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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 372 - 20 de Julho de 2014

DIAMANTINO LOURENÇO RODRIGUES DE BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha
,
 Viana do Castelo (Portugal

 
 
 

O Homem Religioso

 

O homem, na sua singularidade mais genuína e profunda, destaca-se de toda a natureza pelas suas capacidades cognitivas, afetivas, estéticas e religiosas. É pouco provável que qualquer outro animal possua a faculdade de se ligar ao sobrenatural transcendente, por exemplo, pela meditação, pelas atitudes de submissão, reverência e adoração, através da oração.

A religião é uma manifestação eminentemente humana e todas as culturas são profundamente marcadas por este fenômeno, porque, «Quando o homem crê em Deus e observa a ínfima diferença que separa a natureza divina da sua, então se prostra diante de Deus e o adora. A adoração é a máxima expressão da relação com Deus de um ser humano (…). O significado da adoração é que Deus é absolutamente tudo para quem o adora». (KIERKEGAARD, 1944-412, in MONDIM, 1980:226.)

Consideradas sua finitude e precariedade físicas, num mundo que ainda não conhece totalmente, o homem sente-se frágil e dependente de algo que, dramaticamente, nem sempre ao longo da sua história filogenética e ontogenética soube ou quis identificar.

Ao dar-se conta destas suas vulnerabilidades, ele, o homem-crente, procura abrir-se ao sobrenatural que designa por Deus, porque, sendo dotado de inteligência e de reflexão, rapidamente reconhece a existência do sagrado e, livremente, é capaz de O amar ou odiar. Todavia, para o homem de fé, o que acredita numa existência transcendente, para além da vida biológica, a busca de oportunidades para se encontrar com Deus, ente supremo e sagrado, é incessante e persistente.

Com efeito: «Neste misterioso universo, existe uma coisa de que o Homem pode ter a certeza. O Homem certamente não é a maior presença espiritual do Universo. (…) Existe uma presença no Universo que é espiritualmente maior do que o Homem. O objetivo do Homem é buscar comunhão com a presença por trás dos fenômenos, e buscá-la com o anseio de harmonizar o seu próprio eu com essa realidade espiritual absoluta». (TOYNBEE, in SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATOS, 1990:366.)

A dimensão religiosa do homem é, seguramente, um aspeto essencial da sua superioridade face aos restantes animais que povoam o mesmo mundo. O homem, centro e objeto das maiores investigações científicas, apresenta-se, neste particular, como algo ainda misterioso, indecifrável, incógnito.

Esta característica, única da sua religiosidade, o distingue de todos os demais seres deste mundo que habita, justamente, porque: «O homem religioso se religa, relaciona sua existência com um princípio supremo que rege e dá sentido a tudo o que existe. Este princípio tem um caráter absoluto, incondicionado. É Deus. (…) Partindo deste pressuposto, o homem religioso quer que sua vida cotidiana esteja em consonância com esta ordem cósmica; (…) sua ética – os princípios que regem sua conduta interpessoal e os objetivos válidos de sua vida estão subordinados aos postulados e mandamentos de sua doutrina religiosa». (ROMERO, 1998:310-11.)

Além desta inimitável característica que é a sua capacidade religiosa, o homem continua um mistério porque, conhecendo já, razoavelmente bem, a sua constituição físico-biológica e podendo dela tratar com alguma objetividade e sucesso, outro tanto não se verifica com a sua constituição espiritual, desde logo porque ignora sua natureza, sua origem e seu destino, mesmo quando se considera imortal, acreditando, em coerência com a existência de uma outra vida transcendental, sem, contudo, conseguir provar, cientificamente, tal imortalidade, o que lhe provoca uma sensação de impotência e angústia. «O homem de hoje vive sem certezas vitais sobre o que mais intimamente lhe interessa. (…) A sobrevivência depois da morte é um problema pessoal que afeta o nosso próprio destino. Não é como resolver uma questão que nos é indiferente.» (MARTINS, 1961:162-63.)


Bibliografia:
 

BARTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2009). Filosofia Social e Política, Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, Direitos Humanos e Relações Interpessoais, Tese de Doutoramento, Bahia/Brasil: FATECTA – Faculdade Teológica e Cultural da Bahia.

MARTINS, Diamantino, S.J., (1961). Mistério do Homem; Ser, Personalidade, Imortalidade, Braga: Livraria Cruz.

MONDIN, Battista, (1980). O Homem, quem é ele? Elementos de Antropologia Filosófica, Trad. R. Leal Ferreira e M. A. S. Ferrari; revisão de Danilo Morales, 3ª Ed., São Paulo: Edições Paulinas. (Coleção Filosofia 1)

ROMERO, Emílio, (1998). As Dimensões da Vida Humana: Existência e Experiência, São José dos Campos: Novos Horizontes Editora.

TOYNBEE, in SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS, (1990). O Homem em busca de Deus, Edição Brasileira, São Paulo: Cesário Langue.  

Visite o Blog http://diamantinobartolo.blogspot.com  


 


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