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Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 8 - N° 384 - 12 de Outubro de 2014

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

A Gênese

Allan Kardec

 (Parte 23)
 

Damos continuidade ao estudo metódico do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 6 de janeiro de 1868. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do presente texto. 

Questões para debate

A. A água e o fogo estiveram presentes em inúmeras perturbações locais que afetaram o planeta. Mencione os fatos produzidos pelo fogo e pela água.

B. Existiu realmente o dilúvio universal descrito na Bíblia?

C. Em que consiste o fenômeno denominado precessão dos equinócios e quais as suas consequências? 

Texto para leitura 

434. A suposição mais generalizada é a de que uma brusca mudança sofreu a posição do eixo e dos polos da Terra; daí uma projeção geral das águas sobre a superfície. Se a mudança se houvesse processado lentamente, a retirada das águas teria sido gradual, sem abalos, no passo que tudo indica uma comoção violenta e inopinada. Ignorando qual a verdadeira causa, temos que ficar no campo das hipóteses.

435. O deslocamento repentino das águas também pode ter ocasionado o levantamento de certas partes da crosta sólida e a formação de novas montanhas dentro dos mares, conforme se verificou em começo do período terciário. Mas, além de que, então, o cataclismo não teria sido geral, isso não explicaria a mudança subitânea da temperatura dos polos.

436. Na tormenta determinada pelo deslocamento das águas, pereceram muitos animais; outros, a fim de escaparem à inundação, se retiraram para os lugares altos, para as cavernas e fendas, onde sucumbiram em massa, ou de fome, ou entredevorando-se, ou, ainda, talvez, pela irrupção das águas nos sítios onde se tinham refugiado e donde não puderam fugir. Assim se explica a grande quantidade de ossadas de animais diversos, carnívoros e outros, que são encontrados de mistura em certas cavernas, que por essa razão foram chamadas brechas ou cavernas ossosas. São encontradas no mais das vezes sob as estalagmites. Nalgumas, as ossadas parecem ter sido arrastadas para ali pela correnteza das águas.

437. Período pós-diluviano, ou atual. Nascimento do homem – Uma vez restabelecido o equilíbrio na superfície do planeta, prontamente a vida vegetal e animal retomou o seu curso. Consolidado, o solo assumiu uma colocação mais estável; o ar, purificado, se tornara apropriado a órgãos mais delicados. O Sol, brilhando em todo o seu esplendor através de uma atmosfera límpida, difundia, com a luz, um calor menos sufocante e mais vivificador do que o da fornalha interna. A Terra se povoava de animais menos ferozes e mais sociáveis; mais suculentos, os vegetais proporcionavam alimentação menos grosseira; tudo, enfim, se achava preparado no planeta para o novo hóspede que o viria habitar. Apareceu então o homem, último ser da criação, aquele cuja inteligência concorreria, dali em diante, para o progresso geral, progredindo ele próprio.

438. O homem só terá existido na Terra depois do período diluviano, ou terá surgido antes dessa época? Questão é esta muito controvertida hoje, mas cuja solução, seja qual for, nada mudará no conjunto dos fatos verificados, nem fará que o aparecimento da espécie humana não seja anterior, de muitos milhares de anos, à data que lhe assina a Gênese bíblica.

439. O que fez se supusesse que o advento dos homens ocorreu posteriormente ao dilúvio foi o fato de não se ter achado vestígio autêntico da sua existência no período anterior. As ossadas descobertas em diversos lugares e que geraram a crença na existência de uma raça de gigantes antediluvianos foram reconhecidas como de elefantes.

440. O que está fora de dúvida é que não existia o homem, nem no período primário, nem no de transição, nem no secundário, não só porque nenhum traço dele se descobriu, como também porque não havia para ele condições de vitalidade. Se o seu aparecimento se deu no terciário, só pode ter sido no fim do período e bem pouco então se há de ele ter multiplicado.

441. Ademais, por haver sido curto, o período antediluviano não determinou mudanças notáveis nas condições atmosféricas, tanto que eram os mesmos os animais, antes e depois dele; não é, pois, impossível que o aparecimento do homem tenha precedido esse grande cataclismo; está hoje comprovada a existência do macaco naquela época e recentes descobertas parecem confirmar a do homem. Como quer que seja, tenha o homem aparecido ou não antes do grande dilúvio universal, o que é certo é que o seu papel humanitário somente no período pós-diluviano começou a esboçar-se. Pode-se, portanto, considerar caracterizado pela sua presença esse período.

442. Capítulo VIII – Teorias sobre a formação da Terra – Três teorias foram formuladas ao longo dos tempos como tentativa de explicação de como nosso planeta foi formado: teoria da projeção, teoria da condensação e teoria da incrustação.

443. Teoria da projeção – De todas as teorias concernentes à origem da Terra, a que alcançou maior voga, nestes últimos tempos, é a de Buffon, quer pela posição que ele desfrutava no mundo sábio, quer pela razão de não se saber mais do que ele disse naquela época. Vendo que todos os planetas se movem na mesma direção, do ocidente para o oriente, e no mesmo plano, a percorrer órbitas cuja inclinação não passa de 7 graus e meio, concluiu Buffon, dessa uniformidade, que eles hão de ter sido postos em movimento pela mesma causa.

444. De igual ponto de vista, formulou a suposição de que, sendo o Sol uma massa incandescente em fusão, um cometa se haja chocado com ele e, raspando-lhe a superfície, tenha destacado desta uma porção que, projetada no espaço pela violência do choque, se dividiu em muitos fragmentos, formando esses fragmentos os planetas, que continuaram a mover-se circularmente, pela combinação das forças centrífuga e centrípeta, no sentido dado pela direção do choque primitivo, isto é, no plano da eclíptica.(3) Os planetas seriam assim partes da substância incandescente do Sol e, por conseguinte, também teriam sido incandescentes, em sua origem.

445. A teoria de Buffon, contraditada pelas novas descobertas da Ciência, está presentemente abandonada, quase de todo, pelas razões seguintes:

1º Durante longo tempo, acreditou-se que os cometas eram corpos sólidos, cujo encontro com um planeta podia ocasionar a destruição deste último. Nessa hipótese, a suposição de Buffon nada tinha de improvável. Sabe-se, porém, agora, que os cometas são formados de uma matéria gasosa e bastante rarefeita. Nessas condições, oferecendo menos resistência do que o Sol, impossível é que, num choque violento com este, eles sejam capazes de arremessar ao longe qualquer porção da massa solar. (2)

2º A natureza incandescente do Sol é também uma hipótese, que nada, até ao presente, confirma, e, ao contrário, as observações parecem desmentir. Se bem ainda não haja certeza quanto à sua natureza, os poderosos meios de observação de que hoje dispõe a Ciência hão permitido que ele seja melhor estudado, de modo a admitir-se, em geral, que é um globo composto de matéria sólida, cercada de uma atmosfera luminosa, ou fotosfera, que não se acha em contacto com a sua superfície.

3º Ao tempo de Buffon, somente se conheciam os seis planetas de que os antigos eram conhecedores: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno.

4º Reconheceram-se absolutamente inexatos os cálculos de Buffon acerca do resfriamento, desde que Fourier descobriu a lei do decrescimento do calor. A Terra não precisou apenas de 74.000 anos para chegar à sua temperatura atual, mas de alguns milhões de anos.

5º Buffon unicamente considerou o calor central da Terra, sem levar em conta o dos raios solares. Ora, é sabido hoje, em presença de dados científicos de rigorosa precisão, obtidos pela experiência, que, em virtude da espessura da crosta terrestre, o calor interno do globo não contribui, de há muito, senão em parcela insignificante, para a temperatura da superfície exterior. São periódicas as variações que essa temperatura sofre e devidas à ação preponderante do calor solar. Permanente que é o efeito dessa causa, ao passo que o do calor central é nulo, ou quase nulo, a diminuição deste não pode trazer à superfície da Terra sensíveis modificações. Para que a Terra se tornasse inabitável pelo resfriamento, fora necessária a extinção do Sol.

446. Teoria da condensação – A teoria da formação da Terra pela condensação da matéria cósmica é a que hoje prevalece na Ciência, como sendo a que a observação melhor justifica, a que resolve maior número de dificuldades e que se apoia, mais do que todas as outras, no grande princípio da unidade universal.

447. Estas duas teorias, como se vê, conduzem ao mesmo resultado: estado primitivo, de incandescência, do globo; formação de uma crosta sólida pelo resfriamento; existência do fogo central e aparecimento da vida orgânica, logo que a temperatura a tornou possível. Diferem, no entanto, em pontos essenciais e é provável que, se Buffon vivesse atualmente, adotaria outras ideias.

448. A Geologia toma a Terra no ponto em que é possível a observação direta. Seu estado anterior, por escapar à observação, só pode ser conjetural. Ora, entre duas hipóteses, o bom senso diz que se deve preferir a que a lógica sanciona e que mais acorde se mostra com os fatos observados. 

Respostas às questões propostas

A. A água e o fogo estiveram presentes em inúmeras perturbações locais que afetaram o planeta. Mencione os fatos produzidos pelo fogo e pela água.  

O fogo atuou produzindo: 1) erupções vulcânicas que sepultaram, sob espessas camadas de cinzas e lavas, os terrenos circunjacentes, fazendo desaparecer cidades com seus habitantes; 2) terremotos; 3) levantamentos da crosta sólida, que impeliam as águas para as regiões mais baixas; e 4) afundamento, em maior ou menor extensão, dessa mesma crosta, nalguns lugares, para onde as águas se precipitaram, deixando em seco outros lugares. Foi assim que surgiram ilhas no meio do oceano, enquanto que outras desapareceram; que porções de continentes se separaram e formaram ilhas; que braços de mar, secados, ligaram ilhas e continentes.

Quanto à água, essa atuou, produzindo: 1) a irrupção ou a retirada do mar nalgumas costas; 2) desmoronamentos que, interceptando as correntes líquidas, formaram lagos; 3) transbordamentos e inundações; e 4) aterros nas embocaduras dos rios. Esses aterros, rechaçando o mar, criaram novos territórios. (A Gênese, cap. IX, itens 1 e 2.)  

B. Existiu realmente o dilúvio universal descrito na Bíblia?  

Sim, embora não tenha sido universal. O dilúvio bíblico, também conhecido pela denominação de «grande dilúvio asiático», é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas daquela região. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia outrora do mar Negro ao oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas. O mar de Azov, o mar Cáspío, cujas águas são salgadas, embora nenhuma comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros lagos espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia parecem restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada para o norte, na direção do oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção ao oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu.

Embora esse dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto averiguado que ele foi apenas local; que não pode ter sido causado pela chuva, pois, por muito copiosa que esta fosse e ainda que se prolongasse por quarenta dias, o cálculo prova que a quantidade d´água caída das nuvens não podia bastar para cobrir toda a terra, até acima das mais altas montanhas. (A Gênese, cap. IX, itens 4 e 5; ver também cap. XI, item 42.) 

C. Em que consiste o fenômeno denominado precessão dos equinócios e quais as suas consequências? 

Além do seu movimento em torno do Sol e do seu movimento de rotação sobre si mesma, tem a Terra um terceiro movimento que se completa em 25.868 anos, e que produz o fenômeno denominado precessão dos equinócios. Este movimento consiste numa espécie de oscilação circular, que pode ser comparada à de um pião a morrer.(1)

Equinócio é o instante em que o Sol, passando de um hemisfério a outro, se encontra perpendicular ao equador, o que acontece duas vezes por ano, a 21 de março, quando o Sol passa para o hemisfério boreal, e a 23 de setembro, quando volta ao hemisfério austral. Mas, em consequência da gradual mudança na obliquidade do eixo, o momento do equinócio avança cada ano de alguns minutos (25 minutos e 7 segundos). A esse avanço é que se deu o nome de precessão dos equinócios (do latim «proecedere», caminhar para diante). (A Gênese, cap. IX, itens 6 a 9.) 


Notas
:

(1) Conforme os dados científicos que hoje conhecemos, sabe-se que o movimento conhecido como precessão dos equinócios não interfere nas estações do ano, já que o eixo de rotação da Terra mantém seu valor de 23,5º. O que ocorre é a mudança de posição em que a Terra se encontra na órbita em torno do Sol numa dada estação. (Observação feita pelo estudioso Luiz Gonzaga Pinheiro, autor da obra Apelos do Tempo, publicada pela editora - IDEAS@WORK.)

(2) Sabe-se hoje que os cometas são sólidos. São como uma rocha, às vezes de mais de um quilômetro de tamanho. Uma rocha de tal porte, ao se chocar contra a Terra, provocaria um estrago tão grande quanto o meteoro que causou a morte dos dinossauros. A natureza fluídica é própria da cauda do cometa e não do seu núcleo, que é rochoso. (Sobre o assunto, ver a obra Apelos do Tempo, de autoria de Luiz Gonzaga Pinheiro, publicada pela editora - IDEAS@WORK.)

(3) Eclíptica: plano da órbita terrestre; círculo máximo da esfera celeste, que é a interseção da eclíptica com esta. 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita