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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 379 - 7 de Setembro de 2014

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 
 


Para servir com Jesus...

                                                                          

Seguindo com Jesus, nada temas. Trabalha.

Não te omitas. Ajuda.

Não te perturbes. Ama.

Não condenes. Ampara.

Não te ofendas. Esquece.                                

Não te queixes. Caminha.

Não depredes. Constrói.

Não critiques. Instrui.

Não pares, serve sempre [...].


(Chico Xavier/Emmanuel. Hora certa. GEEM.)


Quem ainda não aprendeu a servir pelo prazer de ser útil, os ambiciosos pelo poder estão sempre inconformados com seu papel secundário na instituição em que trabalham ou em qualquer setor da sociedade. Se cada um trabalhasse unido aos que, temporariamente, estão no comando, procurando auxiliá-los na correção de decisões, e se estes buscassem sempre, com humildade, corrigir suas atitudes equivocadas, conscientes de que nada é para sempre, em cada uma de nossas existências físicas, com certeza, todos se beneficiariam.

O que ocorre, todavia, é a disputa pessoal, em que todos querem ter razão e poucos apelam para o bom senso. Em geral, com poucas exceções, ainda não aprendemos a servir com Jesus, abnegadamente, com devotamento ao bem incansável.

Como exemplo, citemos a situação de um papa que deseje "reformar sua igreja", por observar a inconveniência, para seus seguidores, de alguns conceitos ultrapassados. Se está convencido de que a reencarnação é uma realidade inquestionável, terá de superar inúmeros adversários da verdade, até incorporá-la à Doutrina Católica, ou então aguardar que o tempo amadureça as consciências dos refratários a essa Lei divina, o que pode levar séculos. Isso porque contrariar interesses imediatistas de quem já possui ideias preconcebidas, ainda que irracionais, é muito difícil, num mundo em que a maioria das pessoas, mesmo as religiosas, vive pela e para a matéria.

Imaginemos que esse papa conheça bem seus bispos e auxiliares maduros na avaliação de uma obra escrita que prove cientificamente a reencarnação. À parte esses, grande número de religiosos, mesmo diante da certeza do retorno à vida corporal do Espírito, valer-se-á das teorias mais esdrúxulas para contrapor-se a essa ideia, rejeitada pela Igreja há dois milênios, embora alguns dos seus mais destacados teólogos, como Orígenes e Santo Agostinho, admitissem sua realidade, segundo Léon Denis (2013, p. 247). É por isso que Allan Kardec afirmava que uma Doutrina como a Espírita não podia ser examinada por nenhum pesquisador sério com ideias preconcebidas.

Agora, imaginemos que a citada obra tenha sido escrita por alguém que tenha por inimigo outrem com consideráveis conhecimentos gerais sobre a Bíblia, mas que desconheça a lei da reencarnação. Se essa pessoa for, de fato, evangelizada, e não submeter o conteúdo lido exclusivamente ao que faz parte de seu conteúdo mental, vai ler a obra e assimilar os conceitos novos aprendidos, com humildade, como o fez Allan Kardec ao perguntar aos Espíritos superiores:

166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se? — Sofrendo a prova de uma nova existência.


a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito? — Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.


b) A alma passa então por muitas existências corporais? — Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.


c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender? — Evidentemente (KARDEC, 1994, p. 120).


Quanta sabedoria! Entretanto, se Allan Kardec se deixasse levar pelo orgulho, pelas conveniências pessoais e pela intolerância preconceituosa, teria parado na primeira resposta e criaria uma teoria própria para dizer que essa nova existência seria a da transformação espiritual da criatura desencarnada. Ao contrário disso, foi estabelecendo, pari passu, novos questionamentos, até não lhe restar dúvida alguma sobre a ideia dos Espíritos a respeito do assunto.


Por ser o "bom senso encarnado", na opinião de Camille Flamarion, Kardec acatou, imediatamente, as informações provindas dos Espíritos superiores, não sem antes refletir sobre sua perfeita compatibilidade com a ideia de um Deus justo, e do próprio Cristo, que nos asseverou: "A cada um segundo as suas obras" (Mateus, 16: 27).


O leitor que não prescinde de seus próprios conceitos, ou mal-intencionado, não colabora no entendimento razoável de um texto, pois adota um posicionamento mental preconcebido. Desse modo, tudo que lê submete às suas ideias próprias, nem sempre bem-intencionadas. Não busca interagir com o autor do texto, até mesmo porque não é isso que deseja, pois, intencionando a evidência pessoal, tudo faz para tentar influenciar outras pessoas, buscando cúmplices em seu mau intento.


O verdadeiro cristão é aquele que busca servir pelo prazer de ser útil, sem segundas intenções. A teoria só tem valor, em nosso adiantamento moral, quando buscamos utilizá-la na prática, não nos considerando melhor do que ninguém, mas procurando, conforme a recomendação de Jesus, fazer a outrem o que desejaríamos que ele nos fizesse.


Pietro Ubaldi, em sua obra Cristo (1985, p. 152), esclarece-nos que "O evoluído, exatamente por este seu aproximar-se evolutivamente do S (Deus), e deste fazendo o escopo da sua vida, começa a sentir a presença da Lei (divina), viva e em funcionamento nele e em tudo em torno dele" (parênteses nossos). Por isso, recomendou-nos Jesus que nos amemos tanto quanto ele nos amou (João, 15:12).


Ora, como seguir esse mandamento se, ao invés de nos amarmos, nos armamos uns contra os outros? A vida, na Terra ou no Além, é um eterno vir a ser, que só tem sentido quando aprendemos a servir ao Cristo e a ser útil à humanidade. É por isso que aquele que se mantém preso aos interesses inferiores da vida, à luta pelo poder, ainda que espiritual sobre seus irmãos de ideal, ainda não entendeu os objetivos da evolução. E, como disse Jesus: "Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus, 7:12).


Quando compreendermos que os ensinamentos, parábolas e sermões de Jesus não são apenas belas máximas para serem pregadas ao próximo, mas, sobretudo, para serem vivenciadas por nós, quando entendermos que toda a vida do Cristo foi voltada para o amor e o serviço à humanidade, quando nos libertarmos da mentira, do egoísmo, da animalidade e trabalharmos diuturnamente no exercício da verdade, do altruísmo e da espiritualidade, buscando servir, humildes e incansavelmente, estaremos realizando o que é necessário à nossa evolução, que se traduz no vir a ser decorrente do servir (ser vir/vir a ser). Isso significa estar sempre em ação no bem, corrigindo com amor nossas falhas no processo incessante da evolução e autoiluminação.


Somente assim compreenderemos as palavras dos Espíritos superiores que, por bem entenderem a mensagem de Jesus Cristo, não buscam o poder e as glórias humanas, porém a felicidade de servir sempre, como nos propôs o Messias divino: "Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus, 5:16).


Para finalizar, propomos ao leitor amigo nossa reflexão sobre as palavras do elevado Espírito que foi Pietro Ubaldi: "A minha meta é construir; nunca me verão aqui acusar, agredir, demolir. O meu escopo é o bem, é unificar e não semear dissensões, irritações e antagonismos, polemizando. O meu método tem de ser, necessariamente, o método de Cristo – o sacrifício, o perdão, o amor" (UBALDI, 1983, p. 222).

        

Referências:

BÍBLIA Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo. 17. ed. Brasília: FEB, 2013.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 75. ed. Brasília: FEB, 1994.

UBALDI, Pietro. Cristo. Campos dos Goytacases, RJ: Fundápu, 1985.

______. Ascese mística. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Pietro Ubaldi, 1983.


Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com



 


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