Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
27)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Por meio da hipnose é
possível tratar um
portador de doença
nervosa?
Sim. Dá-se o nome de
hipnoterapia a essa
forma de tratamento.
André Luiz descreve
nesta obra como o
hipnotizador age para
conseguir o seu
propósito.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XIV,
pp. 94 e 95.)
B. No mecanismo da
hipnose, a epífise do
paciente exerce algum
papel relevante?
Sim. A epífise, também
conhecida como glândula
pineal, é de suma
importância em todos os
processos medianímicos,
por favorecer a
passividade dos núcleos
receptivos do cérebro,
provocando, ao mesmo
tempo, a atenção ou o
circuito fechado no
campo magnético do
paciente, cuja onda
mental, projetada para
além de sua própria
aura, é imediatamente
atraída pelas oscilações
do magnetizador. Este,
então, poderá
transmitir-lhe a
essência de suas
próprias ordens.
(Obra citada, cap. XIV,
pp. 95 e 96.)
C. De que fator resulta
a cura ou a recuperação
do paciente?
Enquanto permanece
adormecido sob a
sugestão hipnótica, a
própria onda mental do
paciente, em movimento
renovador e guardando
consigo as sugestões
recebidas, atua sobre as
células do veículo
fisiopsicossomático,
anulando, tanto quanto
possível, as inibições
funcionais existentes.
Vê-se, pois, que o
agente positivo atua
como fator desencadeante
da recuperação, que
passa a ser efetuada
pelo próprio paciente,
em todos os casos de
hipnoterapia ou
reflexoterapia. No
processo, o magnetizador
age tão somente como
recurso de excitação e
influência, porque as
oscilações mentais em
ação restaurativa dos
tecidos celulares são
exteriorizadas pelo
próprio paciente.
(Obra citada, cap. XIV,
pág. 97.)
Texto para leitura
85. Pródromos da
hipnose – Após
observarmos o fenômeno
do hipnotismo num
espetáculo público,
imaginemos que o
magnetizador seja um
homem digno de respeito,
capaz de nutrir a
confiança popular.
Suponhamos seja ele
procurado por um cidadão
qualquer, portador de
doença nervosa, desejoso
de tratar-se pela
hipnose. O enfermo o
terá visto na exibição a
que nos referimos ou
dela terá recebido exato
noticiário e, por isso,
buscar-lhe-á o concurso,
decidido a aceitar a sua
orientação. O
hipnotizador, de
imediato, adquire
conhecimento da atitude
simpática do visitante e
acolhe-o com manifesto
carinho. Toma-lhe a mão,
entrando de imediato na
aura ou halo de forças
do paciente,
endereçando-lhe algumas
perguntas. Nesse toque
direto, inocula-lhe
vasta corrente
revitalizadora, em lhe
falando de bom ânimo e
esperança, e o doente se
lhe rende, satisfeito,
aos apelos silenciosos
de relaxamento da tensão
que o castiga. O
consulente prestará
ligeiros informes acerca
dos sintomas de que se
vê objeto, e o
anfitrião, em atitude
paternal, convidá-lo-á a
sentar-se em larga
poltrona que lhe faculte
mais amplamente o
repouso. (Cap. XIV,
pp. 94 e 95.)
86. Mecanismo do
fenômeno hipnótico
– Recorrendo, para
exemplo, em nosso
estudo, ao conhecido
processo de Liébeault, o
hipnotizador passará à
ação franca,
colocando-se à frente do
enfermo. E, situando de
leve a mão esquerda
sobre a sua cabeça,
manterá dois dedos da
mão direita, à distância
aproximada de vinte a
trinta centímetros dos
olhos do paciente, de
modo a formar com eles
um ângulo elevado,
compelindo-o a levantar
os olhos, em atenção
algo laboriosa, para que
lhe fixe os dedos por
algum tempo. Com esse
gesto, o magnetizador
estará projetando o seu
próprio fluxo energético
sobre a epífise do
hipnotizado, glândula
esta de suma importância
em todos os processos
medianímicos, por
favorecer a passividade
dos núcleos receptivos
do cérebro, provocando,
ao mesmo tempo, a
atenção ou o circuito
fechado no campo
magnético do paciente,
cuja onda mental,
projetada para além de
sua própria aura, é
imediatamente atraída
pelas oscilações do
magnetizador que, a seu
turno, lhe transmite a
essência das suas
próprias ordens.
Libertando as
aglutininas mentais do
sono, o passivo, na
hipnose estimulada,
vê-se influenciado pela
vontade que lhe comanda
transitoriamente os
sentidos, vontade essa a
que, de maneira
habitual, adere de
“moto-próprio”, quase
que alegremente. É então
que o hipnotizador, para
fixar com mais segurança
a sua própria atuação,
exclama, em tom grave e
calmo: “Não receie.
Segundo o nosso desejo,
passará você, em breves
instantes, pela mesma
transfiguração mental a
que se entrega cada
noite, transitando da
vida ativa para o
entorpecimento do sono,
em que os seus ouvidos
escutam sem qualquer
esforço e no qual não se
sente você disposto a
voluntária movimentação.
Durma, descanse. Repouse
na certeza de que não
terá consciência do que
ocorra em torno de nós!
Despertará você do
presente estado, quando
me aprouver,
perfeitamente aliviado e
fortalecido pela
supressão do
desequilíbrio orgânico”.
O doente enlanguesce,
satisfeito, acalentado
pela sua própria onda
mental de confiança,
exteriorizada ao impacto
do pensamento positivo
que o controla, e o
hipnotizador reafirma,
tocando-lhes as
pálpebras de leve:
“Durma tranquilamente.
Tudo está bem. Acordará
livre de todo o mal.
Acalme-se e espere. Não
sofrerá qualquer
incômodo. Dentro de
alguns minutos,
chamá-lo-ei à vigília”.
O doente então dorme e o
magnetizador retira-se
por alguns minutos.
(Cap. XIV, pp. 95 e 96.)
87. Mecanismo da
hipnoterapia –
Enquanto permanece
adormecido, a própria
onda mental do paciente,
em movimento renovador e
guardando consigo as
sugestões recebidas,
atua sobre as células do
veículo
fisiopsicossomático,
anulando, tanto quanto
possível, as inibições
funcionais existentes.
Como se vê, o agente
positivo atua como fator
desencadeante da
recuperação, que passa a
ser efetuada pelo
próprio paciente, em
todos os casos de
hipnoterapia ou
reflexoterapia. O
hipnotizador, depois de
um quarto de hora, o faz
voltar novamente à
vigília, e o enfermo,
desperto, acusa por
vezes grandes melhoras.
Este, naturalmente,
agradece ao benfeitor o
socorro assimilado;
contudo, o magnetizador
agiu apenas como recurso
de excitação e
influência, porque as
oscilações mentais em
ação restaurativa dos
tecidos celulares foram
exteriorizadas pelo
próprio consulente.
(Cap. XIV, pág. 97.)
Glossário
Aglutinina
– Anticorpo que produz
aglutinação com
determinado antígeno,
como, p. ex., bactéria,
após combinação com o
antígeno homólogo, seja
in vivo ou in vitro.
Epífise -
Corpúsculo oval situado
no cérebro por cima e
atrás das camadas
ópticas, e ao qual se
atribuem funções
endócrinas pouco
conhecidas. Sua
eliminação ou destruição
determina maturidade
sexual muito precoce. É
também conhecida como
glândula pineal.
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Hipnoterapia
– Tratamento de uma
doença por meio do
hipnotismo. Psicoterapia
que facilita a sugestão,
a reeducação ou a
análise por meio da
hipnose.
Indução
– Ato ou efeito
de induzir.
Induzir
– Instigar, incitar,
sugerir, persuadir.
Causar, inspirar,
incutir. Inferir,
concluir, deduzir.
Revestir, guarnecer,
indutar. Mover, levar,
arrastar. Mover, levar,
arrastar. Fazer cair ou
incorrer. Praticar a
indução.