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Estudo Metódico do Pentateuco Kardequiano  Inglês  Espanhol

Ano 8 - N° 383 - 5 de Outubro de 2014

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

A Gênese

Allan Kardec

 (Parte 22)
 

Damos continuidade ao estudo metódico do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 6 de janeiro de 1868. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do presente texto. 

Questões para debate

A. Em que período geológico ocorreu o chamado dilúvio universal?

B. Quando apareceu o homem na Terra?

C. Quais as principais teorias existentes sobre a origem da Terra?  

Texto para leitura 

414. Durante o período secundário, que há de ter sido muito longo, como o atestam o número e a pujança das camadas geológicas, a vida animal tomou enorme desenvolvimento no seio das águas, tal qual se dera com a vegetação no período que findara. Mais depurado e mais favorável à respiração, o ar começou a permitir que alguns animais vivessem em terra. O mar se deslocou muitas vezes, mas sem abalos violentos. Com esse período, desapareceram, por sua vez, aquelas raças de gigantescos animais aquáticos, substituídos mais tarde por espécies análogas, de formas menos desproporcionadas e de menor porte.

415. O orgulho levou o homem a dizer que todos os animais foram criados por sua causa e para satisfação de suas necessidades. Mas, qual o número dos que lhe servem diretamente, dos que lhe foi possível submeter, comparado ao número incalculável daqueles com os quais nunca teve ele, nem nunca terá, quaisquer relações? Como se pode sustentar semelhante tese, em face das inumeráveis espécies que exclusivamente povoaram a Terra por milhares e milhares de séculos, antes que o homem aí surgisse, e que afinal desapareceram? Poder-se-á afirmar que elas foram criadas em seu proveito?

416. Período terciário – Com o período terciário nova ordem de coisas começa para a Terra. O estado da sua superfície muda completamente de aspecto; modificam-se profundamente as condições de vitalidade, que se aproximam do estado atual. Os primeiros tempos desse período se assinalam por uma interrupção da produção vegetal e animal; tudo revela traços de uma destruição quase geral dos seres vivos, depois do que aparecem sucessivamente novas espécies, cuja organização, mais perfeita, se adapta à natureza do meio onde são chamados a viver.

417. Durante os períodos anteriores, a crosta sólida do globo, em virtude da sua pequena espessura, apresentava bem fraca resistência à ação do fogo interior. Facilmente despedaçado, esse envoltório permitia que as matérias em fusão se derramassem livremente pela superfície do solo. Outro tanto já não se deu quando este ganhou certa espessura. Então, comprimidas de todos os lados, as matérias esbraseadas, como a água em ebulição num vaso fechado, acabaram por produzir uma espécie de explosão. Violentamente quebrada num sem-número de pontos, a massa granítica ficou crivada de fendas, como um vaso rachado. Ao longo dessas fendas, a crosta sólida, levantada e deprimida, formou os picos, as cadeias de montanhas e suas ramificações.

418. Certas partes do envoltório não chegaram a ser despedaçadas, foram apenas soerguidas, enquanto que, noutros pontos, decalcamentos e escavações se produziram. A superfície do solo tornou-se então muito desigual; as águas que, até aquele momento, a cobriam de maneira quase uniforme na maior parte da sua extensão, foram impelidas para os lugares mais baixos, deixando em seco vastos continentes, ou cumes isolados de montanhas, formando ilhas.

419. Esse grande fenômeno se operou no período terciário e transformou o aspecto do globo. Ele não se produziu instantânea, nem simultaneamente, em todos os pontos, mas sucessivamente e em épocas mais ou menos distanciadas. Uma das primeiras consequências desses levantamentos foi, como já ficou dito, a inclinação das camadas de sedimento, primitivamente horizontais e assim conservadas onde quer que o solo não sofreu subversões. Foi, portanto, nos flancos e nas proximidades das montanhas que essas inclinações mais se pronunciaram.

420. Nas regiões onde as camadas de sedimento conservaram a horizontalidade, para se chegar às de formação primária tem-se que atravessar todas as outras, até considerável profundidade, ao cabo da qual se encontra inevitavelmente a rocha granítica. Quando, porém, se ergueram em montanhas, aquelas camadas foram levadas acima do seu nível normal, indo às vezes até a grande altura, de tal sorte que, feito um corte vertical no flanco da montanha, elas se mostram em toda a sua espessura e superpostas como as fiadas de uma construção.

421. É assim que a grandes elevações se encontram enormes bancos de conchas, primitivamente formados no fundo dos mares. Está hoje perfeitamente comprovado que em nenhuma época o mar pôde alcançar semelhantes alturas, visto que para tanto não bastariam todas as águas existentes na Terra, ainda mesmo que fossem em quantidade cem vezes maior.

422. Nos lugares onde o levantamento da rocha primitiva produziu completa rasgadura do solo, quer pela rapidez do fenômeno, quer pela forma, altura e volume da massa levantada, o granito foi posto a nu, qual um dente que irrompeu da gengiva. Levantadas, quebradas e arrumadas, as camadas que o revestiam ficaram a descoberto. É assim que terrenos pertencentes às mais antigas formações e que, na posição primitiva, se achavam a grande profundidade, compõem hoje o solo de certas regiões.

423. Deslocada por efeito dos soerguimentos, a massa granítica deixou nalguns sítios fendas por onde se escapa o fogo interior e se escoam as matérias em fusão: os vulcões, que são como que chaminés da imensa fornalha, ou, melhor, válvulas de segurança que, dando saída ao excesso das matérias ígneas, preservam o globo de comoções muito mais terríveis. Daí poder dizer-se que os vulcões em atividade são uma segurança para o conjunto da superfície do solo.

424. Os levantamentos operados na massa sólida deslocaram as águas, sendo estas impelidas para as partes côncavas, que ao mesmo tempo se haviam tornado mais profundas pela elevação dos terrenos emergidos e pela depressão de outros. Os sucessivos deslocamentos dessa massa líquida trabalharam e torturaram a superfície do solo. As águas, escoando-se, arrastaram consigo uma parte dos terrenos de formações anteriores, postos a descoberto pelos levantamentos, desnudaram algumas montanhas que eles cobriam e lhes deixaram à mostra a base granítica ou calcária. Profundos vales foram cavados, enquanto outros eram aterrados.

425. Durante os reviramentos do solo, ocorridos no princípio deste período, a vida orgânica, como é fácil de conceber, teve que ficar estacionária por algum tempo, o que se reconhece examinando terrenos baldos de fósseis. Desde, porém, que sobreveio um estado mais calmo, reapareceram os vegetais e os animais. Estando mudadas as condições de vitalidade, mais depurada a atmosfera, formaram-se novas espécies, com organização mais perfeita. As plantas, sob o ponto de vista da estrutura, diferem pouco das de hoje.

426. No correr dos dois períodos precedentes, eram pouco extensos os terrenos que as águas não cobriam; eram, ainda assim, pantanosos e com frequência ficavam submersos. Essa a razão por que só havia animais aquáticos ou anfíbios. O período terciário, no qual vários continentes se formaram, caracterizou-se pelo aparecimento dos animais terrestres.

427. Assim como o período de transição assistiu ao nascimento de uma vegetação colossal, o período secundário ao de reptis monstruosos, também o terciário presenciou o de gigantescos mamíferos, quais o elefante, o rinoceronte, o hipopótamo, o paleotérico, o megatério, o dinotério, o mastodonte, o mamute etc. Estes dois últimos, variedades do elefante, tinham de 5 a 6 metros de altura e suas defesas chegavam a 4 metros de comprimento.

428. Esse período assistiu também ao nascimento dos pássaros, bem como à maioria das espécies animais que ainda hoje existem. Algumas dessa época sobreviveram aos cataclismos posteriores; outras, qualificadas genericamente de animais antediluvianos, desapareceram completamente, ou foram substituídas por espécies análogas, de formas menos pesadas e menos maciças, cujos primeiros tipos foram como que esboços.

429. Período diluviano – Este período teve a assinalá-lo um dos maiores cataclismos que revolveram o globo, cuja superfície ele mudou mais uma vez de aspecto, destruindo uma imensidade de espécies vivas, das quais apenas restam despojos. Por toda a parte deixou traços que atestam a sua generalidade. As águas, violentamente arremessadas fora dos respectivos leitos, invadiram os continentes, arrastando consigo as terras e os rochedos, desnudando as montanhas, desarraigando as florestas seculares. Os novos depósitos que elas formaram são designados, em Geologia, pelo nome de terrenos diluvianos.

430. Um dos vestígios mais significativos desse grande desastre são os penedos chamados blocos erráticos. Dá-se essa denominação a rochedos de granito que se encontram isolados nas planícies, repousando sobre terrenos terciários e no meio de terrenos diluvianos, algumas vezes a muitas centenas de léguas das montanhas donde foram arrancados. É claro que só a violência das correntes pôde transportá-los a tão grandes distâncias.

431. Outro fato não menos característico e cuja causa se não descobriu ainda é que só nos terrenos diluvianos se encontram os primeiros aerólitos ou meteoritos. Pois que somente nessa época eles começaram a cair, segue-se que anteriormente não existia a causa que os produz.

432. Foi também por essa época que os polos começaram a cobrir-se de gelo e que se formaram as geleiras das montanhas, o que indica notável mudança na temperatura da Terra, mudança que deve ter sido súbita, porquanto, se se houvesse operado gradualmente, os animais, como os elefantes, que hoje só vivem nos climas quentes e que são encontrados em tão grande número no estado fóssil nas terras polares, teriam tido tempo de retirar-se pouco a pouco para as regiões mais temperadas. Tudo denota, ao contrário, que eles provavelmente foram colhidos de surpresa por um grande frio e sitiados pelos gelos.

433. Esse foi, pois, o verdadeiro dilúvio universal. Dividem-se as opiniões relativamente às causas que devam tê-lo produzido. Quaisquer, porém, que elas sejam, o que é certo é que o fato se deu. 

Respostas às questões propostas

A. Em que período geológico ocorreu o chamado dilúvio universal?  

O dilúvio universal ocorreu no período diluviano, assim chamado por causa desse que foi um dos maiores cataclismos que revolveram o globo, cuja superfície ele mudou mais uma vez de aspecto, destruindo uma imensidade de espécies vivas, das quais apenas restam despojos. O dilúvio deixou por toda a parte traços que atestam a sua generalidade. As águas, violentamente arremessadas fora dos respectivos leitos, invadiram os continentes, arrastando consigo as terras e os rochedos, desnudando as montanhas e desarraigando as florestas seculares. (A Gênese, cap. VII, itens 42, 43, 46 e 47.)

B. Quando apareceu o homem na Terra?  

Quando o homem apareceu, a Terra se povoava de animais menos ferozes e mais sociáveis. Mais suculentos, os vegetais proporcionavam alimentação menos grosseira e tudo, enfim, se achava preparado no planeta para o novo hóspede que o viria habitar. Terá o homem existido na Terra somente depois do período diluviano ou terá surgido antes dessa época? Esta questão é muito controvertida hoje, mas sua solução, seja qual for, nada mudará no conjunto dos fatos verificados, nem fará que o aparecimento da espécie humana não seja anterior, de muitos milhares de anos, à data que lhe assinala a Gênese bíblica. (A Gênese, cap. VII, itens 48 e 49.)

C. Quais as principais teorias existentes sobre a origem da Terra?  

As principais teorias acerca da origem da Terra são: teoria da projeção, teoria da condensação e teoria da incrustação. Das três, a teoria da formação da Terra pela condensação da matéria cósmica é a que hoje prevalece na Ciência, como sendo a que a observação melhor justifica, a que resolve maior número de dificuldades e que se apoia, mais do que todas as outras, no grande princípio da unidade universal. (A Gênese, cap. VIII, itens 1, 3, 4 e 7.)

 

 


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