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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 381 - 21 de Setembro de 2014

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br

Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)

 
 

Vossos filhos não são
vossos filhos...


Recente notícia causou certo espanto em diversas pessoas. Vejamo-la:

"Uma menina de 9 anos matou na segunda-feira (25) um instrutor de tiro por acidente, enquanto aprendia a disparar uma submetralhadora automática Uzi, no estado americano do Arizona. O acidente aconteceu quando a criança, que tinha sido matriculada no curso pelos pais, perdeu o controle da arma e puxou o gatilho, atingindo Charles Vacca, de 39 anos, na cabeça. O instrutor chegou a ser transportado de helicóptero para um hospital local, mas morreu durante o translado"[1].

Indubitavelmente, é um caso a se lamentar!

O que chamou atenção não foi apenas a pusilanimidade e a hipocrisia da sociedade norte-americana (algo que mereceria outra reflexão, noutro momento), mas a postura dos genitores ao quererem que uma criança, de 9 anos, aprendesse a manusear uma arma de fogo.

Qual o sentido dessa conduta tão execrável?

Antes de tecermos algumas reflexões, vejamos a concepção de filho trazida a lume pelo ínclito poeta, Gibran Khalil Gibran: 

“Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podereis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,

Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:

Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável”.  

Não restam dúvidas de que a função precípua dos pais é a de envidar todo o esforço possível para a educação dos filhos. Estes não são “propriedades” dos pais, que muitas vezes desejam forjá-los ao seu modo de encarar a vida. Os filhos são seres enviados por Deus, para que outros seres (os pais) colaborem no desenvolvimento do Espírito imortal.

Os pais são, portanto, quais professores que devem orientar os filhos para a vivência no mundo, mas com a mente voltada para a espiritualidade. Para tanto, podem lançar mão de diversas metodologias, criativas, diversificadas e firmes.

O caso apresentado no início deste texto demonstra exatamente o que não se deve fazer. O que justifica ensinar uma criança a utilizar uma arma? Para num momento de contrariedade ela descarregar a sua raiva contra os pais?

É certo que não devemos julgar as pessoas, atirar (sem nenhum trocadilho) a primeira pedra. Mas é fora de dúvidas que os pais são os responsáveis pela morte do instrutor e pelo processo de culpa que essa criança vier a desenvolver. Porque foram eles que a levaram para “aprender” a atirar.

Se o desejo tivesse vindo dela, eles, enquanto responsáveis, deveriam se posicionar contrários e criar mecanismos para debelar tal comportamento.

Não há que se chocar diante de um quadro desses nos noticiários, ainda mais vindo de uma sociedade tão belicosa por natureza em que, costumeiramente, ocorrem casos de pessoas tresloucadas atirando umas nas outras em colégios, praças públicas etc. Enquanto vigorar essa política espúria em nome de uma “segurança”, haverá sangue de “inocentes” derramados e desencarnes prematuros...

Aos pais, fica a reflexão de que dizer o NÃO pode salvar vidas. Muitos, infelizmente, delegam a função de educar para terceiros: a escola, a babá, entre outros. Esquecidos de que a competência é deles mesmos.

Não foi sem motivo que os Espíritos disseram:

“Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a comprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa Vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor”. (KARDEC, 1996, p. 240.) 

        

Referências:  

GIBRAN, Khalil Gibran. Os filhos. In: O Profeta. Rio de Janeiro. ACIGI. 

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 1996. 

PORTAL YAHOO! <https://br.noticias.yahoo.com/menina-nove-anos-mata-instrutor-tiro-acidental-aula-123444579.html>




 


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