WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 378 - 31 de Agosto de 2014
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Fatos Espíritas

William Crookes

(Parte 3)

Continuamos o estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês é Researches in the phenomena of the spiritualism.

Questões preliminares   

A. Que disse William Crookes a respeito do local e do horário mais convenientes para produção das manifestações?

Disse ele que constitui um erro crer que as manifestações só se podem produzir a certas horas e em certos lugares – em casa do médium, ou em horas combinadas previamente. Segundo Crookes, centenas de fatos produziram-se em sua própria casa, nas épocas por ele designadas e em circunstâncias que excluíam absolutamente o emprego e o auxílio do mais simples instrumento. (Fatos Espíritas – Fenômenos espíritas observados por William Crookes.)

B. É verdade que Crookes investigou fenômenos ocorridos por meio da célebre médium Kate Fox?

Sim. Um dos fenômenos investigados, tendo como médium Kate Fox, foi por ele chamado de fenômeno de percussão e sons da mesma natureza. Esses ruídos, que verificou com quase todos os médiuns, têm cada um sua particularidade especial. Com o Sr. Home, eram mais variados; mas, quanto à força e regularidade, ele não encontrou absolutamente ninguém que pudesse aproximar-se da Sra. Kate Fox. Com ela, bastava simplesmente que colocasse a mão sobre qualquer parte, para que sons ruidosos aí se fizessem ouvir, como que triplo choque, e algumas vezes com bastante força para serem ouvidos através de vários aposentos. (Obra citada – Fenômeno de percussão e outros sons da mesma natureza.)

C. Os movimentos e os ruídos são governados por alguma inteligência?

Desde o começo de suas pesquisas, Crookes verificou que o poder que produzia esses fenômenos não era simplesmente uma força cega, mas que uma inteligência os dirigia, ou pelo menos lhes estava associada. Assim os ruídos ouvidos eram repetidos em número determinado; tornaram-se fortes ou fracos e, a seu pedido, ressoaram em diferentes lugares; por um vocabulário de sinais, convencionados previamente, foram respondidas perguntas e dadas comunicações com maior ou menor exatidão. Segundo Crookes, a inteligência que governava esse fenômenos era algumas vezes manifestamente inferior à do médium e estava muitas vezes em oposição direta aos seus desejos. (Obra citada – Fenômeno de percussão e outros sons da mesma natureza.)

Texto para leitura

39. Um outro erro corrente consiste em crer que as manifestações só se podem produzir a certas horas e em certos lugares – em casa do médium, ou em horas combinadas previamente – e partindo dessa suposição errônea têm-se estabelecido uma analogia entre os fenômenos chamados espíritas e os passes dos prestidigitadores e mágicos que operam nos teatros, os quais se cercam de tudo o que pertence à sua arte.

40. Para fazer ver quanto tudo isso está longe de ser verdadeiro, não tenho necessidade senão de dizer que, afora algumas raras exceções, as centenas de fatos que me preparo para atestar, para serem imitados pelos meios físicos ou mecânicos conhecidos, desafiariam a habilidade de um Houdini, de um Bosco, de um Anderson, protegida por todos os recursos de máquinas engenhosas e da sua prática de longos anos. Essas centenas de fatos produziram-se na minha própria casa, nas épocas por mim designadas e em circunstâncias que excluíam absolutamente o emprego e o auxílio do mais simples instrumento.

41. Um terceiro erro é este: que o médium deve escolher a sua roda de amigos e companheiros que podem assistir à sessão; que esses amigos devem crer firmemente na verdade da doutrina, seja qual for, que o médium enunciar; que se imponham às pessoas de espírito investigador condições tais que impeçam completamente toda observação cuidadosa e facilitem a superstição e a fraude.

42. A isso posso responder afirmando que, à exceção de alguns casos mui pouco numerosos, compus eu mesmo a minha roda de amigos, introduzi todos os incrédulos que me convieram, e geralmente impus condições escolhidas com cuidado por mim mesmo, para evitar toda possibilidade de fraude.

43. Tendo-me assenhoreado pouco a pouco de algumas condições que facilitavam a produção dos fenômenos, as minhas pesquisas foram geralmente coroadas de igual êxito, e mesmo, em muitos casos, tive êxito superior ao que foi obtido em outras ocasiões onde, em virtude de falsas ideias sobre a importância de algumas práticas insignificantes, as condições impostas podiam tornar menos fácil a descoberta da fraude.

44. Disse anteriormente que a escuridão não é essencial. Entretanto, é fato bem conhecido que, quando a força é fraca, a luz muito viva exerce uma ação que contraria alguns fenômenos. A força do Sr. Home é bastante significativa para subjugar essa influência contrária; assim, ele não admite escuridão nas suas sessões.

45. Afirmo que, exceto duas vezes em que, para algumas experiências, a luz foi suprimida, tudo que testemunhei foi produzido por ele em plena claridade. Tive diversas ocasiões de experimentar a ação da luz provinda de diferentes fontes e de cores variadas: – a luz do Sol, luz difusa, luar, gás, lâmpada, vela, luz elétrica, luz amarela, homogênea etc. Os raios que contrariam as manifestações parecem ser os da extremidade do espectro.

46. Vou, agora, proceder à classificação dos fenômenos que observei, indo dos mais simples aos mais complexos, e dando rapidamente, em cada capítulo, uma exposição sumária de alguns dos fatos que vou expor.

47. Movimento de corpos pesados com contato, mas sem esforço mecânico – Eis uma das formas mais simples dos fenômenos que observei. Ela varia em grau, desde o tremor de um aposento e do seu conteúdo, até a elevação ao ar de um corpo pesado, quando a mão está colocada em cima.

48. Pode-se objetar que, ao se tocar uma coisa que está em movimento, é possível empurrá-la, atraí-la ou levantá-la; provei, por experiência, que em casos numerosos isso não se verifica; mas, a título de provas, ligo pouca importância a esta classe de fenômenos, e só os menciono como preliminares de outros movimentos do mesmo gênero, produzidos, porém, sem contato.

49. Esses movimentos, posso mesmo dizer, os fenômenos da mesma natureza, são geralmente precedidos de um resfriamento do ar, todo especial, que chega, algumas vezes, a tornar-se um vento bem pronunciado. Sob a sua influência vi folhas de papel elevarem-se e o termômetro baixar de vários graus. Em outras ocasiões, das quais mais tarde darei pormenores, não notei nenhum movimento real de ar, mas o frio foi tão intenso que só posso compará-lo ao que se sente quando se tem a mão a algumas polegadas do mercúrio gelado.

50. Fenômeno de percussão e outros sons da mesma natureza – O nome popular de pancadas dá uma ideia muito falsa desse gênero de fenômenos. Por diferentes vezes, durante as minhas experiências, ouvi pancadas delicadas, como produzidas pela ponta de um alfinete; uma cascata de sons penetrantes como os de qualquer máquina de indução em plena atividade; detonações no ar, ligeiros ruídos metálicos agudos; estalidos como os que se ouvem quando uma máquina de fricção está em atividade; sons que pareciam arranhadelas; gorjeios como os de um pássaro etc.

51. Esses ruídos, que verifiquei com quase todos os médiuns, têm cada um sua particularidade especial. Com o Sr. Home, são mais variados; mas, quanto à força e regularidade, não encontrei absolutamente ninguém que pudesse aproximar-se da Sra. Kate Fox.

52. Durante vários meses tive o prazer de, em inúmeras ocasiões, verificar os fenômenos variados que se produziam em presença dessa senhora, e foram esses ruídos que especialmente estudei. É geralmente necessário, com os outros médiuns, para uma sessão regular, que todos fiquem sentados e em silêncio, mas com a Sra. Fox parece-lhe simplesmente necessário colocar a mão sobre qualquer parte, para que sons ruidosos aí se façam ouvir, como que triplo choque, e algumas vezes com bastante força para serem ouvidos através de vários aposentos.

53. Ouvi-os assim produzirem-se em uma árvore, num grande quadro de vidro, em um arame esticado, numa membrana distendida, em um tamboril, sobre a cobertura de uma carruagem e no tablado de um teatro. Ainda mais, o contato imediato nem sempre é necessário; ouvi esses ruídos saírem do soalho, das paredes etc., quando a médium tinha as mãos e os pés ligados, quando estava em pé sobre uma cadeira, quando se achava em uma balança suspensa do teto, quando estava encerrada em uma gaiola de ferro e quando em letargia numa poltrona. Ouvi-os sobre os vidros de uma harmônica, senti-os sobre os meus próprios ombros e sob as minhas mãos. Ouvi-os sobre uma folha de papel segura entre os meus dedos, por uma extremidade de fio passado num canto dessa folha.

54. Com pleno conhecimento das numerosas teorias que foram apresentadas antes, sobretudo na América, para explicar esses sons, experimentei-os de todas as maneiras que pude imaginar, até não mais ser possível furtar-me à convicção de que eram bem reais e que não se produziam pela fraude ou por meios mecânicos.

55. Uma questão importante impõe-se à nossa atenção: esses movimentos e esses ruídos são governados por uma inteligência? Desde o começo das minhas pesquisas, verifiquei que o poder que produzia esses fenômenos não era simplesmente uma força cega, mas que uma inteligência os dirigia, ou pelo menos lhes estava associada; assim os ruídos de que acabo de falar foram repetidos em número determinado; tornaram-se fortes ou fracos e, a meu pedido, ressoaram em diferentes lugares; por um vocabulário de sinais, convencionados previamente, foram respondidas perguntas e dadas comunicações com maior ou menor exatidão.

56. A inteligência que governa esse fenômenos é algumas vezes manifestamente inferior à do médium e está muitas vezes em oposição direta aos seus desejos. Quando se tomava a determinação de fazer alguma coisa, que não podia ser considerada muito razoável, contínuas comunicações eram dadas para induzir a refletir de novo.

57. Essa inteligência é, algumas vezes, de tal caráter, que nos vemos forçados a crer não provenha de nenhuma das pessoas presentes. Eu poderia dar vários exemplos como prova dessas alegações, porém, mais tarde, quando tratar da origem dessa inteligência, o assunto será discutido mais a fundo.
(Continua no próximo número.)
 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita