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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 376 - 17 de Agosto de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 23)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Qual a causa dos problemas enfrentados por Lício, o jovem homossexual, e seu tio Nicomedes?

Lício e Nicomedes – que em existência anterior se chamavam, respectivamente, Annette e Henri – foram amantes naquela ocasião, quando então traíram a confiança de Filipe, esposo de Annette. Devido a esse fato, Filipe desafiou Henri a um duelo, no qual foi morto. Começou então um processo de perseguição em que os dois Espíritos se envolveram e que continuava até o presente. Tendo sido mulher e usado seus dotes feminis para a prática do sexo com o amante e com diversos outros parceiros, Annette reencarnou em um corpo de homem, observando-se aí o processo que alguns autores – como André Luiz e Emmanuel – chamam de inversão sexual. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 192 a 193.)

B. Na existência seguinte, os três personagens se encontraram?

Sim. Annette voltou a consorciar-se com Filipe, que se chamou então, nessa existência, Fagundes Ribas. O propósito do reencontro era a harmonização entre os três, porque Henri novamente apareceria na vida do casal. A ideia não deu certo, porque Annette e Henri traíram de novo a confiança de Filipe (Fagundes Ribas) e fugiram do seu lar, tomando rumo desconhecido. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 194 a 196.)

C. Com a intervenção dos benfeitores espirituais, os três conseguiram reconciliar-se?

Sim. Para isso foram fundamentais a ação do dr. Bezerra de Menezes e o pedido de perdão feito por Annette ao ex-marido. A esse pedido, Filipe respondeu: “Não posso perdoar, no entanto, dê-me tempo e este me ajudará a desculpar. Pelo menos, não a perseguirei, caso eu encontre algum apoio em qualquer lugar onde me possa acalmar”. Foram traçados os planos para que o processo pudesse ter, enfim, um final feliz. Filipe iria reencarnar como filho de Henri – o mesmo Nicomedes, tio de Lício. A Henri, dr. Bezerra disse: “Ele volverá aos teus braços com imensa carência de amor e o receberás com ternura, liberando-te do mal que, na tua área genésica, na próstata, está preparando campo para uma neoplasia maligna... A tua conduta moral apressará, ou não, o surgimento do câncer, ou o impedirá. Serás o autor dos teus futuros dias. Por consequência, respeita e ajuda Annette, na forma de sobrinho inquieto. Auxilia-a a ajustar-se e não tornes à viciação”. A Lício, o Benfeitor propôs: “Recordarás de grande parte destas ocorrências, embora com algumas lacunas. As lembranças te ajudarão a frear os impulsos da perversão. Canaliza as forças sexuais da tua juventude noutra direção, em labores dignos que te promoverão a paz, contribuindo para a liberação dos teus problemas”.  (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 197 a 199.)

Texto para leitura

89. O caso Annette e Henri – Embora Filipe tentasse interrompê-la, chamando-a de mentirosa, Annette prosseguiu informando que, a princípio, viviam uma cordialidade que não levantava qualquer suspeição a respeito do seu drama. Foi quando Henri, irmão de Filipe, perdeu a esposa e, a convite do mano, passou algum tempo junto deles, de forma a recompor-se do abalo moral causado pelo falecimento da mulher. “A partir da segunda semana, em que o hóspede se encontrava em nosso lar – disse Annette –, a vida em comum foi-se tornando insuportável. Passou a dizer-me que notava o meu interesse pelo outro, que para ele me vestia e, certamente, que já nos preparávamos para o adultério. Profundamente surpreendida e chocada com a acusação reagi, afirmando que sequer pensava na pessoa referida e a gentileza era o dever de anfitrioa de que me procurava desincumbir... Iracundo, tornou-se selvagem, submetendo-me a tormentos morais inimagináveis, enquanto ameaçava-me interromper a sua e a minha vida, caso eu me queixasse a Henri.” Dito isto, Annette continuou: “Ninguém pode imaginar o tormento de uma jovem inexperiente, seviciada por um marido enfermo... Tais foram as suas acusações que, sem o desejar, fui-me aproximando do cunhado, cuja presença se me tornou um refrigério. Percebi que o agradava e, sem que nos apercebêssemos, passamos a amar-nos”. Ante esse relato Filipe não se conteve, bradando: “Caluniadora infeliz!”, mas Henri confirmou que era tudo verdade. “Meu irmão – acrescentou – sempre foi um atormentado, em razão da sua deficiência. Eu, no entanto, ignorava quanto. Ao nos unirmos, num momento por ele facultado, em face de uma viagem que empreendeu, deixando-nos a sós, é que tive a dimensão do sofrimento de Annette e dos suplícios que lhe eram impostos.” Nesse momento Filipe chamou a ambos de traidores. Henri admitiu que sim, que eles o haviam traído e certamente o fariam de novo, mas foi o próprio Filipe quem empurrou um para o outro. “Quando eu lhe interrogava a respeito da tristeza que passou a refletir-se no rosto dela, contrastando com a beleza e a alegria juvenil anterior, ele propunha-me que a distraísse, que passeássemos...” Henri contou, então, que decidira ir embora, já que seria impossível continuar, ele e Annette, naquela situação ambígua, mas os acontecimentos se precipitaram. Quando Filipe voltou da viagem, como se adivinhasse o que houvera sucedido na sua ausência, examinou-a sob humilhação terrível, exigiu-lhe a confissão e depois surrou-a, retendo-a presa na alcova, até que desaparecessem as marcas do seu selvagismo. Ignorando a ocorrência, Henri informou-o dos seus planos de retornar à sua casa, mas Filipe, ciente do caso havido entre ambos, exigiu-lhe que ficasse mais algum tempo, pois que deveria viajar outra vez e receava deixar a esposa a sós. Henri aquiesceu, prometendo a si mesmo manter a dignidade e o respeito na ausência do irmão, que atribuiu a uma enfermidade o fato de Annette permanecer tantos dias fechada na alcova. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 192 a 193.)

90. Filipe tomba em duelo e promete vingar-se – Logo que Filipe partiu, Henri tomou conhecimento do que havia ocorrido e foi por isso que propôs fuga a Annette, ao que ela anuiu. “Arrumamo-nos, às pressas – disse Henri –, e partimos, no dia imediato, deixando-lhe uma carta elucidativa, reprochando-lhe o caráter, embora a nossa não fosse a conduta ideal...” Algum tempo depois, ele veio a saber que Filipe havia planejado um retorno intempestivo, no dia de sua fuga, para surpreendê-los e tirar-lhes a vida sob a alegação de adultério. Como eles haviam fugido, seu plano falhou e ele, ciente da fuga, enfureceu-se. “Vingativo e petulante – acrescentou Henri –, mandou-me propor um duelo, assumindo a postura de um cavalheiro ofendido, e, como o problema veio ao conhecimento público, não tive outra alternativa, senão aceitar e ganhar a luta, matando-o. O amor por Annette era superior às minhas forças, entretanto, o fratricídio tornou-se-me um suplício. Recordava-me dele caído, varado pelo projétil, empapado de sangue, ameaçando, no momento extremo: `Se houver Justiça no lugar para onde vou, hei de ser vingado’.” O médico que o acompanhava nada pôde fazer, mas, a partir daquele momento, embora tivesse a felicidade ao alcance da mão, Henri foi tomado de tal melancolia que, menos de um ano depois, sucumbiu. Era Filipe quem lhe infligiu remorso e dissabores e, após sua morte, muitas e novas dores, com a ajuda dos marginais em cujo grupo se homiziara. “Acusada pelo povo e familiares – completou Annette –, parti para Paris, após vender o que me cabia, pensando em viver. Ainda não completara dezesseis anos de idade... Foi isto a minha total ruína, porque, inexperiente, e sem apoio, segui vias torpes, degenerando na libertinagem por largos anos, embora em casas de luxo, igualmente infectas e degradadoras. A sífilis encerrou-me a carreira alucinada.” Findo o relato, Filipe bradou, asselvajado: “Isto é suficiente para liberá-los da culpa?” “Não, não é o suficiente”, respondeu-lhe dr. Bezerra. “Pelo contrário, constituiu-lhes uma herança infeliz de que não se liberaram. Da mesma forma não lhe permitia o direito de, após exaurir Henri, com os seus sequazes além do corpo, perseguir Annette, na Terra e depois dela.” O Mentor asseverou então: “A Divina Misericórdia, que tudo oferece para ser preservado o equilíbrio, trouxe-nos para o Brasil, noutra experiência, em terras de Piratininga, onde o clima de resgate cármico era-vos mais bonançoso. Retornastes com o dever de vos reabilitardes, Annette renasceu para consorciar-se novamente contigo, Filipe, na pessoa de Fagundes Ribas, e enfrentar com honradez Henri, a quem encontraria depois. Isto se deu em uma fazenda de café, no interior do estado. A beleza, que a levara ao fracasso, foi-lhe novamente concedida para uso reparador e, sem a sua anuência, o matrimônio foi estabelecido entre os pais dela e ti. A antipatia que ela conservou nos painéis da memória e a suspeita que te macerava o campo das lembranças amargas foram os ingredientes para que se repetissem os dissabores e desajustes, quando deveríeis lutar contra as vicissitudes e crescer na fraternidade, na compreensão, a caminho do amor”. O Mentor informou, então, que Henri, que era comprador de café, apareceu na fazenda, e o reencontro fê-los desequilibrar-se. Assinalada pelos vícios a que se acostumara na experiência anterior, e provocante, ela aturdiu o jovem de tal forma, que este passou a vir à sua propriedade a qualquer pretexto e, certo dia, ambos fugiram para a Capital, tomando rumo desconhecido. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 194 a 196.)

91. Annette suplica perdão ao ex-marido – Após rememorar a segunda fuga, dr. Bezerra dirigiu-se a Filipe: “Sabemos avaliar as tuas humilhações, as dores excruciantes que te levaram, homem orgulhoso e prepotente, à tumba antes do tempo”. E fez pequena pausa, enquanto os envolvidos na triste história choravam: Filipe em desespero, Annette com amargura e Henri com arrependimento. O Mentor, contudo, prosseguiu: “Chegando à Capital os fujões instalaram-se bem, já que o amante, embora não fosse rico, possuía recursos expressivos. Algum tempo transcorrido e a antiga lubricidade de Annette conduziu-a à irresponsabilidade, à traição contumaz. Expulsa do lar pelo companheiro ultrajado, refugiou-se noutro, utilizando-se da aparência para os enganosos triunfos e poder, passando de um para outro lugar... A morte, que a todos chega, misericordiosa, trouxe os dois irresponsáveis de volta e vos engalfinhastes em luta destrutiva, que agora, numa terceira etapa, continua, não obstante a diferença de plano vibratório e constituição orgânica em que vos encontrais. Só o amor verdadeiro, sem a injunção da posse e do vício, vos pode salvar”. Filipe ouviu tudo isso em estado de grande amargura e prometeu vingança. “Hei de matá-la já”, reafirmou o ex-esposo. “Reconheço que eu fui um doente, mas a esposa e meu irmão jamais poderiam adulterar sob o meu teto... Reencontrando-a, agora, nessa forma extravagante, com sentimentos confusos, vejo que não poderá fugir, e cada dia irá para mais fundo abismo. Como os demônios interferiram em seu favor, amparando-a e ao criminoso, apressarei o desfecho.” Ante tais palavras, Dr. Bezerra acercou-se de Filipe e pediu-lhe com imensa bondade: “Ouve-me, meu irmão, dói-nos o teu sofrimento. Conforme desejamos auxiliar as duas criaturas que sofrem na Terra, interessamo-nos em libertar-te da infelicidade, antes que ela te imponha recuperação através de meios graves e irreversíveis. Se te parece difícil perdoar, desculpa-os. Deixa-os por conta da consciência pessoal, que não libera culpado algum sem a conveniente regularização do delito. Não suponhas que, desculpados, eles fiquem sem a responsabilidade do mal que se infligiram, utilizando-te para a própria desdita. Dá-te a oportunidade de aspirar à felicidade que te acena e te aguarda”. O Mentor falou-lhe com tamanha doçura que as resistências antagônicas foram quebradas. Inspirada por Emerenciana, Annette também se aproximou e suplicou: “Perdoa-me a loucura! Não sabes como sofro, encarcerada num corpo que não é o meu. Traí e cometi desdouros que me pungem quais punhais afiados. Eu não me recordava de tanta desgraça Oh! Deus, tende piedade de nós”. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 196 e 197.)

92. Filipe aceita o pedido de Annette e planos são traçados – Colhido pelo inesperado gesto da antiga esposa, Filipe respondeu: “Não posso perdoar, no entanto, dê-me tempo e este me ajudará a desculpar. Pelo menos, não a perseguirei, caso eu encontre algum apoio em qualquer lugar onde me possa acalmar”. Diante desse pedido de ajuda, dr. Bezerra confortou-o: “Esta é a tua Casa, porque é a Casa de Jesus. Não retornarás aos sítios de hediondez. Começarás o tratamento aqui mesmo, e, posteriormente, a reencarnação te aguardará para o recomeço feliz”. “Pelo que posso depreender, Lício te ajudará muito, porquanto renascerás por intermédio do Dr. Nicomedes e sua esposa.” Na sequência, o Mentor informou ao antigo Henri: “Ele volverá aos teus braços com imensa carência de amor e o receberás com ternura, liberando-te do mal que, na tua área genésica, na próstata, está preparando campo para uma neoplasia maligna... A tua conduta moral apressará, ou não, o surgimento do câncer, ou o impedirá. Serás o autor dos teus futuros dias. Por consequência, respeita e ajuda Annette, na forma de sobrinho inquieto. Auxilia-a a ajustar-se e não tornes à viciação”. A Lício, o Benfeitor propôs: “Recordarás de grande parte destas ocorrências, embora com algumas lacunas. As lembranças te ajudarão a frear os impulsos da perversão. Canaliza as forças sexuais da tua juventude noutra direção, em labores dignos que te promoverão a paz, contribuindo para a liberação dos teus problemas. Não será fácil, pois que te exigirá decisão, disciplina e vigilância. Um mal que se enraíza, quando extirpado, fere as áreas sadias, qual escalracho no trigal, que ao ser arrancado carrega trigo bom. Evita os sonhos da imaginação desequilibrada e os lugares onde as facilidades proliferam. É mais fácil prever o desastre e tomar providências, do que remediá-lo. Preenche os espaços mentais com leituras salutares e conseguirás os meios para a vitória. Se te resolveres por ouvir-nos, estaremos ao teu lado, certamente sem retirar-te os problemas, auxiliando-te, todavia, na necessária solução”. “Enquanto a tua conduta nos permitir auxiliar-te, fá-lo-emos.” (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 197 a 199.) (Continua no próximo número.)


 


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