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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 374 - 3 de Agosto de 2014

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniapickina@gmail.com
Campinas, SP (Brasil)

 
 
 

O céu está em festa. O pássaro encantado retornou...

 

 – Pode ir, pássaro. Volta quando quiseres...

 – Obrigado, menina. Tenho que partir. E preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás para me esperar... (A menina e o pássaro encantado – Rubem Alves.)

Rubem Alves, escritor e educador, de 80 anos, faleceu no fim da manhã de sábado (19 de julho), em Campinas (SP), em decorrência de falência múltipla de órgãos. Uma alma delicada, ele enfrentava um câncer há alguns anos e estava internado desde o dia 10 de julho de 2014.

Referência no País em temas relacionados à educação, Rubem Alves, um encantador, lidou com as palavras com raro talento... Como um ser humano inspirador, teceu uma obra vasta, acrescentando poesia, “esperança da beleza e da alegria” para cada assunto que tratou, seja sobre gente, bicho, árvore, ou sobre as pobres almas mutiladas, prisioneiras na mesmice da sala de aula, porque ali, infelizmente, ninguém aprende nada, só repete “boca de forno, forno”...

Desde que o leio, e por isso me sinto no direito (autêntico) de considerar que o conheci – ao menos um pouco, claro, pergunto a mim mesma acerca da sua (real) vocação.

Sem temor não seria absurdo supor que o tom de alma de Rubem Alves agregou, entre outros ritmos, uma elegante maestria apta a despertar, em cada um de nós, crianças que somos, um apelo transformador por um mundo mais inspirador, um mundo onde as pessoas estejam alegremente vivas e criativas.

Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933 em Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais, e morava em Campinas há décadas. Um dos intelectuais mais respeitados do Brasil, e muito amado por toda gente, de forma versátil publicou diversos textos em jornais e revistas do País e atuou como cronista, poeta, filósofo, contador de histórias, ensaísta, teólogo, autor de livros infantis...

Sobre o amor pela educação, escreveu: “Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador, educar é outra coisa. (...) A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. (...) Quem vê bem nunca fica entediado na vida”.

Em entrevista à Globo News em agosto de 2012, o mineiro Alves defendeu que a educação no Brasil deveria passar por mudanças. “Na educação, a coisa mais deletéria na relação do professor com o aluno é dar a resposta. Ele tem que provocar a curiosidade e a pesquisa”, considerou.

A prova do vestibular também foi tema de críticas à época. “Se os reitores das universidades fizessem vestibular, seriam reprovados, assim como os professores de cursinho. Então, por que os adolescentes têm que passar?”, questionou.

Em um texto biográfico no site oficial, o educador escreveu trechos sobre a morte: “Eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos”. 

Em carta à filha, Rubem Alves pediu para ser cremado. E, segundo seus bonitos desejos, teve suas cinzas jogadas embaixo de um ipê amarelo enquanto foram lidos textos de seus poetas preferidos, como Cecília Meireles e Fernando Pessoa... 

Até breve, “Pássaro encantado”, e continue a se cuidar. E sentiremos saudade.


Notas:

As obras de Rubem Alves, que englobam um legado vasto e sensível, vão de teologia a clássicos infantis. Para saber mais, consulte: www.rubemalves.com.br/.

 
 


 


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