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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 379 - 7 de Setembro de 2014
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Fatos Espíritas

William Crookes

(Parte 4)

Continuamos o estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês é Researches in the phenomena of the spiritualism.

Questões preliminares   

A. Os fenômenos de movimentação e elevação de objetos só ocorrem com mesas e cadeiras?

Segundo William Crookes, essa pergunta lhe era feita com frequência. Ele disse, porém, ter numerosas provas de que essa propriedade não é particular somente aos móveis. O que ocorre é que, para certas demonstrações experimentais, a inteligência ou a força que produz esses fenômenos só pode servir-se dos objetos que acham apropriados ao fim, como se dá naturalmente com mesas e cadeiras. (Fatos Espíritas – Mesas e cadeiras elevadas do chão sem ninguém lhes tocar.)

B. Crookes forneceu exemplos de movimentação de objetos que não fossem apenas mesas e cadeiras?

Sim. Certa vez, ele testemunhou uma cadeira, na qual uma senhora se achava sentada, elevar-se a várias polegadas do solo. Uma outra vez ainda, dois meninos, em duas ocasiões diferentes, elevaram-se do chão com as suas cadeiras, em pleno dia e sob as mais satisfatórias condições, pois Crookes estava de joelhos e não perdia de vista os pés da cadeira, observando que ninguém podia tocá-los. Mas os casos mais notáveis de elevação de que foi testemunha realizaram-se com o Sr. Home. Em três ocasiões diferentes, ele o viu elevar-se completamente acima do soalho da sala. A primeira vez, estava ele sentado em um canapé; a segunda, de joelhos sobre uma cadeira, e a terceira, de pé. (Obra citada – Elevação de corpos humanos.)

C. Nos fenômenos ocorridos com o Sr. Home havia outras testemunhas?

Sim. Há pelo menos cem casos bem verificados de elevação do Sr. Home, produzidos em presença de muitas pessoas diferentes. Crookes ouviu da boca de três testemunhas – o conde de Dunraven, lord Lindsay e o capitão C. Wynne – a narração dos casos mais notáveis desses gêneros, acompanhados dos menores incidentes. O número de testemunhas que confirmam as elevações do Sr. Home é, segundo Crookes, enorme. (Obra citada – Elevação de corpos humanos.)

Texto para leitura

58. Movimentos de objetos pesados colocados a certa distância do médium – Os exemplos em que os corpos pesados, tais como mesas, cadeiras, canapés, se põem todos em movimento, sem o contato do médium, são muito numerosos.

59. Certa vez, minha própria cadeira descreveu em parte um círculo, não estando os meus pés repousados no soalho. Sob as vistas de todos os assistentes, uma cadeira veio lentamente de um canto, distante da sala, o que todas as pessoas presentes confirmaram. Em outra ocasião, uma poltrona chegou até ao lugar em que nos achávamos sentados e, a meu pedido, retrocedeu lentamente, à distância de cerca de três pés.

60. Durante três sessões consecutivas, uma pequena mesa moveu-se lentamente pelo meio da sala, nas condições que eu tinha expressamente preparado, a fim de responder a qualquer objeção que se pudesse levantar contra esses fatos.

61. Obtive, várias vezes, a repetição de uma experiência, que a comissão da Sociedade Dialética considerou como concludente, a saber: o movimento de uma pesada mesa em plena luz, quando as costas das cadeiras estavam voltadas para a mesa e as pessoas ajoelhadas em suas cadeiras, com as mãos apoiadas nas costas, e sem tocar a mesa. Uma vez, esses fatos produziram-se durante o tempo em que eu ia e voltava, procurando ver como cada um estava colocado.

62. Mesas e cadeiras elevadas do chão sem ninguém lhes tocar – Quando manifestações desses gêneros são expostas, faz-se geralmente esta consideração: “Por que são somente as mesas e as cadeiras que produzem tais efeitos?” “Por que essa propriedade é particular aos móveis?” Posso responder que só faço observar e narrar os fatos e que não entro nos porquês – mas é claro que, se em uma sala de jantar comum, um corpo pesado, inanimado, deve elevar-se acima do soalho, não pode ser outro senão uma mesa ou uma cadeira.

63. Tenho numerosas provas de que essa propriedade não é particular somente aos móveis; mas, como para as outras demonstrações experimentais, a inteligência ou a força, qualquer que seja, que produz esses fenômenos, só pode servir-se dos objetos que acham apropriados ao fim.

64. Em cinco ocasiões diferentes, uma pesada mesa de sala de jantar elevou-se de algumas polegadas a um pé e meio acima do soalho, e em condições especiais que tornavam a fraude impossível. Em outra ocasião, uma pesada mesa elevou-se acima do soalho, em plena luz, enquanto eu segurava os pés e as mãos do médium.

65. Ainda outra vez, a mesa elevou-se do solo, não somente sem que lhe tocassem, mas ainda nas condições que eu tinha previamente preparado, de maneira a pôr fora de dúvida a prova desses fatos.

66. Elevação de corpos humanos – Estes fatos produziram-se quatro vezes em minha presença, na escuridão. A fiscalização sob a qual se realizaram foi inteiramente satisfatória, ao menos tanto quanto se pode julgar; mas a demonstração pela vista, de um fato igual, é tão necessária para destruírem as nossas ideias preconcebidas sobre o que é naturalmente possível ou não, que só mencionarei aqui os casos em que as deduções da razão foram confirmadas pelo sentido da visão.

67. Certa vez, vi uma cadeira, na qual uma senhora se achava sentada, elevar-se a várias polegadas do solo. Uma outra vez, para afastar toda suposição de que essa elevação era produzida pela própria senhora, ela ajoelhou-se sobre a cadeira, de tal modo que os quatro pés desta eram visíveis para nós, e a cadeira elevou-se cerca de três polegadas, ficou suspensa durante dez segundos, mais ou menos, e em seguida desceu lentamente. 68. Uma outra vez ainda, dois meninos, em duas ocasiões diferentes, elevaram-se do chão com as suas cadeiras, em pleno dia e sob as mais satisfatórias condições, pois eu estava de joelhos e não perdia de vista os pés da cadeira, observando que ninguém podia tocá-los.

69. Os casos mais notáveis de elevação de que fui testemunha realizaram-se com o Sr. Home. Em três ocasiões diferentes, vi-o elevar-se completamente acima do soalho da sala. A primeira vez, estava ele sentado em um canapé; a segunda, de joelhos sobre uma cadeira, e a terceira, de pé. De cada vez, tive toda a liberdade possível para observar o fato, no momento em que ele se produzia.

70. Há pelo menos cem casos bem verificados de elevação do Sr. Home, produzidos em presença de muitas pessoas diferentes; e ouvi mesmo da boca de três testemunhas – o conde de Dunraven, lord Lindsay e o capitão C. Wynne – a narração dos casos mais notáveis desses gêneros, acompanhados dos menores incidentes.

71. Rejeitar a evidência dessas manifestações equivale a rejeitar todo o testemunho humano, qualquer que seja, pois que não há fato, na história sagrada ou na profana, que se apoie sobre provas mais decisivas. O número de testemunhas que confirmam as elevações do Sr. Home é enorme.

72. Seria muito para louvar que alguém, cujo testemunho fosse reconhecido como concludente pelo mundo científico (se é que existe alguém cujo testemunho em favor de semelhantes fenômenos possa ser admitido), quisesse, séria e pacientemente, estudar esse gênero de fatos. Muitas testemunhas oculares dessas elevações vivem ainda e não recusariam, certamente, atestá-las.

73. Movimento de diversos objetos sem contato – Sob esse título proponho-me descrever alguns fenômenos especiais de que fui testemunha. Só posso indicar aqui alguns fatos dos mais salientes, produzidos em condições tais que qualquer artifício se tornava impossível. Atribuir esse resultados à fraude é absurdo, pois lembrarei ainda aos meus leitores que o que refiro não foi executado em casa do médium, mas em minha própria casa, onde era inteiramente impossível preparar-se antecipadamente qualquer truque.

74. Um médium, circulando em minha sala de jantar, não podia, estando eu sentado em outra parte da sala, com várias pessoas que o observávamos atentamente, fazer tocar, por fraude, uma harmônica, que eu segurava em minha mão, com as teclas para baixo, ou fazer flutuar essa mesma harmônica aqui e ali na sala, enquanto ela tocava durante todo o tempo.

75. Também não poderia trazer consigo um aparelho para agitar as cortinas das janelas, ou elevar as venezianas até oito pés de altura; dar nó em um lenço e colocá-lo em um canto distante da sala; vibrar notas, a distância, em um piano; projetar um porta-cartas através do aposento; levantar uma garrafa e um cálice acima da mesa; fazer erguer-se um colar de coral numa das extremidades; fazer mover um leque e abanar os assistentes, ou ainda pôr em movimento um pêndulo encerrado em uma vitrina, solidamente presa à parede.

76. Aparições luminosas – Essas manifestações, sendo um tanto fracas, exigem, em geral, que o aposento não esteja iluminado. Tenho apenas necessidade de lembrar aos meus leitores que, em iguais condições, tomei todas as precauções convenientes para evitar que lançassem mão de óleo fosforado ou outros meios. Ademais, muitas dessas luzes eram de natureza tal, que não pude chegar a imitá-las por meios artificiais.

77. Sob as mais rigorosas condições de exame, vi uns corpos sólidos, luminosos por si mesmo, pouco mais ou menos do volume e da forma de um ovo de perua, flutuar, sem ruído, pelo meio do aposento, elevar-se, por momentos, mais alto do que poderia fazer qualquer dos assistentes que se apoiasse sobre a ponta dos pés, e depois descer, vagarosamente, para o soalho.

78. Esse objeto foi visível durante mais de dez minutos e, antes de desaparecer, bateu três vezes na mesa, com ruído semelhante ao de um corpo duro e sólido. Durante esse tempo o médium estava prostrado em um canapé e parecia inteiramente insensível.

79. Vi pontos luminosos saltarem de um e outro lado e repousarem sobre a cabeça de diferentes pessoas. E tive resposta a questões que havia formulado, por meio de clarões de luz brilhante, que se produziram diante do meu rosto, em certo número de vezes por mim prefixado.

80. Vi centelhas arremessarem-se da mesa ao teto e em seguida recaírem sobre a mesa com ruído muito distinguível. Obtive uma comunicação alfabética por meio de clarões luminosos que se produziam no ar, diante de mim, e no meio dos quais eu passava a mão.

81. Vi uma nuvem luminosa flutuar em cima de um quadro. Sempre sob as mais rigorosas condições de exame, aconteceu-me mais de uma vez que um corpo sólido, fosforescente, cristalino, fosse posto em minha mão por outra mão que não pertencia a nenhuma das pessoas presentes.

82. Em plena luz, vi uma nuvem luminosa pairar sobre um heliotrópio colocado em cima de uma mesa, ao nosso lado, quebrar-lhe um galho e trazê-lo a uma senhora; em algumas ocasiões, percebi uma nuvem semelhante condensar-se sob nossos olhos, tomando uma forma de mão e transportar pequenos objetos.
(Continua no próximo número.)
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita