 2009.
 


 


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