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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 374 - 3 de Agosto de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 21)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Por que, sob assédio espiritual ou envolvido pelas tentações, a pessoa ignora às vezes as advertências do benfeitor espiritual?

É que a memória do indivíduo sob assédio espiritual, ou envolvido pelas tentações, fica preenchida por determinadas lembranças que lhe parecem agradáveis e, em face disso, bloqueia o registro do pensamento superior. Foi o que ocorreu naquela noite com o jovem Lício, que parecia surdo às advertências feitas em seu benefício por D. Emerenciana. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 175 a 177.)

B. Em casos assim como agem os benfeitores espirituais?

Como é narrado nesta obra por Manoel P. de Miranda, os benfeitores evitam interferir no livre-arbítrio da pessoa. Foi o que fez dr. Bezerra de Menezes, que explicou: “Neste momento, não devendo violentar-lhe o livre-arbítrio, a única medida apaziguadora e oportuna será um ligeiro sono”. Dito isto, acercou-se do leito e aplicou-lhe energias relaxadoras, que tiveram efeito quase imediato. Dirigidas aos centros cerebral e solar, acalmaram-lhe a mente e as emoções inferiores, entorpecendo o jovem que, minutos depois, era desdobrado espiritualmente pelo Médico abnegado. A Mentora disse então a Lício, com energia e clareza: “Você tem que reagir às propostas vulgares do seu tio. Cercam-no perigos graves, e uma trama cruel os envolve a ambos, desejando arruiná-los, sem qualquer alternativa de impedimento, exceto de sua parte. O seu parente está gravemente enfermo, possuído por uma força dominadora e má que o vai utilizar contra você. É necessária toda a vigilância e decidida atitude contrária aos seus propósitos. Ele tem planos para esta noite, que você deve interditar. Use paciência e vigor, não se permitindo sonhos e ilusões que logo se converterão em pesadelo. Reaja, pois, com todo o seu empenho. Por enquanto, descanse e deixe-se conduzir pelas mãos de Deus. Durma...” (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 175 a 177.)

C. Qual era o objetivo do plano armado pelo obsessor de Lício e seu tio?

O obsessor planejava levar o senhor Ânzio (pai de Lício) a seguir o rapaz e o cunhado, arrumando assim o palco para a realização de um crime hediondo. Como havia sido descoberto desde a visita de Lício à irmã Emerenciana, ele estabelecera um plano nefasto para interromper a existência do rapaz e do tio, a quem também detestava, levando o pai à desdita. A ideia era levá-los a uma casa de encontros venais, na área do sexo desvairado, conduzindo também o genitor, que os surpreenderia na vulgaridade e procuraria limpar o nome da família assim enxovalhado. Tal seria o preço que a insensatez deveria pagar. A providencial busca, dias antes, de socorro espiritual e a prece ardente de Lício alteraram, pelo menos até aquele momento, a tragédia em delineamento. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 181 a 183.)

Texto para leitura

81. Lício é levado ao sono para ser alertado pela Mentora – Apesar das palavras da Instrutora, Lício nada registrou, porque a memória, enriquecida pelas lembranças que lhe pareciam agradáveis, bloqueava o registro do pensamento superior. Solicitado a intervir, dr. Bezerra observou: “Neste momento, não devendo violentar-lhe o livre-arbítrio, a única medida apaziguadora e oportuna será um ligeiro sono”. Dito isto, acercou-se do leito e aplicou-lhe energias relaxadoras, que tiveram efeito quase imediato. Dirigidas aos centros cerebral e solar, acalmaram-lhe a mente e as emoções inferiores, entorpecendo o jovem que, minutos depois, era desdobrado espiritualmente pelo Médico abnegado. A Mentora explicou-lhe então com energia e clareza: “Você tem que reagir às propostas vulgares do seu tio. Cercam-no perigos graves, e uma trama cruel os envolve a ambos, desejando arruiná-los, sem qualquer alternativa de impedimento, exceto de sua parte. O seu parente está gravemente enfermo, possuído por uma força dominadora e má que o vai utilizar contra você. É necessária toda a vigilância e decidida atitude contrária aos seus propósitos. Ele tem planos para esta noite, que você deve interditar. Use paciência e vigor, não se permitindo sonhos e ilusões que logo se converterão em pesadelo. Reaja, pois, com todo o seu empenho. Por enquanto, descanse e deixe-se conduzir pelas mãos de Deus. Durma...” O Espírito de Lício então adormeceu, enquanto seu corpo ressonava. No seu lar, porém, a linguagem utilizada pelo tio produzira desagradável sensação no senhor Ânzio, pai de Lício, que, sem entender o que se passava, foi dominado por estranho mal-estar. Havia já algum tempo que ele estranhava o comportamento, as preferências e mesmo a exteriorização psíquica do filho, que lhe parecia atônito e infeliz, e mais de uma vez indagara-lhe a razão de tal estado, para o qual não encontrava explicação lógica. O diálogo, portanto, naquela tarde despertara-lhe negativamente a atenção, fato que acabou sendo aproveitado pelo Espírito perturbador que obsidiava o tio, o qual passou a insuflar também pensamentos torpes no chefe da casa, que foi, pouco a pouco, sendo envolvido por maus presságios e desconforto íntimo. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 175 a 177.)

82. Nicomedes diz a Lício que não pode mais viver sem ele – A trama se delineava mais sórdida e perigosa do que Miranda imaginava inicialmente, porque, transitando entre o hóspede e o dono do lar, o obsessor mantinha a teia grotesca do mal, propondo a cada um diferente rumo mental. Nicomedes, que se sentira ferido no amor-próprio com a resposta recebida do sobrinho, aproveitou então o momento em que a esposa se banhava e foi ao quarto do rapaz. Como a porta estivesse entreaberta, ele entrou e trancou-a por dentro, acercando-se do moço adormecido. No momento em que ia beijar a face do sobrinho, irmã Emerenciana ordenou: “Lício, acorde!” O rapaz assustou-se e despertou. Parecia-lhe ter tido um pesadelo e foi tomado por outro choque ao ver o tio que se preparava para afagá-lo. O diálogo entre os dois foi difícil. Dominado por paixão avassaladora, o tio lhe disse que eles teriam de conversar imediatamente. Lício recusou. Nicomedes confessou-lhe então que não poderia mais viver sem ele. “Você me tem atormentado por todos estes anos, até que, não suportando mais, vim, intempestivamente”, disse-lhe o tio, alegando estar saturado da esposa e amargamente arrependido de ter-se consorciado. “E as crianças?”, perguntou Lício. Nicomedes admitiu que as amava, mas o que lhe acontecia naqueles últimos dias levava-o ao tresvario. “Não sei o que será de nós dois – advertiu –, caso você prossiga nessa hostilidade para comigo. Pôde esquecer-me de tal forma que tudo se lhe apagou na memória? Amo-o!” Ao ouvir essa declaração e acometido por um tremor nervoso, Lício ia abrir a alma dorida, quando a Mentora lhe tocou o centro cerebral, de forma que se recordasse do sonho, e lhe disse: “Liberte-se, meu filho, agora...” Aclarada a memória pela lembrança da advertência recebida, o rapaz suplicou, comovido: “Tenha piedade de mim! Eu sou um frangalho humano. Se mantém algum sentimento de afeto por mim, ajude-me na minha libertação. Não me empurre para baixo. Necessito de alguém que me levante. Temo uma tragédia. Por favor, socorra-me!” (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 177 a 179.)

83. O pai de Lício vê Nicomedes saindo do quarto e pede explicações – Instigado pela própria volúpia e pelo obsessor que a ele se imantava, açodando-lhe os desejos subalternos, Nicomedes disse que ele era, sim, seu amigo e o levaria dali, por algum tempo, até que se refizesse. “Mas, o perigo – replicou Lício – não reside aqui, acaba de chegar: é você.” O tio foi, contudo, implacável. “Não o deixarei”, advertiu, completando: “Você não me fará de bobo. Após o jantar sairemos e acertaremos tudo com calma, está bem?” Em seguida, beijou-lhe o rosto e se afastou, prelibando a falsa vitória. O senhor Ânzio, teleconduzido pelo obsessor da família, havia se dirigido ao andar superior da casa, onde ficavam os dormitórios, e surpreendeu o cunhado saindo do quarto. Em condições normais, o fato não despertaria qualquer suspeita. Naquelas circunstâncias, porém, teve um terrível efeito. O genitor sentiu um descontrole emocional ante a ideia que lhe passou pelo cérebro e quase interrogou o hóspede, mas dominou-se. Entrou, então, abruptamente no quarto do filho e, vendo-o desfigurado, a chorar, indagou com surda revolta: “Que se está passando nesta casa? Qual a razão para essas lágrimas? Para que um homem chore, a razão deve ser muito forte. Que fazia seu tio, aqui?” Lício aturdiu-se ainda mais e, quando ia responder, dizendo ao pai do seu sofrimento, a irmã Emerenciana quase o incorporou, levando-o a dizer: “Titio percebeu que eu passava mal e veio saber de que se tratava, desejando ajudar-me conforme o fazia no passado”. “E que é que você tem?” – “Não sei, papai. Sinto-me febril, indisposto, pressentindo uma grande desgraça, que eu não consigo captar qual ou onde acontecerá. Estou muito inquieto. Ajude-me!” Havia tal angústia na voz e na face de Lício, que o pai se desarmou da ira, liberando-se do constritor espiritual. Sentou-se então na cama e indagou, com bondade: “Desde quando, meu filho, você está assim?” (Nesse momento, a irmã Emerenciana estimulou-lhe a circulação, aumentando-lhe a temperatura e o rubor da face, que agora se apresentava avermelhada.) “Não sei!”, respondeu o jovem. “Periodicamente isto me assalta. Nunca, todavia, tão forte como hoje.” – “Seria a presença do seu tio?”, interrogou com habilidade. “De forma alguma. Titio e família dão-nos muito prazer com a sua presença, não é verdade?” O genitor anuiu com a cabeça, sentindo-se constrangido pelas ideias que agasalhara, afligindo-se. Dr. Bezerra envolveu-o, então, em vibrações de ternura, levando-o a abraçar o filho e a dizer-lhe palavras de carinho, após o que saiu. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 179 a 181.)

84. O plano armado pelo obsessor fica momentaneamente prejudicado – Emerenciana estava aliviada, porque fora frustrado por enquanto o plano elaborado pelo obsessor, que planejava levar o senhor Ânzio a seguir o filho e o cunhado, após o jantar, arrumando o palco para um crime hediondo. O inimigo, furibundo, vendo-se fracassar no tentame de envolver o pai de Lício, voltou-se totalmente para Nicomedes, a quem aderiu psiquicamente, açulando-lhe os instintos primitivos, já em descontrole. Como havia sido descoberto desde a visita de Lício à irmã Emerenciana, ele estabelecera um plano nefasto para interromper a existência do rapaz e do tio, a quem também detestava, levando o pai à desdita. A ideia era levá-los a uma casa de encontros venais, na área do sexo desvairado, conduzindo também o genitor, que os surpreenderia na vulgaridade e procuraria limpar o nome da família assim enxovalhado. Tal seria o preço que a insensatez deveria pagar. A providencial busca, dias antes, de socorro espiritual e a prece ardente de Lício alteraram, pelo menos até aquele momento, a tragédia em delineamento, embora todos os sucessos que certamente iriam ocorrer. Nada de anormal aconteceu no jantar e o senhor Ânzio já voltara à serenidade. Terminada a refeição, Nicomedes pediu licença para dar uma rápida volta de carro, pela Avenida Oceânica, a fim de aspirar o oxigênio da noite e, mui habilmente, acrescentou: “Se o meu sobrinho me puder acompanhar, ficarei grato. Há tanto tempo não venho à Capital, que me surpreenderei com alterações do trânsito; assim, necessitarei, pelo menos hoje, de um auxiliar. Será possível?” Lício esquivou-se, alegando estar doente; mas dona Constância, sua mãe, interveio dizendo que o passeio lhe faria bem e, além disso, seria útil ao tio. Como o pai também concordou que o passeio lhe seria benéfico, Lício não conseguiu evitar que ambos saíssem, seguidos embora por dr. Bezerra acompanhado de Felinto e Miranda. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 181 a 183.) (Continua no próximo número.)


 


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