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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 384 - 12 de Outubro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 31)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Existe alguma relação entre as condições da desencarnação e a existência carnal da pessoa?

Sim. Cada desencarnação se dá conforme haja transcorrido a existência carnal. Muitos fatores concorrem a fim de que os processos da morte biológica se deem. No caso de Alberto, os títulos de merecimento dos pais foram capitalizados em favor do filho enfermo, o que explicava a assistência que ele recebeu. Caso não houvesse essa assistência, o processo de agonia seria mais longo e mais penoso, aumentando-lhe o aturdimento espiritual. (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 261 e 262.) 

B. Em que consiste o fenômeno da simbiose entre duas pessoas?

Simbiose é o mesmo que interdependência entre o explorador psíquico e o explorado, a qual se torna mais terrível à medida que a obsessão se faz mais profunda. Chega então um momento em que o perseguidor se enleia nos fluidos do perseguido de tal maneira que as duas personalidades se confundem. A ingerência do agente perturbador no cosmo orgânico do paciente termina por jugulá-lo aos condimentos e emanações da sua presa, tornando-se, igualmente, vítima da situação, impossibilitando-se o afastamento. Por outro lado, a magnetização e intoxicação fluídica do agressor sobre o hospedeiro transforma-se em alimento próprio para a organização celular, que, se não a recebe, de repente, desajusta o seu equilíbrio. (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 262 e 263.)

C. O afastamento dos litigantes gera outras consequências além da morte corpórea do paciente?

Sim. O explorador, a partir desse afastamento, experimenta uma forma específica de morte, que decorre da falta de alimento a que se entregou nos últimos anos. É o efeito da exploração, que agora se lhe apresenta como carência. No caso em foco, o explorador sofre as consequências da mudança, da mesma forma que uma pessoa retirada de um vale pestilento e levada a uma paisagem ampla, no acume de um monte, com oxigênio puro, experimenta a diferença de pressão atmosférica. (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 262 e 263.)

Texto para leitura 

121. A morte é, ainda, um fantasma que inquieta os homens – Depois de lembrar aos amigos que a morte, mesmo entre os mais convictos em torno da imortalidade, constitui um fantasma cruel que lhes ronda os passos, inquietando-os, Emerenciana afirmou que, no caso em tela, ela assumia proporções mais dilaceradoras. A Benfeitora propôs-lhes, então, que se ouvisse a conversa do casal, a quem eles acompanharam no retorno ao lar. D. Clotilde, a esposa, perguntava nesse instante ao marido se o Espírito malfeitor havia se referido à morte imediata de Alberto. Anselmo sabia que sim, mas, evitando aumentar o sofrimento da esposa, deu-lhe uma versão diferente do que realmente havia sido dito, ou seja, que a libertação concedida pelo obsessor significaria a morte do rapaz. No entanto, considerou: Não seria egoísmo da parte deles reter o filho na cruz de traves invisíveis, somente para tê-lo a seu lado? E se o Senhor lhe concedesse a libertação? D. Clotilde suspirou: “Não, porém, morrendo. Ele deve viver...” Era evidente pelo diálogo que a mãe queria que o filho se libertasse da opressão obsessiva, continuando a viver, enquanto o pai raciocinava de forma mais lúcida, lembrando que, caso o filho morresse, Deus proveria, o que se tornaria difícil caso eles morressem primeiro, deixando o filho enfermo sozinho no mundo. D. Clotilde imaginava, e o disse, que Emerenciana, se quisesse, poderia afastar o perseguidor, mantendo a vida do filho. O marido, contudo, observou: “Não é outra coisa o que ela tem feito... Pensemos, sem egoísmo, e consideremos a situação daquele que ontem foi vítima do nosso Alberto... Como os seus pais examinariam o desfecho, nos termos que nos fossem favoráveis? Convém não nos esqueçamos que estamos diante da regulamentação da Justiça...” Ensimesmando-se, e chorando discretamente, D. Clotilde silenciou. Daí a instantes, já em casa, o casal encontrou o filho muito mal, em seu quarto. (Loucura e Obsessão, cap. 20, pp. 257 e 258.)

122. Alberto agoniza nos braços de seu pai e dá início à sua morte – Alberto agitava-se no leito. Corpo volumoso, viam-se na face as marcas da limitação mental e, embora os cuidados que o amparavam, o conjunto físico era desagradável à vista, numa primeira e apressada impressão. Respirando com dificuldade, e gemendo muito, o enfermo exteriorizava um estado íntimo agônico e opressivo. D. Clotilde resolveu então chamar o médico, enquanto o pai se detinha no quarto do filho, onde foi possível a Miranda ouvir-lhe a mente a raciocinar. Anselmo constatava ali o significado da palavra liberte, conforme referira o desencarnado infeliz, percebendo, assim, que o filho estava morrendo. A parenta que ficara em casa para assisti-lo, enquanto o casal esteve fora, explicou que Alberto ficara daquele jeito havia cerca de duas horas. Ela fazia tricô na sala, quando ouviu um ruído inusitado. Correu ao quarto e encontrou o moço encostado à cabeceira da cama, com os olhos projetados para fora das órbitas, como se acompanhasse alguma cena pavorosa. Depois, contorceu-se e agitou-se, como se alguma coisa estivesse sendo arrancada de dentro dele. Por fim, deu um grito, e arriou, respirando com dificuldade e vertendo um pranto silencioso, como jamais ela o vira fazer. Ouvindo tal relato, D. Clotilde instintivamente ajoelhou-se ao lado da cama e, segurando-lhe a mão, começou a falar ao filho com ternura, enquanto chorava resignada, apesar da imensa dor que a vencia. Emerenciana aproximou-se e vitalizou-a com energias de sustentação na área coronária, depois na cardíaca, enquanto a estimulava à coragem e à confiança no futuro. A mulher nada ouvia, mas sentia reconforto e serenidade nas palavras da Mentora. Nesse ponto, Dr. Bezerra acercou-se de Alberto e começou a aplicar-lhe recursos de dispersão fluídica, desvinculando-o do envoltório carnal, numa operação complexa que demorou vários minutos. O jovem adquiriu lampejos de lucidez nos olhos marejados de lágrimas e fitou os pais, como se desejasse externar-lhes gratidão e amor, tal a sensação de ventura que experimentava, livre da terrível constrição que padecera por tantos anos. D. Clotilde sentiu-lhe o aperto de mão, equilibrado, afetuoso e percebeu que Alberto se despedia... Anselmo sentou-se então a seu lado, ergueu-lhe o tórax e a cabeça, que encostou ao seu ombro e, amparado por Emerenciana, falou-lhe: “É a libertação, meu filho querido. O Pai deseja e espera a salvação de todos e não a sua perda. Não tema! Este capítulo de dor está encerrado; abre-se um novo, na sua e em nossas vidas. Você seguirá; todavia, não nos separaremos, continuando a avançar pela mesma trilha. Arrebentam-se as algemas e você recobra os seus movimentos. Poderá, agora, voar, livre e feliz. A noite cede lugar ao dia. Bons Amigos o aguardam. Chame por Jesus e seja dócil... Nós iremos, logo mais”. Alberto estremeceu e tentou balbuciar algumas palavras: “Pa...pai!... Ma...mãe!” Mas a respiração se lhe fez mais difícil, ele cerrou os olhos e começou o quadro comatoso, prenunciador da morte. (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 259 e 260.)

123. Alberto desencarna e é levado ao sono reparador – Na sequência, os pais oraram e chegou o médico, que percebeu, de imediato, a gravidade do caso. “Tarde demais!”, atestou o facultativo. “Ele está entregando a alma a Deus. É questão de pouco tempo.” Horas depois, quando amanhecia, Alberto desencarnou e Dr. Bezerra deslindou os últimos liames, entrando o corpo na imediata eliminação das energias vitais restantes, enquanto seu Espírito, adormecido, permanecia no local, recebendo assistência do Mentor, até que se fizesse oportuno removê-lo dali, o que se daria após a inumação cadavérica. Interrogada por Miranda a respeito do atendimento prestado a Alberto, a Mentora esclareceu: “Cada desencarnação se dá conforme haja transcorrido a existência carnal. Muitos fatores concorrem, a fim de que os processos da morte biológica se deem. Neste, consideramos os títulos de merecimento dos pais, capitalizados em favor do filho enfermo, que expiava, sem outra alternativa. Concluindo a dívida, é justo que receba o contingente de esperança e de paz que merece. Além do mais, o prejudicado mais próximo concedeu-lhe o aval de liberdade, encerrando-se este capítulo doloroso na vida de ambos, com perspectivas de futuros recomeços felizes”. Caso não houvesse essa assistência, a Benfeitora explicou que o processo de agonia seria mais longo e mais penoso, aumentando-lhe o aturdimento espiritual. De qualquer modo, a lucidez do desencarnado não seria recobrada de imediato. A razão é simples. “Quase vinte anos de entorpecimento psíquico – informou Emerenciana –, em face dos danos de que foi vítima o perispírito, exigem um processo natural, paulatino, de recuperação, no qual as impressões se acentuam de maneira diversa, propiciando o ressumar dos conhecimentos adormecidos.” E aditou: “Sob cuidados especiais, ele se readaptará, recobrando as faculdades que desorganizou”. (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 261 e 262.)

124. Como se inicia e desenvolve o fenômeno da simbiose – Miranda indagou o que estaria ocorrendo, naquele momento, com o ex-perseguidor de Alberto, e a bondosa Instrutora elucidou: “À medida que a obsessão se faz mais profunda, o fenômeno da simbiose – interdependência entre o explorador psíquico e o explorado – se torna mais terrível. Chega o momento em que o perseguidor se enleia nos fluidos do perseguido de tal maneira que as duas personalidades se confundem... A ingerência do agente perturbador no cosmo orgânico do paciente termina por jugulá-lo aos condimentos e emanações da sua presa, tornando-se, igualmente, vítima da situação, impossibilitando-se o afastamento. Por outro lado, a magnetização e intoxicação fluídica do agressor sobre o hospedeiro transforma-se em alimento próprio para a organização celular, que, se não a recebe, de repente, desajusta o seu equilíbrio. No princípio, gera distonia, desarticulação, para depois adaptar-se e aceitar a energia deletéria sem maiores choques nos elementos que constituem o universo celular...” Dito isto, Emerenciana acrescentou: “É natural, portanto, que o explorador esteja, neste momento, experimentando uma forma específica de morte, que decorre da falta de alimento a que se entregou nos últimos largos anos. É o efeito da exploração, que agora se lhe apresenta como carência. Como, porém, ninguém fica ao desamparo do Amor, ajudando-se a Alberto é inevitável que a ele também se atenda. Neste momento, a nossa Anita, chefiando um grupo de cooperadores de nossa Casa, está colaborando em favor do seu reajustamento e readaptação ao novo habitat físico-mental”. A Mentora explicou, ainda, que o ex-perseguidor de Alberto estava sofrendo as consequências de tal mudança, da mesma forma que uma pessoa retirada de um vale pestilento e levada a uma paisagem ampla, no acume de um monte, com oxigênio puro, experimenta a diferença de pressão atmosférica, tendo de acostumar-se à nova situação. “Na área espiritual – afirmou ela –, onde os campos vibratórios são bem diferenciados, os Espíritos sentem com maior amplitude o efeito da movimentação neles. Ninguém transfere um organismo vivo de um para outro clima, sem que ele deixe de sofrer o efeito da mudança. O mesmo ocorre na vida espiritual, onde não há improvisação, nem regime de preferência. As asas da angelitude, que alçam às Regiões Felizes, como os grilhões retentivos, que chumbam ao solo e impõem o rastejar doloroso, são construídos por cada criatura, através do material que elege para atuar.” (Loucura e Obsessão, cap. 20,  pp. 262 e 263.)  (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita