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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 384 - 12 de Outubro de 2014

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 
 

 

Postos Avançados de Assistência aos “Filhos do Calvário 1

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns aos outros.”  – Jo, 13:35.

 
Vimos, em Centro Espírita desta Capital, no início da década de oitenta, que pessoas carentes recebiam auxílio na sede da Entidade. As famílias – em geral, a mãe cercada de filhos – acorriam à busca da sopa, de cestas com alimentos, calçados e roupas usadas. Aí ouviam palestras evangélicas.

Mais de uma vez observamos que motoristas de ônibus não paravam no ‘ponto’, para evitar os pobres, modestamente vestidos, com suas sacolas e muitas crianças. E nem sempre tinham como pagar a passagem.

Muitas dessas crianças buscavam na rua o próprio sustento e auxílio às suas famílias. Ou delas se afastavam, pelos maus-tratos de toda ordem recebidos no ‘lar’.

À época, jovens idealistas mobilizaram integrantes das Mocidades Espíritas de algumas Instituições e, movidos pela compaixão, dirigiam-se, semanalmente, a locais onde se reuniam esses pequeninos. Assim, aprendiam a trabalhar em equipe e a se unirem à Causa do Evangelho e não apenas a esta ou àquela Casa Espírita.

As crianças, à margem da sociedade, sem alimento, teto ou escola, viviam à míngua de carinho e de oportunidades – assim como tantas delas ainda vivem, no Brasil, e em várias partes do mundo dito ‘civilizado’. Não temos notícias de crianças abandonadas entre os índios! E há animais que ‘adotam’ órfãos, até de outras raças!

Indagados sobre onde moravam seus pais, indicavam os Bairros X ou Y de Goiânia – quase sempre chamados “Jardins”, ainda que ali nem sempre houvesse uma árvore –, ou localizados em municípios vizinhos.

Em numerosas invasões, abrigavam-se debaixo de quentíssimas barracas de lonas pretas, sem janelas e dignidade; ou em precários barracões, sem higiene, com cisternas construídas próximas às ‘privadas’.

Os jovens buscaram conhecer alguns desses “Jardins”, e criaram ‘Postos de Assistência’ em vários deles, para ali transferindo, com ingentes sacrifícios, suas atividades junto às crianças, e respectivas famílias.

Ora debaixo de árvores, quando as havia, ou na própria rua; ora em alpendres ou varandas cedidas por moradores fraternos, em suas casinhas precárias e modestas.

Tempos depois, compravam “o direito” de uma daquelas “posses”. Com isso, as atividades cresceram, exigindo redobrados esforços e renúncias.

Brincavam e cantavam com as crianças, ganhando-lhes a confiança. Evangelizavam-nas e lhes serviam a sopa fraterna. Cortavam seus cabelos e unhas; curavam-lhes pequenos machucados. Doavam-lhes a amizade de seus corações puros.

Ofereciam, a pouco e pouco, cursos de trabalhos manuais às mães e aos jovens. 

*

A criação desses “Postos de Assistência”, nascidos espontaneamente, foi e é ideia maravilhosa, eis que reintegra as crianças às suas famílias, evita que todos se desloquem; auxilia-as sem lhes impor sacrifícios, sem humilhá-las.

E a convivência mais próxima lhes revelava que suas carências eram – e ainda são – maiores. Requeriam não só a assistência, mas também a promoção social: a construção de barracões e creches; cursos profissionalizantes e até mesmo escolas de ensino fundamental, além de amparo às jovens mães ‘solteiras’.

Esse convívio faculta a educação dos sentimentos não só das famílias, mas também dos que integram essas atividades, revelando-lhes a extensão do trabalho a realizar.

Dinamiza a divulgação da Doutrina Espírita, eis que esses ‘Postos de Assistência’, com o passar dos anos, transformam-se em Casas Espíritas sólidas e autônomas. Crescem e se transformam em novos núcleos de evangelização, estruturados na vivência dos ensinos de Jesus.

Ali, antigos assistidos mudam suas vidas para melhor, não só no aspecto material, mas, educados, muitos deles atuam como valorosos trabalhadores dessas Instituições.

Contribuem para o desenvolvimento social sustentável da comunidade, eis que atuam no núcleo familiar; estimulam o trabalho e a consciência de Cidadania nos filhos muito amados de Deus. Transforma-lhes a vida para melhor.

Ainda que inconscientemente seguem a orientação de Allan Kardec, de multiplicar o número de pequenos grupos espíritas:

“334. (...) A dificuldade, ainda grande, de reunir numerosos elementos homogêneos que atendam a esse requisito nos leva a dizer que, no interesse dos estudos e para o bem da própria causa, as reuniões espíritas devem tender mais para a multiplicação de pequenos grupos, do que para a constituição de grandes aglomerações. (...)”  2 – Grifamos.

“335. (...) Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem melhor, há mais segurança quanto à eficácia dos elementos que para elas entram. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família. (...)” 2

E reafirma em outra parte:

“A homogeneidade e a comunhão de pensamentos e sentimentos são, para os grupos espíritas, (...) a condição sine qua non de estabilidade e de vitalidade. É para tal objetivo que devem tender todos os esforços, e compreende-se que é tanto mais fácil atingi-lo quanto menos numerosas as reuniões. Nas grandes reuniões é quase impossível evitar a intromissão de elementos heterogêneos (...). Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem e se estimam, onde se está como em família, o recolhimento é maior, a intrusão dos mal-intencionados mais difícil.”  3 – Grifo do original.

Hoje, felizmente, são numerosos esses Postos Avançados de fraternidade legítima. Raras são as Instituições Espíritas que não se ocupam com essas oficinas de trabalho. Muitas delas mantêm uma ou mais dessas unidades – e em certos casos, até em municípios vizinhos –, onde se nota a ação transformadora do Evangelho.

Para nossa alegria, esses ‘Postos Avançados de Assistência aos Filhos do Calvário’, surgiram em inúmeras regiões brasileiras. Não há, a nosso ver, como saber quando e onde surgiu o primeiro deles em nossa Pátria. Cremos que existem em todos os Estados brasileiros.

Certamente foram inspirados pelos

“(...) Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos”. 4

À semelhança da ação de Paulo de Tarso, também desenvolveram essas atividades em outros continentes. Muitos deles foram criados em outros países, tanto na América do Sul, quanto na América Central e na África, sempre tão sofrida!

Quem puder apoie, sempre, esse louvável trabalho!

Belas e generosas iniciativas, a levar a Boa Nova a tantos corações!


Referências:

1. XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel. 23 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. P. 389/90;

2.    KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 24, it. 334 e 335;

3.   KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862 e outras viagens de Kardec. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2005. P. 232/233. O Espiritismo na Bélgica;

4.   KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 2 ed. Brasília: FEB, 2013. Prefácio.


 


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