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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 372 - 20 de Julho de 2014

JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal

 
 
 

O maluco


Mais um dia de trabalho. Após os cumprimentos da praxe, cada um ia relatando, como de costume, algo mais inusitado que tivesse acontecido recentemente.

Um colega, que vem todos os dias de longe, utilizando vários meios de transporte, vinha alegre, sorridente, passando a explicar: "Oh pá, hoje no autocarro vinha um cromo do caraças; o gajo entrou no autocarro a falar alto e imagina... cumprimentou todas as pessoas do autocarro, uma a uma e depois foi um fartote de rir com as anedotas dele... Há cada cromo neste mundo...!!!".

Depois de ter repetido algumas anedotas, alegres e sem malícia, fiquei a pensar com os meus botões: "então fulano é maluco, é conhecido pelo maluco, mas... quando o "maluco" não aparece, os "normais" vão de cara cerrada, cada um com os seus auscultadores na cabeça, cada um no seu mundo, ninguém se fala, chegam ao trabalho cansados... e o outro, o tal que cumprimenta toda a gente, o tal que distribui alegria e bem-estar, o tal que faz com que as pessoas cheguem sorridentes ao trabalho, esse é que é ‘maluco’?"

Na minha simples lógica algo não batia muito bem...

Afinal, quem são os "malucos" e os "normais"?

Dir-me-ão que não é "normal" um adulto entrar num autocarro pejado de gente e começar a distribuir cumprimentos e alegria a toda a gente... e eu pergunto: por quê?

Dir-me-ão que, se ainda fosse uma criança, as pessoas achavam graça, agora um adulto... parece mal... e eu pergunto: por quê?

Dir-me-ão que a sociedade tem regras, tem expectativas, que não é expectável um adulto comportar-se assim... e eu pergunto: por quê?

Dir-me-ão que o "normal" é sermos recatados e não falarmos por dá cá aquela palha com gente desconhecida... e eu pergunto: por quê?

Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, podemos encontrar na 3ª parte, as "Leis Morais", sendo que uma delas é a "Lei de Sociedade", que aborda dentro da óptica espírita a necessidade da vida social, fala sobre a vida de isolamento, sobre o voto de silêncio e os laços de família. Se adentrarmos pelas restantes Leis Morais, verificamos que um dos objetivos da nossa vida em sociedade é precisamente a nossa interação, a aprendizagem e auxílio mútuo, no sentido da evolução intelectual e moral do ser humano, como Espírito eterno que é ao longo das suas múltiplas reencarnações (vidas sucessivas).

No meio da nossa sociedade, egoísta, triste, ansiosa, queixosa, a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) mostra-nos que a vida é bela, que é um conjunto de oportunidades que temos para sermos mais felizes, passo a passo, vida após vida, e que vivemos uma vida de relação precisamente para que possamos evoluir, aprender uns com os outros, apoiarmo-nos mutuamente, fraternalmente, procurando contribuir para uma sociedade mais feliz, mais justa, mais pacífica.

Nesse ínterim, fico cá a pensar com os meus botões quem será o "maluco" e quem serão os "normais", no caso em pauta.

Por mim, preferia partilhar todos os dias a presença do "maluco" do que partilhar um autocarro cheio de gente triste, com "headphones" na cabeça, onde cada um finge que os outros seres humanos que o rodeiam não existem ou não têm nada para conversar, para partilhar...
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita