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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 370 - 6 de Julho de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 17)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Se o termo Exu está geralmente ligado à perversidade, que são os Orixás?

Com ligeiras variações, o termo Exu refere-se realmente à perversidade ou à desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial, faz recordar um policial que tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da marginalidade. Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que, literalmente, a palavra significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá = chefe, senhor). (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 145 e 146.)

B. Que significa o termo Oxalá?

Oxalá, abreviatura de Orixalá, é um termo de origem nagô que significa “o maior dos Orixás”. Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com variações de correntes, nas quais passa a ser chamado Olorum, no candomblé, ou Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem congolesa. Segundo Felinto, a complexidade do culto se deve às suas origens e ao sincretismo com a religião católica, dominante à época no Brasil, quando da chegada dos escravos. (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 145 e 146.)

C. Depois de servirem como intermediários de Espíritos muito agressivos e violentos, os médiuns recebem algum tratamento especial?

Sim. No caso descrito neste livro, D. Emerenciana convidou os Protetores Espirituais a trazerem sua palavra amiga por intermédio de cada sensitivo. “É a operação limpeza”, esclareceu Felinto. “Após a absorção de fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela densidade material que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos Protetores liberar os médiuns e renová-los sob a ação de diversa carga de energia, permitindo-lhes o bem-estar e a satisfação do serviço realizado. Aplicando-se o autopasse eram retiradas as cargas fluídicas perniciosas, enquanto outras, de qualidade superior, vitalizavam os cooperadores encarnados.” (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 149 a 151.)

Texto para leitura

65. O mal é fonte de atração do mal – Após o tratamento do caso de exuantropia, os labores prosseguiam. Estava agora no centro da roda um homem robusto que passava por tratamento semelhante ao anterior. No momento da incorporação, foi trazido da área onde se encontravam os Espíritos perversos uma Entidade relutante e blasfema, que foi aproximada do sensitivo, produzindo-se o fenômeno com rapidez. Estorcegando, o obsessor afirmava não abandonar os propósitos a que se aferrava. Espumejante e de olhos que saltavam das órbitas, as narinas dilatadas, deformou a postura do homem que o hospedava mediunicamente, erguendo os braços e desferindo golpes no ar. Quando Emerenciana informou que ele iria sofrer já o efeito da prisão na qual se achava, e cujo corpo não podia manipular, o Espírito começou a sentir-se debilitado. Nesse momento, a ação do perispírito do encarnado sobre ele fez-se mais forte e começou a encharcá-lo do fluido animal, que, retirado do fluido universal de cada globo, lhe constitui o envoltório, encarregado de manter o equilíbrio dos órgãos, das células e das moléculas do organismo material. Essa energia, de constituição mais densa, produzia no comunicante sensações que o angustiavam, como se lhe gerassem asfixia contínua. As forças que lhe eram aplicadas pela Benfeitora e a psicosfera geral incidiam sobre o Espírito de forma desagradável, demonstrando-lhe o limite da própria vontade e a debilidade de meios para prosseguir no alucinado projeto do mal a que se afervorava. O comunicante pediu então socorro e ajuda, de modo que se lhe diminuíssem a aflição e o constrangimento a que se encontrava submetido. Emerenciana falou-lhe, então, com gravidade: “Por que reclamas, se é o que fazes ao teu próximo? Sabes que o mal atrai o mal, e, no entanto, prossegues exercendo-o. Não ignoras que és frágil, todavia, impões a tua mentirosa força. Se não tens misericórdia, por que a pedes? Até quando ficares na ação do mal, este será a tua sombra e, periodicamente, serás alcançado pelo seu efeito danoso. Agora é o teu momento de decisão: liberdade ou cárcere. Que preferes?” O Espírito, vencido pelas circunstâncias, suplicou: “Anjo da Justiça, dá-me outra oportunidade. Não sei exatamente o que faço. Ajuda-me para a liberdade e eu ajudarei também”. Emerenciana disse-lhe não representar a Justiça: “Sou apenas tua irmã que te busca para a felicidade”, acrescentou a Benfeitora. “Confia. Faze à tua vítima, conforme agora o Senhor te faz. Segue em paz e medita!” Chorando de sadia emoção, derivada do despertar da consciência, o Espírito foi retirado e conduzido a uma sala contígua. Segundo Felinto explicou, ele iria ouvir uma ligeira palestra, antes de ser conduzido a um instituto especializado para tratamento das chagas morais refletidas no seu perispírito. “A sua resolução positiva é débil e deve ser ajudada, a fim de que não retroceda”, aditou o companheiro. (Loucura e Obsessão, cap. 11, pp. 142 a 144.)

66. Em nagô Jesus é chamado Oxalá – Diz Miranda que as operações prosseguiram com algumas variações, dentro, porém, da mesma técnica, ensejando despertamento e renovação a diversos Espíritos. Felinto explicou-lhe então que Emerenciana valia-se de vários dialetos, para dialogar com os irmãos em tratamento, especialmente o ioruba ou nagô, o jeje e o banto, conforme a origem dos comunicantes ou a linha ancestral do culto que praticavam. Com ligeiras variações, o conceito sobre o Espírito Exu refere-se sempre à perversidade, desobediência e, excepcionalmente, quando em tarefa especial, faz recordar um policial que tem acesso pela sua força aos redutos ignóbeis da marginalidade. Os Orixás são representações do bem, da santidade, pois que, literalmente, a palavra significa “senhor da cabeça” (de ori = cabeça; xá = chefe, senhor), razão por que Jesus é chamado Orixalá, termo de origem nagô, significando “o maior dos Orixás”, e, por corruptela ou abreviatura, denominado Oxalá. Acima dele, somente Deus ou Zâmbi, com variações de correntes, nas quais passa a ser chamado Olorum, no candomblé, ou Zambiapongo entre os praticantes do culto de origem congolesa.  “A complexidade do culto – informou Felinto – se deve às suas origens e sincretismo com a religião católica, à época, dominante no Brasil, quando da chegada dos escravos. O respeito a Deus e ao Bem, em alguns dos ramos em que se multiplicou nas várias regiões do País, conforme se deu em outras nações, é predominante, pois que, desde as suas raízes, eram preservadas as crenças na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na reencarnação, na prática da caridade moral e material, embora a sua teologia preserve crenças místicas a respeito da criação do mundo, dos seres e do aparecimento dos Imortais que dirigem a vida...” Em seguida, respondendo a uma pergunta de Miranda, Felinto concordou que tem sido confundido o fenômeno momentâneo da incorporação com o do desenvolvimento mediúnico. Enquanto o primeiro irrompe nas obsessões e sob determinados estados de descontrole da personalidade, quando os Espíritos se utilizam desses indivíduos em desequilíbrio, o desenvolvimento da faculdade conduz a uma perfeita identificação entre o médium e os comunicantes, sendo o primeiro o controlador do fenômeno ao invés de lhe ser vítima inconsequente. (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 145 e 146.)

67. A mediunidade é faculdade muito delicada – Felinto explicou que naquele Núcleo, quando ocorrem as manifestações mediúnicas desordenadas e violentas, os aparelhos que desejam realmente servir são submetidos a rígidos métodos de controle, educação da vontade e da moral, a fim de mais destramente se entregarem ao mister nos seus momentos próprios. “É claro – informou Felinto – que, num clima psíquico como este no qual nos encontramos, sob os condicionamentos exteriores do culto em si mesmo, muitas resistências culturais e psicológicas do indivíduo sofrem impacto, tombando, muitas vezes, em escombros... Desarmados nos condicionamentos, os portadores de mediunidade entram em transe, o que não significa passem, a partir desse momento, a apresentar uma faculdade desenvolvida.” Carece, pois, de fundamento a afirmação de que em tais Núcleos os médiuns desenvolvem suas faculdades mais rápida e facilmente do que nos Centros Espíritas. “A mediunidade – aduziu Miranda – é faculdade muito delicada, cuja função se encontra nos recônditos do ser, a expressar-se através de fenômenos muito complexos, que não pode ser consumida de um para outro momento.” Nesse momento, Emerenciana fez que viessem à roda dois médiuns, enquanto partiam do recinto em que se encontravam uma jovem negra e um ser Exu, incorporando-se de imediato nos dois sensitivos. A agressividade das duas entidades era incomum. A Benfeitora segurava atenta a cabeça dos dois médiuns, cujas feições se alteravam, completando a transfiguração horrenda, quando a jovem, em dialeto banto, gritou, estentórica e cruel: “Eu sou uma Bombojira (Pombajira) que o desventurado infelicitou. Venho atrás dos seus passos, há mais de uma centena de anos, e agora, que o encontrei, não haverá misericórdia nem compaixão para com ele. Estacionando no mal que me fez, sou a representação feminina do mesmo mal que cobra gota a gota o suor do sofrimento experimentado. Nenhum poder me deterá. Eu sou invencível e movimento as forças do ódio que me nutre...”  A face da médium refletia com perfeição o fenômeno transformador, faltando-lhe, naturalmente, alguns detalhes que a comunicante mantinha em Espírito. Como a jovem fizesse uma pausa, o Exu exclamou, no mesmo dialeto: “Ele é meu, e ninguém o vai roubar de mim. Quem se atreve? Eu sou o diabo!” Mal pronunciou a última frase, carregada de força magnética, o Espírito assumiu as características pelas quais o diabo se fez conhecido dos homens, em razão da mitologia religiosa ancestral. (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 147 a 149.)

68. A barreira entre o mundo material e o espiritual é tênue – Bastou Emerenciana retirar suas mãos de sobre os médiuns, e viu-se um espetáculo deprimente, evocativos das pugnas terrestres. Recitando palavras cabalísticas, o dito Exu atirava dardos de tom vermelho forte, que a jovem rechaçava com as mãos espalmadas como se fossem um escudo metálico. Por sua vez, ela irradiava da mente uma energia escura e pegajosa que o outro diluía com o tipo de fluido que usava. Felinto explicou: “Assim agem os que se consideram fortes, na sua terrível fraqueza. A barreira entre o mundo dos homens e o nosso é muito tênue. Para estes litigantes quase não existe, pois que eles são mais físicos, imantados pelas vibrações materiais que manipulam com habilidade, do que espirituais, como seria de esperar-se”. A pugna se prolongou por quase dez minutos, durante os quais ambos os combatentes se exauriram. Os médiuns, que se desgastavam igualmente, eram sustentados pela concentração das pessoas do círculo, fixadas mentalmente no ritual, que lhes servia de apoio psíquico e emocional. De repente, a entidade feminina deu um grito e desmaiou, sendo a médium segura por dois cooperadores da Casa, afeitos a essas operações espirituais. Estando a dormir, e exteriorizando tremores das convulsões que a assaltavam, a obsessora foi conduzida a um outro recinto onde eram recolhidos os recém-atendidos, e a médium foi retirada do círculo, sendo igualmente levada à parte posterior da sala para refazimento. O Exu, que se considerava vitorioso, externava seu júbilo entre gargalhadas e exibicionismo. Emerenciana, sem a menor preocupação, aplicou-lhe o tratamento já referido anteriormente em caso semelhante, e viu-se o Espírito estorcegar-se e deblaterar inutilmente, até que se lhe desfez a máscara ideoplástica sob a qual ocultava a própria desdita, entregando-se a esgares de alucinado. Sob forte indução hipnótica da Benfeitora, o Espírito rendeu-se ao sono e foi recambiado para o recinto onde se encontravam os demais. O médium foi também atendido, como ocorreu com o primeiro e, ato contínuo, Emerenciana convidou os Protetores Espirituais a trazerem sua palavra amiga, através de cada sensitivo. “É a operação limpeza”, esclareceu Felinto. “Após a absorção de fluidos de teor vibratório diferente, caracterizados pela densidade material que tipifica este gênero de trabalho, vêm os Espíritos Protetores liberar os médiuns e renová-los sob a ação de diversa carga de energia, permitindo-lhes o bem-estar e a satisfação do serviço realizado. Aplicando-se o autopasse eram retiradas as cargas fluídicas perniciosas, enquanto outras, de qualidade superior, vitalizavam os cooperadores encarnados.” (Loucura e Obsessão, cap. 12, pp. 149 a 151.) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita